Histórias Soltas Presas Dentro de Mim

Palomas, Alejandro (2017). Filho. Lisboa: Editorial Presença.

Tradução: Catarina Gândara

Nº de páginas: 184

Início da leitura: 26/07/2022

Fim da leitura: 26/97/2022

SINOPSE

Guille é um rapazinho introvertido mas feliz, sempre com um sorriso nos lábios. Gosta muito de ler, é uma criança hipersensível e com uma grande imaginação. Nazia é a sua única amiga. Vive sozinho com o pai, Manuel, desde que a mãe se ausentou para trabalhar numa companhia saudita, tendo desde então perdido o contacto com ela.

Mas por trás de uma aparente tranquilidade esconde-se um mundo perturbado, frágil que nem um castelo de cartas, com um mistério por resolver. Na escola apercebem-se de que algo de estranho se passa com Guille e dá-se início a sessões de acompanhamento psicológico. E quando descobrem o que está na ponta do icebergue, convencem Manuel, que tem dificuldades em lidar com a hipersensibilidade do filho, a enfrentar a realidade e rumar até um futuro melhor.

Um romance comovente, que respira sentimento e ternura, e com um mistério surpreendente por descobrir. Um livro de leitura obrigatória que vai agradar tanto a jovens como a adultos. Do autor do bestseller Mãe, também publicado nesta coleção.

Desde o início da história que fiquei irremediavelmente presa. De forma muito bem articulada e doce, a narração vai sendo feita e intercalada por personagens diferentes: Guille (uma criança, que se mudara para uma nova escola e que sonha em ser como a Mary Poppins, que imita às escondidas do pai), Sonia (a nova professora, atenta e preocupada com o que se oculta na personalidade do sensível Guille), María (a psicóloga a quem a professora recorreu para analisar Guille, que acaba por conseguir que ele se vá progressivamente abrindo, ainda que permaneça, até ao final da história, um grande mistério). O pai de Guille é alguém que este vê como duro, inflexível, mas que, ao mesmo tempo, Guille vê chorar todas as noites. A mãe, supostamente uma hospedeira de bordo, estará longe e “vai enviando cartas” a Guille. Mas este é uma criança muito inteligente… E mais não posso revelar. Só posso afiançar que é uma novela fantástica e que vale a pena ser lido.

Gurnah, Abdulrazak (2022). Vidas Seguintes. Lisboa: Cavalo de Ferro.

Tradução: Eugénia Antunes

Nº de páginas: 304

Início da Leitura: 24/07/2022

Fim da Leitura: 25/07/2022

**SINOPSE**

Abdulrazak Gurnah foi agraciado com o Prémio Nobel de Literatura 2021 «pela forma determinada e humana com que aborda e aprofunda as consequências do colonialismo e o destino do refugiado no fosso entre culturas e continentes».

Após fugir da aldeia onde nasceu, numa região fustigada pela pobreza, pela fome e pela doença, o jovem Ilyas chega a uma pequena cidade costeira onde assiste a um desfile da Schutztruppe, a feroz tropa de proteção da África Oriental Alemã. Anos mais tarde, perante a iminência de uma grande guerra entre Britânicos e Alemães, que estalaria em Tanga, em 1914, Ilyas decide juntar-se a esse mesmo exército de mercenários africanos, prometendo à sua irmã mais nova voltar muito em breve. A promessa fica por cumprir, e o paradeiro desconhecido do irmão ensombra a vida de Afiya até que ela conhece Hamza, um desertor generoso e sonhador que conseguiu escapar aos horrores da guerra. Entre ambos nascerá uma história de amor improvável que ligará as duas famílias, e os continentes africano e europeu.

Entrelaçando história e ficção, Vidas Seguintes é um romance lúcido e trágico sobre África, o legado colonial e as atrocidades da guerra, bem como as infinitas contradições da natureza humana.

Tinha expetativas muito elevadas em relação a este livro, talvez pelo facto de o autor ter sido Nobel da Literatura em 2021. Este foi o seu primeiro livro.

Gostei da história em si, da articulação entre a história e a ficção, que nos relembra as atrocidades da guerra, o domínio exercido durante a colonização através da violência, que traz com ela a fome, a pobreza, as doenças. A ação retrocede a finais do século XIX e início do século XX e à colonização germânica.

Ilyas é um jovem que se junta às tropas africanas, mas que, antes de partir, diz à irmã, Afya, que voltará para a vir buscar. Entretanto, Afya conhece Hamza, um jovem que conseguiu fugir da guerra, por quem se apaixona. Afya não desiste de encontrar o irmão e empreende todos os esforços para o encontrar. Conseguirá ela encontrá-lo?

Apesar de ter sentido falta de uma linguagem mais trabalhada, mais literária, acho que é uma boa história e com um desfecho surpreendente. Recomendo.

Eloy, Moreno (2022). Terra. Lisboa: Suma das Letras.

Tradução: Inês Guerreiro

Nº de páginas: 568

Início da leitura: 22/07/2022

Fim da leitura: 23/07/2022

**SINOPSE**

Dentro de uma cabana escondida na floresta, um homem faz uma promessa aos dois filhos: «Pensem naquilo que mais vos agradaria neste mundo, no que gostariam de alcançar quando fossem mais velhos. Seja o que for, se conseguirem terminar o jogo, prometo que farei os possíveis para que se torne realidade.» Mas esse jogo nunca acabou.

Trinta anos depois, uma das crianças conseguiu realizar o seu desejo, mas a irmã não. É então que ela recebe um presente estranho, um objeto que lhe permitirá continuar o jogo.

Oito pessoas decidiram voluntariamente participar num reality show que consiste em isolar-se do mundo, para sempre. O público pensa que sabe tudo sobre elas, mas nem suspeita os motivos pelos quais tomaram essa decisão.

A criança que não conseguiu realizar o seu desejo, agora jornalista, deve descobrir a ligação entre o presente que recebeu e aqueles oito concorrentes, de modo a realizar o seu desejo, caso ainda seja essa a sua vontade. A resposta está na Islândia.

Este é um livro cuja temática remete para uma questão muito atual: a ficção dos “Reality Shows”, em formatos cada vez mais ousados e perigosos, apenas porque o elevado nível de audiências de pessoas que, não tendo vidas próprias, vivem a dos outros, leva ao enriquecimento dos canais televisivos, sem pensar nas consequências que poderão advir. Mas são mesmo estas as mentalidades atuais, em que se vive com a ideia de ganhar dinheiro de forma fácil e do desejo de fama de outros para se enriquecer absurdamente. Certo é que tudo tem um preço: o dinheiro e a fama não são eternos, os produtores e o público nunca estão satisfeitos e querem sempre mais e, do programa caseiro em que o pai fecha os filhos numa casa com uma câmara, ao programa que reúne uma série de pessoas numa casa, a um programa em que o público decide as grávidas que entram numa casa hão de ter ou não os filhos ou um programa de suicídios em direto numa casa ou…nem sequer falo do último, pode compreender-se que todos os limites são ultrapassados, perde-se a noção, perdem-se os valores e os princípios. E agora poderia questionar: quem são os verdadeiros culpados: a pessoa que pensou o formato ou o público?

Apesar de ser um romance fictício, tem muito de real e faz-nos refletir. As sequências narrativas estão engenhosamente articuladas em capítulos breves, de simples leitura, que nos prendem à história.

Aconselho!

Reid, Taylor Jenkins (2022). Malibu Renasce. Lisboa: Topseller.


Tradução: Pedro Santos Gomes

Nº de páginas: 416

Início da leitura: 20/07/2022

Fim da leitura: 21/07/2022

**SINOPSE**

Malibu, 1983. Chegou o dia da festa de final de verão organizada todos os anos por Nina Riva, e não há ninguém que não queira estar presente e conhecer pessoalmente os famosos irmãos Riva: a supermodelo Nina, o surfista Jay, o fotógrafo Hud e a promissora Kit. Filhos do lendário cantor Mick Riva, há muito que os quatro exercem um enorme fascínio, não só em Malibu mas um pouco por todo o mundo. Cada um dos irmãos tem as suas razões para ansiar pela festa, com exceção da própria Nina, que nunca desejou ser o centro das atenções. E talvez de Hud, que tem algo a confessar. Jay, por outro lado, espera impacientemente por alguém. e Kit decidiu tornar a noite especial. Porém, nenhum deles poderia antecipar o desfecho daquela celebração.

A meio da noite, a festa estará completamente fora de controlo. Pela manhã, a mansão de Nina estará irreconhecível. Mas, até que isso aconteça, haverá álcool a circular, música a soar bem alto e muita gente famosa animada naquela que se tornará a festa da década. E no meio de todo esse burburinho irão ressurgir memórias e segredos que marcaram várias gerações da família.

Não sendo este um livro que enquadre nos meus géneros preferidos, acabou por se revelar uma leitura relativamente agradável. Um livro de entretenimento para quem precise de algo muito leve para o verão.

Neste livro, cuja ação decorre entre os anos 50 e 80, Malibu serve de cenário a muitos amores e traições, loucas festas das celebridades dos anos 80, dramas familiares e histórias mal resolvidas.

Esta é a história de quatro irmãos, destacando-se Nina Riva, que, ainda muito jovem, se vê obrigada a deixar os estudos para tomar conta do restaurante da mãe e, assim, sustentar os irmãos, após a morte da mãe (que fora abandonada por duas vezes pelo pai, o famoso cantor Mick Riva). Confesso que odiei Mick Riva, um homem incapaz de ser fiel, não só à esposa, mas aos próprios filhos. Nina é a personagem mais forte e que mais se destaca na história.

Não posso adiantar muito mais sem entrar em “spoiler”, pelo que fico por aqui.

Não sendo um livro que se torne inesquecível ou com interesse literário, é um romance que aconselho a quem queira desanuviar de leituras mais densas.

Litteken, Erin (2022). A Guardiã da Memória de Kiev. Alfragide: Edições ASA II.

Tradução: Marta Jacinto

Nº de páginas:400

Início da leitura: 18/07/2022

Fim da leitura:

**SINOPSE**

Na década de 1930, os ativistas de Estaline percorreram a União Soviética, exaltando as maravilhas da agricultura coletiva. Foi o primeiro passo daquela que viria a ser conhecida como a Grande Fome, que ceifou cerca de quatro milhões de vidas na Ucrânia. Inspirada pela história que o mundo esqueceu e o governo russo nega, Erin Litteken tem a coragem de desenterrar o passado. Para que não voltemos a esquecer-nos.

Em 1929, Katya tem 16 anos e vive com a família numa quinta modesta mas próspera. Entre o trabalho nos campos, a escola e as animadas reuniões da família e amigos, os seus dias passam sem grandes preocupações. Katya tem para o futuro as angústias e os sonhos típicos de uma adolescente. A sua única certeza é o amor que sente por Pavlo, o rapaz da casa ao lado e companheiro de todas as suas aventuras. Mas no dia em que os ativistas de Estaline chegam à vila, tudo muda. Reina agora o medo. À medida que a fome se intensifica, instalam-se o desespero e a barbárie. As famílias - quer pela morte, quer pela deportação - fragmentam-se. Mas mesmo nos momentos de maior escuridão, a chama da esperança teima em brilhar.

Setenta anos depois, nos Estados Unidos, Cassie descobre o diário da avó. Nada podia tê-la preparado para a história que lê.

Nada pode preparar-nos a nós, leitores, para a história desta família, que contém em si a História tumultuosa da Ucrânia.

Um livro muito bom. Gostei das duas histórias que surgiram intercaladas, se bem que tenha apreciado mais a época referente ao passado – 1930, quando se deu o genocídio contra a população da Ucrânia, empreendido pelo comunismo soviético de Stalin. Este genocídio consistia no “holodomor” ou deixar morrer pela fome. Os acontecimentos narrados e as descrições feitas referentes a esta época são duras e não se consegue ler de ânimo leve. Fica uma revolta por toda a crueldade de que o ser humano foi capaz e cresce a incompreensão pelo facto de o Homem não ter aprendido nada com os erros do passado.

Neste momento da história, ficamos a conhecer Katya Shevchenko e a irmã Alina; Pavlo, com quem Katya se casa. O cunhado, marido de Alina, Koyla e uma menina, Hayla. Esta é uma história trágica de perdas, de luta pela vida, de muita fome e cativou-me a força de Katya perante todas as provações a que foi sujeita e a proteção constante de Hayla.

A outra história é a de Cassie, da filha Birdie, da mãe, Anna, da avó, Bobby e um amigo da família, Nick. O marido de Cassie morre de um acidente de viação e Birdie, que ia com ele, é hospitalizada e deixa de falar com o choque. Quando a avó, Bobby, começa a sofrer de problemas de memória, Anne sugere que Cassie e Birdie se mudem para casa dela, podendo ser um mútuo apoio, já que elas estão a passar por um mau momento. Cassie descobre um diário escrito em ucraniano, que parece conter alguns segredos do passado e dispõe-se a descobrir os segredos que a avó aí guardara. Mas não desvendo mais. Para conhecer o conteúdo do diário e de que forma se relaciona com a história de Katya, fica o convite para a leitura deste livro, que recomendo.

Barnet, S. K. (2022). Sã e Salva. Alfragide: Casa das Letras.

Tradução: Ana Lourenço

Nº de páginas:344

Início da leitura: 17/07/2022

Fim da leitura: 17/07/2022                   

**SINOPSE**

Jenny Kristal tinha seis anos quando foi levada do passeio do seu tranquilo bairro suburbano. Doze anos depois, ela regressa milagrosamente a casa, depois de fugir dos seus raptores - mas enquanto os seus pais e irmão mais velho a recebem de volta, as perguntas começam a surgir. Onde é que ela tem estado todos estes anos? Porque está de volta agora? E será aquele lugar realmente seguro para ela? Ou para qualquer um deles?

Um excelente livro para “devorar”, uma vez que prende do início ao fim. A escrita é fluída, a história empolgante, conseguindo surpreender-nos a cada página. Gostei de conhecer esta personagem que desapareceu aos seis anos e regressa passados doze anos. À medida que a história avança, vamos ficando a conhecê-la um pouco mais. Os seus pensamentos, que vão sendo partilhados, a vida difícil por que passou e que espelha a vida de muitas crianças, acaba por nos cativar e damos por nós a temer por ela, ainda que nem tudo seja uma verdade absoluta. E mais não posso dizer!

Aconselho a leitura!

Org. Zimler, Richard; Sekulovic, Rasa (2010). O Tempo das Crianças, Histórias de Infância. Alfragide: Publicações Dom Quixote.

Tradução: Helena Marujo, Lúcia Liba Mucznik e José Lima

Nº de páginas: 196

Início da leitura:15/07/2022

Fim da leitura: 16/07/2022

**SINOPSE**

Para apoiarem a organização SAVE THE CHILDREN no seu trabalho para acabar com a violência contra as crianças, grandes autores de todo o mundo juntaram-se para criar uma fascinante antologia de contos sobre a infância.

Ficções ou memórias pessoais, felizes ou amargas, exploram e celebram a infância: o abuso e a rejeição, a solidão e o amor, as alegrias da amizade e da descoberta, e os primeiros sentimentos confusos do amor adolescente.

Selecionada e prefaciada por Richard Zimler - autor do best-seller O Último Cabalista de Lisboa, entre outros êxitos - e Raša Sekulovic - tradutor, especialista em literatura contemporânea em língua inglesa e activista dos direitos das crianças - esta antologia inclui também contos originais de Dulce Maria Cardoso, Mia Couto, Lídia Jorge e Ondjaki, que quiseram dar o seu contributo a este generoso projecto, cujos direitos revertem a favor de SAVE THE CHILDREN.

A compilação destes contos de vários ficcionistas de renome, por Richard Zimler e Rasa Sekulvic, cujos direitos revertem para a Organização Save The Children, é, sem dúvida, uma delícia.

Escreveram os contos Margaret Atwood, André Brink, Dulce Maria Cardoso, Mia Couto, Junot Díaz, Nadine Gordimer, Elizabeth Hay, Lídia Jorge, Etgar Keret, Alberto Manguel, Ondjaki, Judith Ravenscroft, Ali Smith, Katherine Vaz, Patricia Volk e Richard Zimler.

Os contos fazem jus aos seus autores e abordam várias temáticas relacionadas com crianças. Um livro que traz a memória de tempos da infância, marcada de formas distintas: pelo amor, pela educação rígida, pela solidão, pela violência, pela guerra, pelas desigualdades sociais, pelo abuso, pela amizade, pelas difíceis relações familiares, pelo medo de crescer… As diferenças entre os contos, com as características de cada autor, tornam-no mais rico e completo.

Um bom livro para quem é apreciador de contos e da temática da infância. Recomendo.

 

Wiggs, Susan (2022). A Livraria das Lembranças Perdidas. Madrid: HarperCollins.

Tradução: Fátima Tomás da Silva

Nº de páginas: 400

Início da leitura:13/07/2022

Fim da leitura: 15/07/2022

**SINOPSE**

Após uma tragédia inesperada, Natalie Harper herda uma livraria com muito encanto, e muitos problemas económicos, em São Francisco. Também se converte na cuidadora do seu avô Andrew, que cresceu no prédio histórico de Perdita Street, onde fica a livraria. O seu avô começou a sofrer perdas de memória e Natalie planeia fechar a livraria e vender o prédio para pagar os seus cuidados. Só há um problema: o seu avô é o proprietário e recusa-se a vender.

Relutantemente, Natalie encarrega-se da loja, mas descobre que os livros lhe dão consolo para a sua dor. Contrata um ex-marine da Geórgia, Peach Gallagher, para remodelar o prédio antigo. Dorothy, a filha de Peach, é um raio de luz durante os longos dias de Natalie, e até consegue colocá-la em contacto com Trevor Dashwood, um atraente romancista que se interessa pela pequena livraria.

Para sua surpresa, o seu luto transforma-se numa viagem inesperada de descobertas e revelações, desde desenterrar objetos antigos escondidos nas paredes da livraria até descobrir a verdade sobre a sua família, o seu futuro e o seu coração.

Gosto de livros cuja ação decorre em bibliotecas e livrarias. Porém, este foi uma deceção.

A premissa inicial prometia mais: era um dia importante para Natalie, ia celebrar a sua promoção na empresa para a qual trabalhava. Porém, Natalie sente a falta da mãe neste momento tão importante na sua vida. Também o namorado, o Rick, fora fazer um voo de teste e não pudera comparecer. Afinal, o namorado, que ela tencionava deixar, estava a preparar-lhe uma surpresa, fora buscar a mãe dela para assistirem ao evento. Mas um terrível acidente acaba por lhes roubar a vida. Natalie vê-se só e com uma livraria cheia de dívidas para gerir. Vendê-la não era viável, uma vez que o proprietário era o avô, que vivia no edifício da livraria e começara a sofrer de demência.

Até aqui tudo bem, preparava-me para a mudança de planos na vida de Natalie, para uma história em torno de livros. Mas, infelizmente, fala-se de livros por alto. O relevo começa a ser dado ao pedreiro que a mãe contratara para obras de restauro no edifício, de forma a facilitar a vida do avô. É uma história de indecisões amorosas de Natalie entre o pedreiro e um escritor, o que não me permitiu criar qualquer empatia pela protagonista. A única qualidade que consigo atribuir-lhe é o facto de cuidar do avô.  Esta história poderia ter sido muito mais empolgante, se fosse canalizada para a recuperação da livraria, para o desvendar de segredos guardados e procurados pelo avô, para os livros, para as “lembranças perdidas”.

Depois de Vozes de Chernobyl, precisava de algo mais leve, mas não tão leve. É um livro ideal para quem gosta de histórias de amor e de relações complicadas.

Alexievich, Svetlana (2016). Vozes de Chernobyl, História de um desastre nuclear. Lisboa: Elsinore.

Tradução: Galina Mitrakhovich

Nº de páginas: 336

Início da leitura: 10/07/2022

Fim da leitura: 12/07/2022

**SINOPSE**

Vozes de Chernobyl é a mais aclamada obra de Svetlana Alexievich, Prémio Nobel de Literatura 2015, tida como o seu trabalho mais duro e impactante.

A 26 de abril de 1986, Chernobyl foi palco do pior desastre nuclear de sempre. As autoridades soviéticas esconderam a gravidade dos factos da população e da comunidade internacional, e tentaram controlar os danos enviando milhares de homens mal equipados e impreparados para o vórtice radioativo em que se transformara a região. O acidente acabou por contaminar quase três quartos da Europa.

Numa prosa pungente e desarmante, Svetlana Alexievich dá voz a centenas de pessoas que viveram a tragédia: desde cidadãos comuns, bombeiros e médicos, que sentiram na pele as violentas consequências do desastre, até as forças do regime soviético que tentaram esconder o ocorrido. Os testemunhos, resultantes de mais de 500 entrevistas realizadas pela autora, são apresentados através de monólogos tecidos entre si com notável sensibilidade, apesar da disparidade e dos fortes contrastes que separam estas vozes.

Prefácio de Paulo Moura e tradução de Galina Mitrakhovich.

Um livro muito bom, pelo facto de a autora reunir testemunhas da tragédia do acidente de Chernobyl. Ler estes testemunhos é escutar profundos gritos de dor, de agonia, de revolta, de resignação e de uma presença constante da morte – das plantas, dos animais, dos homens – um definhar muitas vezes progressivo, até um estado vegetativo, provocado, mais uma vez, pela ambição humana. O homem destrói-se pela sua própria ganância. Foi tudo realmente muito mau, desde a construção das centrais, demasiado rápida, sem se pensar bem, sem se usarem os materiais adequados, porque quanto mais rápido melhor! Que interessava se todos iam acabar por sofrer? O bater de asas que eleva o homem pode o mesmo que o destrói, reduzido a cinzas.

Todas estas “vozes” marcam a história da Ucrânia e da Bielorrússia, sim, que nas centrais de Chernobyl trabalharam pessoas dos dois países, sofreram ambos perdas muito dolorosas e significativas. Foi realmente a “guerra nuclear”, a uma escala ainda maior que Hiroxima. Uma guerra que matou milhares de pessoas e que deixou muita gente sem lar, uma vez que tiveram de abandonar as suas casas, primeiro até Pripyat e, depois, até um raio de 30 Kms à volta das centrais. Eram refugiados que ninguém queria acolher, pela radioatividade que levavam com eles, pelas doenças e deformidades que carregavam e todos temiam o contágio. Nem mesmo as famílias…. Tinham os filhos, não queriam que eles ficassem doentes. Na escola, ninguém queria ficar ao lado deles…pelo medo do contágio. Casar com uma pessoa de Pripyat? Que poderia não poder ter filhos ou ter filhos com falta de um órgão ou outras deformidades? Não foi fácil. Nunca é fácil. É duro e também não é fácil julgar o que passava pela mente dos que não acolhiam, o medo, o pânico, o terror.

Tanta falta de informação, desde o início. Os trabalhadores das centrais nucleares não sabiam nem metade do que lhes poderia acontecer. Era preferível mantê-los na ignorância…

É muito duro ler este livro, dei por mim, por muitas vezes, comovida, revoltada, mas é essencial lê-lo. Temos de saber até onde o homem já foi, para evitar decisões tão erradas como estas.

Knight, Renée (2016). Pura Coincidência. Lisboa: Suma das Letras.

Tradução: Isabel Veríssimo

Nº de páginas: 304

Início da leitura: 09/07/2022

Fim da leitura: 09/07/2022

**SINOPSE**

E se de repente se apercebesse de que é o protagonista do aterrador romance que está a ler? Catherine tem uma boa vida: goza de grande sucesso na profissão, é casada e tem um filho. Certa noite, encontra na sua mesa-de-cabeceira um livro de título O perfeito desconhecido.

 

Com uma excelente premissa, Pura Coincidência corresponde, com efeito, às expetativas iniciais. A escrita é elegante e envolvente, ainda que a tradução e revisão pudessem ter sido mais cuidadosas.

A narrativa vai alternando entre momentos diferentes: o verão de 1993 e o verão de 2013, com algumas incursões por outros momentos fulcrais na narrativa. Em 2013, o casal Catherine e Robert levam uma vida perfeitamente normal. O filho, Nicholas, acabara de se emancipar indo viver sozinho.

Tudo começa quando Catherine descobre e começa a ler um livro que não se lembra de ter comprado – O Perfeito Desconhecido. À medida que o vai lendo, apercebe-se de que aquele livro traz à tona memórias que gostaria de ver esquecidas. Mas como pode aquele livro ser sobre a sua vida? Questiona o marido sobre o livro, mas também Robert não o reconhece. Quando, mais tarde, questiona o filho, este diz-lhe que já o lera, mas que aquele não era o seu, pois tinha um igual em casa. Então, como fora aquele livro parar a casa deles? Desenvolve-se um misto de repulsa e atração pela história contada, em que a protagonista se reconhece, o que a leva a temer pelo fim trágico que poderá antecipar a sua própria tragédia.

Mas quem lhes terá enviado o livro? E ainda pior: quem escrevera um livro sobre Catherine? E com que intenção?

A partir daqui, temos as memórias de um verão de 1993, que estariam aparentemente adormecidas na mente de Catherine e que esta pensava não terem sido presenciadas pelo filho, no momento em que, numas férias em Espanha, o marido tivera de regressar mais cedo, deixando-os sozinhos.

Emocionante e empolgante até ao fim, este é um thriller psicológico que os apreciadores do género não podem deixar de ler.

Dicker, Joël (2014). A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert. Lisboa: Penguin Random House.


Tradução: Isabel St. Aubyn

Nº de páginas: 664

Início da leitura: 04/07/2022

Fim da leitura: 08/07/2022

**SINOPSE**

Verão de 1975. Nola Kellergan, uma jovem de quinze anos, desaparece misteriosamente da pequena vila costeira de Nova Inglaterra. As investigações da polícia são inconclusivas. Primavera de 2008, Nova Iorque. Marcus Goldman, escritor, vive atormentado por uma crise da página em branco, depois de o seu primeiro romance ter tido um sucesso. Junho de 2008, Aurora. Harry Quebert, um dos escritores mais respeitados do país, é preso e acusado de assassinar Nola, depois de o cadáver da rapariga ser descoberto no seu jardim. Meses antes, Marcus, discípulo de Harry, descobrira que o professor vivera um romance com Nola, pouco tempo antes do seu desaparecimento. Convencido da inocência de Harry, Marcus abandona tudo e parte para Aurora para conduzir a sua própria investigação.

 

Este é o segundo livro que leio do autor, que não me tem defraudado. Escreve de forma simples, mas envolvente e prende-nos à narrativa e, ainda que em alguns momentos, surjam algumas repetições, penso que será propositado, porque, como o livro é tão extenso, o leitor corria o risco de perder o fio à meada. A narrativa foi muito bem conseguida, uma vez que nos prende e surpreende até ao fim.

Toda a narrativa gira em torno do desaparecimento de Nola Kellergan, no verão de 1975. Passados 33 anos, é descoberto o cadáver de Nola, no jardim da propriedade de Harry Quebert, professor de literatura e mentor do escritor Marcus Goldman e também ele um escritor reconhecido. Numa fase da sua vida em que não se sente inspirado (debatendo-se com a “síndrome da página em branco”) e se vê pressionado pelo seu editor, Goldman é desafiado a escrever um livro sobre o caso que começara a investigar para provar a inocência do amigo Quebert. Mas até que ponto um livro baseado numa investigação feita pelo escritor poderá revelar toda a verdade? Muito há a descobrir, muito se esconde e só no fim conseguimos perceber o que realmente sucedeu a Nola. Para resolver o mistério, aconselho a leitura do livro.

Cleave, Chris (2013). Menina de Ouro. Alfragide: Edições ASA.

Tradução: Elsa T. S. Vieira

Nº de páginas: 368

Início da leitura: 02/07/2022

Fim da leitura: 03/07/2022

**SINOPSE**

É difícil encontrar palavras para descrever a EMOÇÃO que os livros de Chris Cleave despertam. Os seus enredos são apenas uma parte da HISTÓRIA. Mais importante é a forma como tocam o leitor. E isso é ÚNICO e irrepetível.

Menina de Ouro é sobre os limites do AMOR. Sobre as nossas LUTAS diárias. Sobre o conflito entre os nossos DESEJOS e a realidade. Conheça Kate e Zoe. Duas mulheres brilhantes com um SONHO que apenas uma poderá realizar. Conheça também Sophie. Uma criança dotada de uma sensibilidade rara, que luta entre a VIDA e a morte.

Estão unidas por um SEGREDO. Delas se exige uma ESCOLHA. No momento mais importante das suas vidas, uma delas terá de fazer o derradeiro SACRIFÍCIO.

Menina de Ouro é sobre o que significa ser HUMANO, mas também sobre o que nos permite a todos, de diferentes formas, atingir o EXTRAORDINÁRIO.

Um livro muito bom, com uma boa premissa, bem escrito, com personagens que não nos deixam indiferentes, comovente e cativante.

A história vai cruzando vários tempos da narrativa. As analepses permitem-nos ficar a conhecer melhor as personagens, as suas motivações e decisões, em virtude de tudo o que o passado fez delas.

Esta é a história do que motiva três amigos ciclistas de alta competição (Kate, Zoe e Jack) a ultrapassarem os seus limites em cada prova, ainda que, muitas vezes, fosse mais fácil se não fossem amigos ou não tivessem de competir entre si. A competição traz muitas vezes à tona o que de pior uma pessoa tem e é. E há erros, más decisões, que advêm de uma obsessão pela vitória, que poderão levar a comportamentos e atitudes incontornáveis e irreversíveis.

A personagem que, quanto a mim, é a grande protagonista da história é Sophie, uma menina de oito anos, “filha” de Kate e Jack, porque, apesar de sofrer com os tratamentos de quimioterapia, que faz para tentar combater uma leucemia, tem a força de vontade e a coragem para nunca deixar transparecer o seu verdadeiro sofrimento e não deixar os pais tristes.

E muito mais haveria a dizer. Deixo todos os momentos que mais me comoveram para serem descobertos por novos leitores, que, com certeza, não ficarão indiferentes. Aconselho a leitura.

 Veil, Simone (2021). A Madrugada em Birkenau. Lisboa: Quetzal Editores.

Tradução: António Sabler

Nº de páginas: 280

Início da leitura: 01/07/2022

Fim da leitura: 01/07/2022

**SINOPSE**

Numa primeira parte do livro, Simone Veil fala da sua infância, da família, recorda o início das perseguições raciais em França, e relata a deportação, a vida nos campos de Drancy, Auschwitz-Birkenau, Bergen-Belsen, e o impacto destes acontecimentos na vida que se lhes seguiu. Na segunda parte, dialoga com antigos companheiros sobreviventes do holocausto, e com a irmã, membro da Resistência, e que reencontrou no fim da guerra.

Um extraordinário documento histórico, enriquecido por muitas fotografias (dos anos trinta e de anos recentes): deportada aos 16 anos, Simone Veil veio a tornar-se a francesa mais popular e uma das mulheres mais importantes da política europeia do século XX. Simone Veil habita literalmente este livro. O leitor ouve a sua voz e sente a sua liberdade interior.

É sempre duro ler um livro de não ficção sobre a II Guerra. E, por incrível que pareça, nunca ficamos a saber realmente todo o horror vivido. Simone realça isso mesmo, referindo que quem visita agora os campos não tem a perceção do que aquilo foi e de como se colou à pele e à alma. Se agora existem árvores e uma aparência minimamente “normal”, na altura em que Simone por lá passou era apenas lama, não havia árvores, e o cheiro da fome, da sujidade, do medo e da morte, já não se sentem.

Acredito que assim seja e, por mais respeito que tenhamos pelos sobreviventes do Holocausto, nunca conseguiremos saber (e esperemos nunca vir a saber) o que aquilo representou realmente para todos os que para lá foram, ignorantes de tudo o que os esperava: a separação das famílias à chegada, as câmaras de gás, o fumo, as cinzas, o cheiro a carne queimada, o árduo trabalho, as fardas infestadas, a morte lenta pela fome e consequentes doenças, os abusos em relação às mulheres e muito muito mais…

Simone Veil destaca-se pela sua coragem, pela força de vontade, por tudo o que conquistou, mesmo depois do que passou, uma vida de luta pelos direitos da mulher, pela justiça. Foi magistrada, ministra da saúde, a primeira mulher presidente do Parlamento Europeu. Como ministra, concretizou a “Lei Veil”, que despenalizou a interrupção voluntária da gravidez, em França. Por isso, ficará para sempre na história e na memória de quantos lerem este livro.


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Professora de português e professora bibliotecária, apaixonada pela leitura e pela escrita. Preza a família, a amizade, a sinceridade e a paz. Ama a natureza e aprecia as pequenas belezas com que ela nos presenteia todos os dias.

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