Ilusões de Menina

(imagem de indiziveldeser.blogspot.com)





Quando era pequenina,
já tinha em mim o dom
de tudo transformar,
de amar e de sonhar,
ainda bem menininha.

O meu quarto era um castelo
de pequenas dimensões,
onde vivia de ilusões,
o sonho mais belo.

A minha cama tinha o poder
de, em vez de me adormecer,
me fazer divagar,
sonhar e viajar.

Às vezes era uma caravela
em mares cheios de perigos,
que, a custo, manobrava,
enfrentava e lutava
para vencer monstros inimigos.

Às vezes era uma jangada,
em águas de calmaria,
onde me banhava
entre risos de alegria.

A almofada, quase sempre,
era a proa onde me segurava
ou o timão que conduzia
e me levava
onde um príncipe me esperava.

Outras vezes, era um avião,
onde nunca enjoava,
piloto, imaginava
e voava em tua direcção.

O mundo decorria lá fora…
E eu sonhava, sonhava…
                            Célia Gil


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