Natsukawa, Sosuke (2025). O Gato Que Salvava Bibliotecas. Lisboa: Editorial Presença.
Tradução: André Pinto Teixeira
N.º de páginas: 192
Início da leitura: 17/05/2025
Fim da leitura: 18/05/2025
**SINOPSE**
"Se fomos felizes uma vez, porque não voltar a estar com um dos gatos mais adorados do mundo? Regresse ao aconchego e descubra onde anda Tigre, o gato que salvava livros e… bibliotecas.
Se ainda não conhece Tigre, está na altura de o fazer. Nanami, uma menina de 13 anos que adora ler, está prestes a encontrá-lo, e a sua vida mudará para sempre. no meio da biblioteca, que é uma segunda casa para ela, Nanami está com os seus melhores amigos: os livros. Mas, agora, alguns deles estão a desaparecer das estantes, e ela suspeita de um homem de fato cinzento. Há qualquer coisa nele que não bate certo. E se o seguisse?
Quando Tigre, um gato malhado falante, aparece para a avisar sobre o perigo que pode estar a correr, Nanami une-se a ele e, juntos, tentam encontrar todos os livros desaparecidos. Porém, nada pode prepará-los para a aventura que estão prestes a viver…
Enternecedor e maravilhoso, envolto em sabedoria japonesa, este é um romance que nos mostra o poder dos grandes livros e nos lembra de que devemos sempre guiar-nos pelo que nos faz crescer na vida: conhecer-nos a nós mesmos e iluminar o caminho com a luz da nossa alma, procurando o que nos aconchega o coração."
Este é um "livro fofinho", mas bem escrito.
O Gato Que Salvava Bibliotecas é uma obra contemporânea do autor japonês Sosuke Natsukawa, originalmente publicada em 2020. Enquadrando-se no género da ficção literária com elementos de fantasia, o livro combina uma narrativa sensível com reflexões filosóficas acerca da leitura, da solidão e do papel transformador dos livros. Com uma linguagem acessível, porém carregada de simbolismo, a obra destaca-se como uma fábula moderna sobre o valor intrínseco da literatura.
Há claramente uma crítica alegórica a aspetos negativos da cultura contemporânea do livro: a leitura superficial, o consumismo editorial, a mecanização do saber e o isolamento do pensamento crítico. Esses temas são apresentados de forma alegórica, mas inteligível, fazendo do livro uma leitura acessível tanto a jovens quanto a adultos.
Em alguns momentos, perpassa pela obra um tom excessivamente didático, o que pode causar uma certa previsibilidade na condução do enredo e esvaziar a força simbólica de alguns episódios. Ainda assim, a obra consegue preservar seu valor ao estimular o leitor a questionar como e por que lemos — uma questão cada vez mais pertinente em tempos de consumo veloz de informação. Aconselho.
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