(imagem do google)
Quieta, no meu lugar comum,
sinto-me invadir por ti,
nos espaços mais recônditos da minha alma,
sem que te espere,
sem que te anseie,
sem que te deseje.
Penetras os meus espaços sagrados,
rasgas ideias pré-concebidas,
vens destruir a autoconfiança,
deitar as tuas sementes do medo,
da angústia, do desassossego.
Espezinhas ínfimas partículas de felicidade,
expremes-me a alma até rolar
em grossas gotículas de lágrimas,
edificas em meu redor paredes de insegurança.
E o que resta de mim?
Um ser a tentar ser sem o perceber.
Uma sombra a tentar ganhar consistência.
Uma miragem de um sonho que não se concretizou.
Partícula de um passado que acabou.
Célia Gil