(imagem do Google)
Fecho a porta da sala e dos segredos
com um arrebatador estrondo no peito,
o piano jaz mudo e contrafeito
pedindo ainda a carícia dos meus dedos.
Mas a inspiração dissipou-se,
a música perdeu a harmonia
e toda a casa emudeceu, silenciou-se,
evaporando-se com ela a fantasia.
E, lágrimas vindas directamente
de uma alma inconstante,
desavindas, teimosas, persistentemente
dilaceram-me como um punhal cortante
ferindo no fundo de mim,
sem motivo ou razão aparente;
com atitude fria e indiferente
dizem-me “chegou o Fim!”
Célia Gil
3 Comentarios
lágrimas são o curso normal da desolação
ResponderEliminarque do curso da alma desaguam até à foz
estranhas são as razões da inspiração
quando o silêncio se torna a sua voz
mas todos os rios renovam o seu leito
todos os narcisos voltam a desabrochar
e todas as estações nos passam pelo peito
da devastação até um novo raiar...
Belo Poema! Obrigada.
ResponderEliminarA poesia inspira poesia... Obrigado eu.
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