Histórias Soltas Presas Dentro de Mim

 

Arlidge, M. J. (2019). A Casa de Bonecas. Amadora: Topseller, 3ª edição.

Tradução: Rui Azeredo

Nº de páginas: 320

Início da leitura: 29/10/2022

Fim da leitura: 31/10/2022

**SINOPSE**

O corpo de uma jovem é desenterrado numa praia remota, mas o seu desaparecimento nunca tinha sido denunciado. Alguém a mantivera «viva» ao longo do tempo, enviando à família, regularmente, mensagens em seu nome.

Para a detetive Helen Grace, todas as provas apontam para um assassino em série, um monstro distorcido, mas engenhoso e hábil — um predador que já matou antes.

À medida que Helen se esforça por destrinçar as motivações do assassino, ela compreende que se trata de uma verdadeira corrida contra o tempo. Uma única falha pode significar a perda de mais uma vida.

Neste terceiro livro da saga da detetive Helen Grace, acompanhamos a detetive em mais um caso complicado. O corpo de uma rapariga aparece numa praia de difícil acesso. Entretanto, uma outra rapariga é dada como desaparecida. Helen começa a ligar os fios e acaba por descobrir que se trata de um serial killer.

Descobre ainda que os familiares destas raparigas, normalmente adotadas, continuam a receber mensagens dos seus telemóveis, provavelmente enviadas pelo raptor para despistar suspeitas de rapto por parte das famílias. Mas, quando começam a procurar os indícios, descobre-se que estas duas raparigas não foram as únicas vítimas deste raptor…

Os capítulos são curtos e é um livro que se lê bem e, apesar de não o ter considerado excecional, a função de entretenimento é bem conseguida. Ainda que saibamos que Helen também carrega várias mágoas de um passado atormentado, pouco ficamos a saber mais em relação a esse passado, o que mantém a personagem envolta numa aura de mistério que, julgo, propositado.

Apesar de na capa dizer que é “arrepiante até aos ossos”, não concordo, penso que não se revelou uma história assim tão arrepiante, ainda que seja macabra q.b.

Aconselho a quem aprecie thrillers.

Kang, Han (2018). O Livro Branco. Alfragide: Edições Dom Quixote.

Tradução: Maria do Carmo Figueira

Nº de páginas: 152

Início da leitura: 27/10/2022

Fim da leitura: 28/10/2022

**SINOPSE**

O Livro Branco é uma meditação sobre a cor, que começa com uma simples lista de coisas brancas: a neve, o sal, a espuma das ondas, o papel, o arroz, os cabelos dos velhos, as cobertas em que a mãe da autora embrulhou a primeira filha, que nasceu prematura, muitos anos antes de existir este livro. É também uma reflexão sobre o luto, o renascimento e a tenacidade do espírito humano e uma investigação sobre a beleza, a fragilidade e a estranheza da vida: se, por exemplo, a sua irmã tivesse sobrevivido, teria Han Kang chegado a nascer? Poderíamos nós ler a sua história tão tocante?

O mais autobiográfico e simultaneamente experimental livro de Han Kang até ao momento: uma pequena obra-prima inesquecível, a dor transformada em promessa pela mão de uma grande escritora contemporânea.

Este é um livro difícil de definir, entre a ficção e a não ficção. É narrado na primeira pessoa, quase em jeito de monólogo, em que o “eu” vai desfiando orações, confissões e recordações que, de tão palidamente frias, nos deixam uma sensação de que, como diz a própria narradora, o nosso corpo “é uma casa de areia. Que fora despedaçada e continuava a despedaçar-se. Fugindo-lhe teimosamente por entre os dedos”.

Uma recordação assombra todo o livro, perpassando-o como gelo cortante: a morte da irmã mais velha duas horas depois de ter nascido, em casa, sem ajuda de ninguém. De “um rosto tão branco como um bolo de arroz em forma de meia-lua.”

O branco é tudo o que é puro, e, apesar de fazer a narradora estremecer, ela queria acreditar que poderia ser regenerador e sarar as feridas marcadas pelo tempo na sua alma. Mas nem sempre o branco é puro, pode também impulsionar-nos “da beira de um penhasco invisível em direção aos contornos afiados dos dias”, pode ser o vazio, um livro em branco, a morte, o luto, o pelo branco do velho cão, o acinzentado a macular o branco, o fio de leite materno que já não servirá para ninguém (já que o ténue fio de vida se desprendeu), entre tantos outros brancos, que se enlaçam e nos enlaçam em pensamentos.

Recomendo!

Coelho, João Pinto (2022). Mãe, Doce Mar. Alfragide: Publicações Dom Quixote.


Nº de páginas: 200

Início da leitura: 25/10/2022

Fim da leitura: 26/10/2022

**SINOPSE**

Depois de passar a infância num orfanato, Noah conhece finalmente Patience, a mãe, aos doze anos. Mas, apesar de ela fazer tudo para o compensar, nunca se refere ao motivo do abandono; e, por isso, seja na casa de praia de Cape Cod, onde passam temporadas, seja no teatro do Connecticut onde acabam a trabalhar juntos, há um caminho de brasas que teima em separá-los, mas que nenhum ousa atravessar.
Quando Noah encontra Frank O’Leary - um jesuíta excêntrico que guia um Rolls-Royce às cores -, descobre nele o amparo que procurava. Mesmo assim, há coisas que o padre prefere guardar para si: os anos de estudante; o bar irlandês de Boston onde ele e os amigos se encharcavam de cerveja e recitavam poemas; e ainda Catherine, a jovem ambiciosa que não temeu desviá-lo da sua vocação.

É, curiosamente, a terrível experiência de solidão num colégio religioso o primeiro segredo que Patience partilhará com Noah; contudo, quando essa confissão se encaixar no relato do padre Frank, ficará no ar o cheiro da tragédia e a revelação que se lhe segue só pode ser mentira.

Mal saiu este livro, fiquei imediatamente “em pulgas” para o ler, acreditando que este autor não defraudaria as minhas expetativas, criadas e confirmadas pela leitura de todos os seus livros anteriores.

Bastou ler o incipit “Tinha doze anos quando conheci a minha mãe – esta frase dá para tudo, até para abrir um romance”, para ficar ainda mais expectante.

Apesar de ser um romance diferente dos anteriores, mexe igualmente connosco: é duro, é muito verosímil (conhecemos situações idênticas) e muito bem escrito. O facto de o narrador ser o jovem Noah, abandonado à nascença pela mãe, criado num orfanato, rejeitado por várias famílias, devolvido ao orfanato, deixa-nos rendidos e empatizamos imediatamente com ele.

Quando, passados doze anos, a mãe o quer de volta a casa, começa para Noah uma vida nova, não necessariamente perfeita, mas com uma mãe…Mas Patience não é uma mãe carinhosa, muito menos presente e Noah acaba por se refugiar nos seus passeios de bicicleta, junto ao mar e dos três faróis de Three Sisters. É aí que conhece O’Leary, um padre muito pouco convencional, com o qual vai criando uma amizade.

Com a mãe o relacionamento é mais difícil, há muitas nuvens a toldar-lhe os olhos e a assombrar a sua existência. E, no fundo, Noah sabia que “mãe é um verbo, de todos o mais regular; não ia chamá-lo a Patience”. Do que ela gostava mesmo, era de dançar e de coreografar no teatro, o que a levava a passar dias a fio fora. Quando Noah lhe propõe trabalhar também no teatro, Patience acaba por aceitar e penso que, nesse momento, começa uma aproximação entre eles, ainda que tecida com linhas muito frágeis.

A partir daqui não conto mais, apenas digo que a história nos surpreende até ao final e que, só mesmo no fim, se ligam todas as pontas que foram sendo deixado soltas, para culminar num desenlace incrível.

Aconselho muito e deixo-vos com algumas passagens de que gostei particularmente, de entre muitas outras:

“Lembro-me da maçã (…) roxa, maior do que uma meloa. Peguei-lhe, saí de casa e fui a estalar dentadas até chegar à floresta.”

“…noite sinistra em que o céu caiu ao mar. Assim que isso aconteceu, a praia desapareceu engolida pelas águas, desgrenhou-se a tempestade em disparos de luz azul capazes de rachar tudo, cabelos incandescentes desse louco furioso, Deus de cabeça perdida”.

“O que deslumbra no mar é tudo o que o mar não mostra, esse além para onde se somem os navios…”

“As mães ligam-nos ao mundo, cada vez mais me convenço; perdes a tua, deixas de fazer parte, fica tudo mais hostil.”

Outras haveria, mas, como desvendam demasiado da história, aguardo que as encontrem nas páginas deste belíssimo livro.

Carmo, Isabel do (2014). Histórias Que as Mulheres Contam. Alfragide: Publicações Dom Quixote.

Nº de páginas: 136

Início da leitura: 22/10/2022

Fim da leitura: 22/10/2022

**SINOPSE**

«As histórias que aqui se contam são reais. Nada do que aqui é posto na boca destas mulheres é inventado, nem mesmo as expressões ou os comentários.
[…] Por outro lado, todas as histórias estão relacionadas com a condição feminina, conduzindo muitas vezes a situações dramáticas na vida das mulheres, que são nossas contemporâneas.»

Um livro pequenino, que li em duas horas e que conta a história de muitas mulheres remetidas à discriminação pela sua condição feminina, a vivências que se tornaram, na maior parte das vezes, bastante dramáticas. Antes de cada história, surge uma fotografia alusiva ao tempo, não correspondendo, porém, a nenhuma das mulheres retratadas nas histórias. A narração é dura, direta, sem contemplações. Gostaria, apenas, de as ver mais desenvolvidas.

Desde a mulher cuidadora do marido com Alzheimer; a mulher que tinha muitos filhos, mas que poucos resistiam e que era vítima de violência doméstica; a filha que era destinada a cuidar dos pais quando envelhecessem; a rapariga que só saía de casa com o irmão e que, quando injustamente acusada de desonra, se suicida; o suicídio das mulheres já retratado por muitos escritores; as conquistas de direitos que as mulheres foram alcançando ao longo dos anos; o casamento das professoras; as traições dos maridos; a mulher que nunca aceitou a maternidade; a vítima de abusos por parte de um familiar; a menina que viveu sempre sob o estigma de ser considerada feia, porque fora dos padrões de beleza da época; a mulher que era impedida de sentir prazer; mulheres que ficaram na história, desde as bósnias às rainhas, entre muitas outras. Histórias no singular que retratam as vivências, angústias, sentimentos, medos e perdas de muitas outras mulheres.

Recomendo!

Ruiz Zafón, Carlos (2016). O Labirinto dos Espíritos. Lisboa: Editorial Planeta.

Tradução: Mário Dias Correia

Nº de páginas: 848

Início da leitura: 19/10/2022

Fim da leitura: 22/10/2022

**SINOPSE**

Na Barcelona de fins dos anos de 1950, Daniel Sempere já não é aquele menino que descobriu um livro que havia de lhe mudar a vida entre os corredores do Cemitério dos Livros Esquecidos. O mistério da morte da mãe, Isabella, abriu-lhe um abismo na alma, do qual a mulher Bea e o fiel amigo Fermín tentam salvá-lo.

Quando Daniel acredita que está a um passo de resolver o enigma, uma conjura muito mais profunda e obscura do que jamais poderia imaginar planta a sua rede das entranhas do Regime. É quando aparece Alicia Gris, uma alma nascida das sombras da guerra, para os conduzir ao coração das trevas e revelar a história secreta da família… embora a um preço terrível.

O Labirinto dos Espíritos é uma história eletrizante de paixões, intrigas e aventuras. Através das suas páginas chegaremos ao grande final da saga iniciada com A Sombra do Vento, que alcança aqui toda a sua intensidade, desenhando uma grande homenagem ao mundo dos livros, à arte de narrar histórias e ao vínculo mágico entre a literatura e a vida.

Os livros de Zafón são de perder o fôlego, intensos, mágicos, muito bem urdidos, acompanhados de um sentido de humor muito refinado e extremamente bem escritos.

Ler este livro não foi fácil, não pela história em si (que põe um ponto final à tetralogia intitulada “O Cemitério dos Livros Esquecidos”), mas pela noção de que finalizei o último livro que me faltava ler do escritor e que não haverá mais. Resta-me, quando sentir saudades desta magnificente escrita, reler, reler e reler toda a sua obra.

Para além da narrativa imparável, da criatividade do autor mais uma vez demonstrada, de uma necessidade de ler sempre “só mais umas páginas”, este livro vem encerrar de forma magistral a tetralogia já mencionada, de forma muito engenhosa. As personagens são de uma riqueza ímpar. Gosto de todas, muito bem construídas, muito completas, muito cheias de vida, mas destaco o Fermín, pelo sentido de humor, pela forma como encarava a vida. Mas são todas verdadeiramente deliciosas.

Destaco algumas passagens que fui registando, de entre muitas outras que permanecerão, com certeza, na minha memória.

Uma delas, é sobre o próprio Cemitério dos Livros esquecidos:

“- Este lugar é um mistério, Julián, um santuário. Cada livro, cada volume que vês, tem uma alma. A alma de quem o escreveu, e as almas daqueles que o leram e viveram e sonharam com ele.”

Uma das muitas passagens, onde o sentido de humor me fez sorrir:

“…perguntou-me se fora para Paris para estudar, em busca de glória e fortuna ou para aperfeiçoar o meu francês, que mais do que aperfeiçoamento precisava de uma cirurgia de coração aberto e um transplante de cérebro.”

E, por fim, uma das mais deliciosa de todas:

“Uma história não tem princípio nem fim, só portas de entrada. Escrever é reescrever (…) Escrevemos para nós e reescrevemos para os outros.”

Sigurðardóttir, Yrsa (2022). Campo de Lava. Lisboa: Quetzal Editores.

Tradução: Maria José Figueiredo

Nº de páginas: 416

Início da leitura: 15/10/2022

Fim da leitura: 16/10/2022

**SINOPSE**

“Esta é, provavelmente, a mais cativante e surpreendente história interpretada pela dupla islandesa formada pelo detetive Huldar e a psicóloga infantil Freyja.

Um jovem e abastado investidor é encontrado enforcado num antigo lugar de execuções, o campo de lava de Gálgahraun. Quando o seu corpo é trazido para o chão, constata-se que não se trata de um suicídio: tem um prego enterrado no peito e tudo o que resta da mensagem que segurava é uma farripa de papel. Quando Huldar entra no apartamento do morto, encontra Freyja, chamada a tomar conta de um rapazinho de cinco anos encontrado no interior da casa que não sabe explicar por que está ali.

Enquanto decorre a investigação e a busca pelos pais da criança, um grupo de amigos recebe um vídeo que, num primeiro momento, parece uma brincadeira de mau gosto, mas que os vai inquietando progressivamente. Um romance policial que conduz o leitor com mestria através de uma intriga empolgante e cheia de surpresas, até ao fim - nunca nada é o que parece.”

Um thriller bem conseguido, bem escrito e envolvente. Começa com a descoberta de um corpo de um jovem, enforcado, num campo de lava em Gálghraun. Depois, o facto de ser encontrada uma criança de 5 anos sozinha no apartamento da vítima, leva a uma investigação que procura chegar aos pais da criança. Facilmente nos deixamos conduzir nesta investigação, como se dela fizéssemos parte. É uma narrativa que envolve, surpreende e absorve. Um bom policial, sem dúvida. Recomendo para quem aprecia o género.

Bowen, Kelly (2022). O Apartamento de Paris. Lisboa: Bertrand Editora.

Tradução: Ana Mendes Lopes

Nº de páginas: 368

Início da leitura: 10/10/2022

Fim da leitura: 14/10/2022

**SINOPSE**

“Uma história belíssima sobre a paixão, a intriga e a coragem durante a hora mais negra do mundo e a batalha de uma mulher para desvendar a verdade mais de meio século depois.

Paris, 1940: As tropas nazis podem ter ocupado Paris, a cidade do amor, mas a glamorosa Estelle Allard brilha num mundo alheio às agruras da guerra. Porém, quando assiste impotente ao desaparecimento dos seus amigos e conhecidos, promete a si própria tudo fazer para ajudar à derrota dos alemães. Custe o que custar. Ao mesmo tempo que combate o inimigo que pretende destruir tudo o que lhe é mais precioso, Estelle não pode adivinhar que as suas ações se estenderão até às gerações seguintes...

Paris, 2017: Quando Aurelia Leclaire obtém por herança um faustoso apartamento em Paris - que se revela uma cápsula no tempo intacta desde a Segunda Guerra Mundial -, fica chocada ao descobrir aquilo que parece ser um passado de segredos da sua avó, incluindo uma surpreendente coleção de obras de arte e vestidos de alta-costura. Uma pintura obscura, em particular, levá-la-á até Gabriel Seymour, um avaliador e restaurador de obras de arte que tem ele próprio o seu passado misterioso.... Juntos, tentarão descobrir a verdade que se esconde no interior das paredes do apartamento de Paris.

A 75 anos de distância, sob a luz de uma Paris ameaçada e de uma Paris resplandecente, tanto Estelle quanto Lia terão de convocar toda a coragem para enfrentar os perigos de um mundo ameaçado, e em mudança, influenciando diretamente o curso da história - e o futuro da sua família - para sempre.”

Este é um livro que se lê muito bem, com um ritmo fluído, linguagem simples, com uma alternância de tempos que nos prende, e uma história envolvente, que nos absorve do início ao fim. Apesar de não ter de histórico muito mais que a contextualização, na Segunda Guerra, em Paris, levanta uma questão pertinente: o que terá acontecido às muitas obras de arte durante a guerra?

O facto de serem mencionadas muitas personagens, quebra ligeiramente o ritmo, nada que não nos permita acompanhar todos os acontecimentos e entendê-los.

Não me refiro à história, pois essa está na sinopse.

Vale a pena ler, para quem gosta do género e da temática.

Ernaux, Annie (2022). O Acontecimento. Porto: Livros do Brasil.

Tradução: Maria Etelvina Santos

Nº de páginas: 96

Início da leitura: 14/10/2022

Fim da leitura: 14/10/2022

**SINOPSE**

“Uma jovem de 23 anos, estudante universitária brilhante, descobre que está grávida. Tomada pela vergonha, consciente de que aquela gravidez representará um falhanço social para si e para a sua família, sabe que não poderá ter aquela criança. Mas, na França de 1963, o aborto é ilegal e não existe ninguém a quem possa acorrer.

Quarenta anos mais tarde, as memórias daquele acontecimento continuam presentes, num trauma impossível de ultrapassar e cujas sombras se estendem para além da história individual.

Escrito com uma clareza acutilante, sem artifícios, este é um romance poderoso sobre sofrimento, justiça e a condição feminina. Escrito por Annie Ernaux em 1999, foi adaptado ao cinema em 2021 por Audrey Diwan, num filme vencedor do Leão de Ouro em Veneza.”

Quantas jovens não terão passado pelo mesmo?

Este livro dá-nos conta dos medos e angústias de uma jovem de 23 anos que nos conta, na primeira pessoa, “o acontecimento” por que passou, constituindo esta narrativa uma forma de expurgação do sentimento de culpabilidade que terá advindo de uma decisão tomada.

É necessário filtrar o acontecimento à luz do momento em que se passou e onde se passou – 1963, em França. A narradora era uma jovem estudante universitária, com um futuro promissor. Quando confrontada com a gravidez, sendo que o pai não quis assumir responsabilidades, uma sociedade que condenava as jovens grávidas, os pais que não esperavam isso da parte dela, vê-se a braços com uma decisão que tem de tomar sozinha – fazer um aborto. Mas, sendo o aborto proibido, havia que pensar numa forma de o fazer: uma agulha de tricô, uma “fazedora de anjos” … certo é que o desespero da jovem é quase palpável nesta narrativa tão dura e crua. Impossível julgá-la se nos pusermos no lugar dela, se tentarmos perceber a dor que a perpassou e que a levou a dizer, por exemplo “Nesse momento, matei em mim a minha mãe” ou “Sem o saber, aquela mulher certamente gananciosa (…) libertou-me da minha mãe e lançou-me no mundo”.

Aconselho vivamente este livro, como já havia aconselhado Os Anos da mesma autora.

Almeida, Maria Inês; Lins e Silva, Flávia (2022). Carta aos Líderes do Mundo. Porto: Porto Editora.

Nº de páginas: 40

Início da leitura: 07/10/2022

Fim da leitura: 07/10/2022

**SINOPSE**

Sofia é uma menina de doze anos. Aflita com os desafios por que passa o planeta, decide escrever uma carta aos líderes do mundo. Com um texto bem-humorado e poético, Sofia escreve sobre diversas questões, tentando chegar a um diagnóstico do planeta. Ela sabe que são muitos os problemas que podem ter levado o mundo à Unidade de Cuidados Intensivos. Mas é uma sonhadora e apresenta soluções.
Carta aos Líderes do Mundo propõe dar voz às crianças, que sabem que a Terra grita por socorro.

«Caras e caros Líderes do Mundo: "cuidar" parecer ser a palavra mais importante deste século. Cuidar do planeta que temos. Cuidar da nossa casa. Cuidarmos uns dos outros.»

Um livro infantil delicioso. Gosto muito de livros infantis e leio muitos, embora nem sempre publique. Este foi uma escolha que fiz para abordar o tema deste ano do Mês Internacional das Bibliotecas Escolares – “Ler para a Paz e Harmonia Globais”.

Na sua carta, Sofia, a protagonista do livro, escreve aos líderes do mundo, alertando-os para os mais diversos problemas com que nos deparamos nos dias de hoje. E porque sente que o seu mundo, o mundo onde quer viver e sonhar, está a sofrer danos irreversíveis, exprime toda a sua revolta e apela para a mudança.

Um problema sério escrito de forma delicada e com grande sentido de humor, sempre através da metáfora do “mundo doente”.

Ainda para mais, as ilustrações são belíssimas e não nos deixam indiferentes.

Muito giro, para qualquer idade! Recomendo!

Folman, Ari; Polonsky, David (2017). O Diário de Anne Frank – Diário Gráfico. Porto: Porto Editora.




Tradução: Elsa T. S. Vieira

Nº de páginas: 160

Início da leitura: 08/10/2022

Fim da leitura: 12/10/2022

**SINOPSE**

Escrito entre 12 de junho de 1942 e 1 de agosto de 1944, O Diário de Anne Frank foi publicado pela primeira vez em 1947, por iniciativa de seu pai, revelando ao mundo o dia a dia de dois longos anos de uma adolescente forçada a esconder-se, juntamente com a sua família e um grupo de outros judeus, durante a ocupação nazi da cidade de Amesterdão.
Todos os que se encontravam naquele pequeno anexo secreto acabaram por ser presos em agosto de 1944, e em março de 1945 Anne Frank morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen, a escassos dois meses do final da guerra na Europa. O seu diário tornar-se-ia um dos livros de não ficção mais lidos em todo o mundo, testemunho incomparável do terror da guerra e do fulgor do espírito humano.

Lançada mundialmente em celebração do 70º aniversário de O Diário de Anne Frank, esta é a sua primeira adaptação para banda desenhada, realizada com a autorização da família e tendo por base os textos originais do diário.

Transformar um clássico numa novela gráfica não deve ser nada fácil, ainda por cima um diário, que é tão pessoal. Mas, sabendo que muitos jovens andam um pouco arredados da leitura, esta é uma forma verdadeiramente motivadora e cativante para que eles conheçam grandes obras como esta. Quem sabe, começando pela novela gráfica, não fiquem com vontade de ler o livro original?! Afinal, quando se fala de Holocausto, O Diário de Anne Frank continua a ser uma referência.

Os próprios autores referem numa nota no final do livro que não foi de todo fácil transformar a obra de Anne Frank, uma jovem de treze anos, com uma “visão tão ponderada, poética e lírica do mundo”. Deve ter sido, com toda a certeza, um grande desafio.

Certo é que, quanto a mim, conseguiram atingir os seus objetivos. Por um lado, conseguiram condensar “o texto integral” e conseguiram “ainda assim ser o mais fiel possível à sua escrita”. Por outro lado, adorei as ilustrações, pois têm tudo: os sonhos de uma jovem de treze anos, as perdas, a ansiedade e problemas de relacionamento com os outros, tão normais na adolescência, as suas dualidades, a sua personalidade irrequieta, curiosa e perscrutadora, a atenção recebida por parte do pai, o afastamento da mãe, os seus medos, as características de todos os que viveram no anexo, a forma como Anne os via, os sentimentos espelhados nos rostos. São ilustrações que gostamos de “ler” com atenção e ver toda a mensagem transmitida. Adorei!

Beer, Edith Hahn (2018). A Mulher do Oficial Nazi. Lisboa: Alma dos Livros.

Tradução: Paulo Mendes

Nº de páginas: 256

Início da leitura: 07/10/2022

Fim da leitura: 09/10/2022

SINOPSE

Aqueles que não testemunharam do Holocausto, às vezes, têm dificuldade em perceber o quão profundamente isso afetou a vida na Europa durante os decénios de 30 e 40 do século XX. À medida que a Alemanha nazi estendia os tentáculos a todo o continente, populações inteiras foram despojadas, deslocadas e destruídas.

Edith Hahn Beer levava uma vida normal em Viena, no seio de uma família judia. Fora uma adolescente popular e tornara-se uma estudante de Direito extremamente bem-sucedida. Estava envolvida nos grandes debates políticos da época. Estava apaixonada. O seu futuro desenrolava-se à sua frente como uma passadeira vermelha. E, de repente, tudo terminou. Quando Hitler invadiu a Áustria em 1938, Edith ficou sem futuro.
No coração da Alemanha nazi, escondendo a sua identidade em casa e no trabalho, Edith viveu com o medo constante de ser descoberta. Foi ali que conheceu Werner - destacado membro do Partido Nazi -, que se apaixonou por ela e a pediu em casamento, mantendo a sua identidade em segredo. A filha de ambos viria a ser considerada a única judia a nascer num hospital do Reich em 1944.

Alguns anos depois, a Alemanha foi derrotada e Edith continuava viva. Sobreviveu quando milhões de judeus foram exterminados. Este livro conta a história de como esta mulher conseguiu manter o seu disfarce e de como, graças a uma sorte aleatória e à intervenção de algumas pessoas boas, foi diversas vezes resgatada da morte.

A Mulher do Oficial Nazi podia ser outro livro sobre o Holocausto e a Segunda Guerra Mundial, o que já seria notável. Mas é, além disso, um relato verdadeiro, dramático e emocionante de uma mulher extraordinária que sobreviveu ao maior genocídio da história da Humanidade, sem pretender ser corajosa, famosa ou lembrada. Ela apenas quis sobreviver.

Convém sublinhar desde o início que este é um livro de não ficção. O título poderia, à partida, induzir em erro, levando-nos a ponderar sobre a escolha deste livro. Porém, a forma como Edith nos conta a sua história, leva-me a considerar que foi uma excelente escolha. A narração é incisiva, dura, mas elegante e comovente. Ao mesmo tempo, a formação de Edith em advocacia, permite-lhe entender o que se passou de uma forma bastante lúcida, conseguindo enquadrar os acontecimentos, explicar o sistema político, o antes e o pós-guerra, o que cada um sofreu, especialmente os judeus (não esquecendo, contudo, o que passaram os arianos no fim e até mesmo os que foram obrigados a alistar-se ao nazismo).

Edith nunca se converteu, fingiu, assumiu ser o que não era, lutou para que o instinto nunca a denunciasse, sobreviveu apesar do medo e, para sobreviver, passou por muitos momentos de sofrimento, muita fome, mentiras necessárias e muito silêncio. Foi uma mulher forte, de coragem, humana e bondosa.

Edith morreu em março de 2009, mas a sua história continua viva no Museu do Holocausto dos Estados Unidos (http://www.ushmm.org/).

Recomendo a leitura!

Seth (2020). A Vida é Bela Se Não Desistires. Oeiras: Levoir.


Tradução: Pedro Cleto

Nº de páginas: 192

Início da leitura: 02/10/2022

Fim da leitura: 06/10/2022

**SINOPSE**

Enquanto procura compreender a sua desilusão com o presente, Seth descobre a vida e obra de Kalo, um cartoonista da revista The New Yorker durante a década de 40. Mas essa obsessão com uma figura do passado vai fazer com que esqueça as necessidades da mulher que o ama e o desespero silencioso da sua família.

Esta novela gráfica foi escrita por Seth, pseudónimo de Gregory Gallant, e constitui uma obra autobiográfica do autor, enquanto apaixonado pelos cartoons das revistas do The New Yorker.

É nestas revistas que Seth descobre Kalo, um cartoonista com muito pouca obra publicada, o que lhe aguça a curiosidade e o leva a tentar descobrir mais sobre Kalo. O que, no início, começou com uma mera curiosidade, depressa se torna numa obsessão, que o leva a contactar os responsáveis pela revista e até visitar a casa onde ele terá vivido. Esta obsessão percorre toda a obra e a par, vamos conhecendo Seth, os seus gostos por cartoonistas dos anos 40 e 50, o seu ceticismo em relação às pessoas e ao presente, até mesmo a apreciação que faz das construções antigas, dos velhos museus, pois considera que são mais genuínos e gosta de frequentar sempre os mesmos lugares, seguir as mesmas rotinas, considerando que nada deve mudar. É antissocial, contando apenas com o seu amigo Chet, não leva as relações amorosas muito a sério e passa a maior parte do tempo deprimido. Até com a família, da qual guarda boas recordações do passado, agora lhe é indiferente. Dá a ideia de que ficou preso a um passado que já não existe se não na sua cabeça, não encontra no presente nada que o preencha e teme o futuro, sempre perspetivado de forma bastante negativa.

Em relação ao livro, os tons escolhidos conferem-lhe a nostalgia que vai ao encontro da personalidade de Seth, que nos vai sendo apresentada. A ilustração é bonita. Porém, é de sublinhar que as letras são excessivamente pequenas, o que dificulta a leitura. Talvez se o livro tivesse dimensões maiores, fosse possível apresentar letras mais legíveis.

Confesso que esperava mais do livro, atendendo a opiniões positivas que tinha lido e às reflexões com que o protagonista nos presenteia no início. Senti, contudo, que essas reflexões não se desenvolveram, não havendo uma evolução no protagonista, nem um desenvolvimento da própria história. Não fiquei rendida.

Montes, Raphael (2016). Jantar Secreto. Rio de Janeiro: Companhia das Letras.

Nº de páginas: 368

Início da leitura: 04/10/2022

Fim da leitura: 05/10/2022

**SINOPSE**

Um grupo de jovens deixa uma pequena cidade no Paraná para viver no Rio de Janeiro. Eles alugam um apartamento em Copacabana e fazem o possível para pagar a faculdade e manter vivos seus sonhos de sucesso na capital fluminense. Mas o dinheiro está curto e o aluguel está vencido. Para sair do buraco e manter o apartamento, os amigos adotam uma estratégia heterodoxa: arrecadar fundos por meio de jantares secretos, divulgados pela internet para uma clientela exclusiva da elite carioca. A partir daí, eles se envolvem em uma espiral de crimes, descobrem uma rede de contrabando de corpos, matadouros clandestinos e grã-finos excêntricos, e levam ao limite uma índole perversa que jamais imaginaram existir em cada um deles.

Não posso falar muito deste livro, porque é daqueles que, por pouco que diga, estou a contar a história. Por isso, apenas digo que é terrivelmente incrível. Surpreendentemente chocante. Completamente macabro. Mas, ao mesmo tempo, estupidamente viciante!

Posso mesmo afirmar que nunca tinha lido nada assim, que, ao mesmo tempo que fui ficando cada vez mais em choque e agoniada, não conseguia parar de ler.

Sublinho a criatividade do autor, até na escolha do nome das personagens. Achei curioso o nome do protagonista, Dante, e o título do capítulo “O inferno de Dante”, inspirado na Divina Comédia de Dante Alighieri. Esta é uma verdadeira descida aos infernos…

Se optar pela leitura deste livro, não coma nada antes de o fazer e prepare-se: não vai conseguir comer carne nos próximos dias!

Hawkins, Rachel (2022). Desaparecida. Lisboa: Bertrand Editora.


Tradução: Cláudia Brito

Nº de páginas: 320

Início da leitura: 03/10/2022

Fim da leitura: 04/10/2022

**SINOPSE**

“Jane, recém-chegada a Birmingham, Alabama, é uma dogsitter sem dinheiro em Thornfield Estates - um condomínio fechado repleto de mansões, SUV reluzentes e donas de casa entediadas. O tipo de lugar onde ninguém vai reparar se Jane roubar, entre outras coisas, as joias descartadas nas mesinhas de cabeceira dos seus clientes abastados. Onde ninguém vai pensar em perguntar se Jane é o seu nome verdadeiro… Mas a sua sorte muda quando conhece Eddie Rochester. Recém-viúvo, Eddie é o residente mais misterioso de Thornfield Estates. A sua mulher, Bea, afogou-se num acidente de barco com a melhor amiga, e os seus corpos ficaram perdidos para sempre nas profundezas. Jane não pode deixar de ver uma oportunidade em Eddie - ele não só é rico, sério e bonito, como também lhe pode oferecer o tipo de proteção que ela sempre desejou. No entanto, enquanto Jane e Eddie se apaixonam, ela é progressivamente ensombrada pela lenda de Bea, mulher perfeita. Como pode a simples Jane alguma vez estar à altura? E conquistará o coração de Eddie antes que o seu passado - ou o dele - a venha assombrar?

Com um suspense delicioso, uma graça particular e uma refrescante sensibilidade feminina, Desaparecida vira o tabuleiro na trama habitual do romance proibido e da atração imprudente - e de uma mulher que se recusa a permanecer enterrada.”

 

Gostei do livro, da forma como a autora estruturou a narrativa, que nos foi sendo oferecida com uma boa dose de suspense. Se é surpreendente e fora de série? Não. Mas é o suficiente para umas horas bem passadas.

Tudo começa com Jane, uma jovem que passeia cães, numa zona rica de Birmingham. Vive com um suposto “amigo”, mas que não considera como tal, porque parece que ele sabe demasiado da sua vida, daquilo que ela quer esconder em relação ao seu passado. Quando conhece um dos residentes do condomínio onde passeia os cães e que, até se dispõe a arranjar um cão para ela passear, Jane pensa que poderá ser uma oportunidade para mudar de vida. Eddie apresenta-se-lhe como viúvo e demonstra algum interesse por ela. A esposa, Bea, terá morrido num acidente de barco, num fim de semana em que havia saído com uma amiga. Apesar de sentir que entre eles pode haver mais do que um romance, coloca muitas vezes em causa se estará à altura da antiga esposa de Eddie, muito mais rica, sofisticada e com um sucesso profissional que ela não tinha.

Mas nem todas as portas se abrem para uma luz maior e dentro de uma casa que se desconhece, tudo pode acontecer!!!!!

Um bom livro para descomprimir, que se lê num ápice.

Porém, mais uma vez realço o facto de as editoras deverem preocupar-se mais com a gralhas e erros com que publicam os livros, que requeriam um maior trabalho de revisão. Esses erros quebram, muitas vezes, a relação com o livro.

Aoyama, Michiko (2022). O Que Procuras Está na Biblioteca. Alfragide: Lua de Papel, Edições ASA.

Tradução do japonês: André Pinto Teixeira

Nº de páginas: 272

Início da leitura: 01/10/2022

Fim da leitura: 02/10/2022

**SINOPSE**

Poucas pessoas sabem, mas no coração de Tóquio há uma pequena biblioteca comunitária, e ali trabalha a imponente senhora Sayuri Komachi. Dizem que tecla no computador a uma velocidade estonteante. Nos momentos mortos, com agulha e lã, constrói amorosamente pequenas figuras em feltro que oferece como brinde aos leitores - pode ser um pequeno avião ou um caranguejo, uma colher ou uma flor. Diz-se também que faz a mesma pergunta a todas as pessoas que entram na biblioteca: "O que procuras?"
A sua voz tem um estranho magnetismo, que leva os clientes a confessarem-lhe os seus sonhos mais secretos. Saem de lá com uma lista de livros, onde há sempre um título inesperado. Mais tarde, quando o leem, descobrem portas e janelas onde antes só viam paredes, encontram desvios, onde antes só viam obstáculos.

O Que Procuras Está na Biblioteca, o romance da premiada jornalista Michiko Ayoama, apresenta-nos as histórias de várias personagens cujo destino se vai ligando por fios quase invisíveis. Nelas revemos a nossa própria história, os nossos desejos por cumprir. E, tal como elas, percebemos que os livros são mágicos, têm o poder de abrir novos caminhos.

Esta autora japonesa, para além de escrever bem, consegue, com a personagens criadas na sua ficção, envolver-nos na história. A linguagem é simples, mas introspetiva, a narrativa dividida em contos que se interligam através da mesma biblioteca e bibliotecária. Um espaço que se torna simbólico de uma mudança que se impõe na vida das personagens, que, insatisfeitas, a dado momento da sua vida, acabam por procurar nos livros a “fórmula” para a mudança, para as despertar da monotonia, de um trabalho que não as completa, de atitudes que já não as satisfazem. Podem mesmo os livros ser fonte de mudança e fazer renascer Fénix das cinzas? E de que forma esta bibliotecária perspicaz, ainda que pouco simpática, entretida nos seus bonecos de feltro, consegue captar a atenção dos utilizadores para a leitura e ler nas suas mentes o tipo de livro que precisam?

Não querendo que se perca a magia, não conto mais. Apenas sugiro a leitura destes contos, sobretudo quando pensarem que na nossa vida não pode haver mudanças e que temos de nos conformar com o que o destino escolheu para nós e por nós. Só o facto de nos fazerem pensar, já é um ponto a seu favor!

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Professora de português e professora bibliotecária, apaixonada pela leitura e pela escrita. Preza a família, a amizade, a sinceridade e a paz. Ama a natureza e aprecia as pequenas belezas com que ela nos presenteia todos os dias.

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