(imagem do google)
Não sei em que becos te escondes,
que não te encontro quando de ti preciso.
Não te ouço se me respondes
e procuro desesperadamente o teu abrigo.
Ah, pudesse eu repousar no teu ombro amigo!
Mas a minha vida é um verdadeiro vendaval,
fustigada pelos ventos da contrariedade
que desconhecem a minha vontade,
apenas forças enfraquecidas pelo temporal.
Ah, pudesse eu ficar a sós contigo!
Mas nem tudo segue o rumo certo,
nem todos os fins são os idealizados.
A minha história tem um final aberto
onde não se escrevem rumos sonhados.
Procuro-te na penumbra do meu leito,
mas a mente, veloz contra a maré,
vem apenas questionar a minha fé,
retalhando-me o sonho desfeito.
Luto contra os vendavais interiores,
monstros criados pelo meu medo,
sempre a sós, como que em segredo,
sem conseguir vencer os meus temores.
Ah, pudesse eu encontrar-te, Paz,
e em ti repousar o meu cansaço!
Célia Gil