O Crime do Padre Amaro, Eça de Queirós (Adaptação a novela gráfica por André Oliveira)

Queirós, Eça; Oliveira, André. O Crime do Padre Amaro. Lisboa: Levoir.

N.º de páginas: 64
Início da leitura: 23/05/2025
Fim da leitura:  27/05/2025

**SINOPSE**
"O Crime do Padre Amaro, foi publicado em 1875. Através da sua narrativa faz, uma crítica à vida hipócrita do clero e da sociedade burguesa da época. A sua publicação marca o início do Realismo português e é considerado por muitos a melhor obra do movimento.

Após a morte do pároco José Miguéis, foi transferido para Leiria um jovem padre chamado Amaro Vieira. Aconselhado pelo cônego Dias, seu mestre de moral no seminário, Amaro instalou-se na casa da D. Joaneira. À noite na casa, havia encontros entre beatos e o clero, marcados por jantares, músicas, conversas, jogos e discussões sobre fé. É nesse cenário que o padre Amaro se encanta por Amélia, uma jovem muito bonita. Passam a trocar olhares, despertando o ciúme de João Eduardo, noivo da moça.

O primeiro contato físico entre o casal aconteceu numa fazenda da família; Amaro beijou o pescoço de Amélia, e ela saiu correndo. Amaro, com receio de se envolver mais intimamente e todos descobrirem, resolveu mudar para outra casa. Amélia acaba por ficar grávida. Quando a hora chegou, Amaro entregou a criança a uma família que tem a fama de matar as crianças que lhe são entregues. E a criança realmente morre. Amélia não suporta ficar longe do filho, acaba também por morrer."
Quase todos já devem conhecer a obra de Eça de Queirós, O Crime do Padre Amaro. Esta é uma adaptação, em novela gráfica, com argumento de André Oliveira e ilustração de Ricardo Santo. A adaptação mantém os temas centrais do romance originala crítica à Igreja e à sua influência social e moral; a hipocrisia da sociedade provinciana; a repressão dos desejos individuais; a tragédia pessoal provocada por estruturas sociais rígidas. Apesar de, naturalmente, haver cortes e simplificações, há um cuidado em manter o tom crítico e o drama central — a relação entre Amaro e Amélia, com todas as suas implicações morais e sociais.
Esta obra é uma excelente porta de entrada para o universo de Eça de Queirós, pois ajuda a captar o interesse dos alunos e estimula o debate sobre a adaptação de clássicos para outros meios (literatura vs. banda desenhada, fidelidade vs. recriação).

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