As Sereias, Emilia Hart

Hart, Emilia (2025). As Sereias. Porto: Porto Editora.

Tradução: Célia Correia Loureiro
N.º de páginas: 352
Início da leitura: 12/09/2025
Fim da leitura: 13/09/2025

**SINOPSE**
"Uma história de irmãs separadas por séculos, mas unidas pelo poder do mar.
2019: Lucy acorda no quarto do ex-namorado, a asfixiá-lo. Horrorizada, foge para casa da irmã, Jess, numa cidade costeira em Nova Gales do Sul, em busca de conforto e de uma explicação para os sonhos vívidos que precederam o ataque. No entanto, Jess está desaparecida. Enquanto aguarda o seu regresso, Lucy vai descobrindo estranhos rumores sobre a cidade: desaparecimentos de homens ao longo de várias décadas, um bebé abandonado numa gruta à beira-mar, sussurros de mulheres vindos do oceano. Os sonhos de Lucy parecem mais reais do que nunca…
1800: Mary e Eliza são condenadas ao exílio e deixam o seu lar na Irlanda, embarcando num navio de prisioneiros com destino à Austrália. À medida que o barco as afasta de tudo o que lhes é familiar, começam a reparar em mudanças bizarras nos próprios corpos.
As sereias é um romance extraordinário sobre mulheres que enfrentam o inesperado e aceitam o potencial que descobrem em si mesmas. Uma história de resiliência feminina de cortar a respiração."
As Sereias, de Emilia Hart, é um mergulho numa narrativa onde o mar é tão personagem quanto as protagonistas. Entrelaçando passado e presente, o romance fala de irmandade, dor herdada, força feminina e o poder misterioso da natureza. Não se limita a um romance com mitos, é também uma reflexão sobre violência, desejo, sobrevivência e transformação. Em termos de recomendação, sugeriria-o para leitores de fantasia literária ou realismo mágico com apetência para o histórico, mas não necessariamente para quem procura ação intensa ou resoluções claras — aí talvez o ritmo ou a ambiguidade possam pesar. É uma obra que brilha, sobretudo pelo seu ambiente, pela evocação do mar, pelas personagens femininas carregadas de dor, força e mistério, e pela maneira como o passado e o presente se entrecruzam. Não é uma leitura leve — exige envolvimento emocional, disponibilidade para aceitar ambiguidades —, mas, para quem gosta desse tipo de narrativa, recompensa bastante. É um livro de lendas e água, de segredos e murmúrios, de mulheres que recusam ser silenciadas pelo tempo ou pelo medo. Recomendo!

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