Portabales, Arantza (2025). Beleza Vermelha. Lisboa: Publicações Dom Quixote.
Tradução: Rui EliasN.º de páginas: 416
Início da leitura: 01/09/2025
Fim da leitura: 02/09/2025
**SINOPSE**
"Um cadáver, seis possíveis assassinos.
Ninguém está livre de suspeitas, nem mesmo a própria vítima.
Um crime passional em Santiago de Compostela, com ecos de Joël Dicker.
Seis suspeitos jantam no jardim de uma luxuosa casa nos arredores de Santiago de Compostela enquanto o corpo de Xiana Alén, de quinze anos, jaz no chão do seu quarto coberto de sangue, como se fosse uma instalação artística: os pais, a tia Lía Somoza - uma pintora de renome internacional -, um casal de amigos e a tia idosa das irmãs Somoza.
Todos os indícios apontam para Lía, mas alguns dias depois ela tenta suicidar-se e é internada num hospital. O comissário Santi Abad, com a ajuda de Ana Barroso - uma polícia jovem, forte e temperamental, com quem desenvolverá uma relação intensa e conflituosa -, terá de desvendar os segredos mais bem guardados da família Alén Somoza, uma das famílias mais poderosas e ricas da alta sociedade galega.
Beleza Vermelha é uma intriga excecional, em que nada é o que parece e ninguém é quem diz ser, que confirma Arantza Portabales como a nova senhora do romance policial espanhol."
Quando peguei em Beleza Vermelha, confesso que esperava um policial daqueles que não se conseguem largar, cheios de ritmo e tensão. A premissa parecia promissora: um crime brutal numa escola religiosa, uma vítima jovem, segredos escondidos e uma dupla de inspetores para nos guiar pela investigação. Tudo isto parecia reunir os ingredientes certos para me prender da primeira à última página.
No entanto, à medida que avançava, senti que a narrativa se arrastava. Há um excesso de repetições — tanto nos diálogos como nas descrições — que tornam a leitura mais lenta do que deveria ser. Dei por mim a querer saltar páginas, à espera de um avanço significativo na investigação, mas o enredo parecia sempre a circular no mesmo ponto. Para quem procura a adrenalina típica de um thriller, esta opção narrativa pode ser frustrante.
Ainda assim, não posso negar que Arantza Portabales tem um talento especial para explorar as personagens. Há um cuidado na forma como expõe fragilidades, tensões e contradições, que torna o livro mais denso e humano do que muitos policiais que já li. E, mesmo assim, não consegui sentir empatia pelas personagens.
O problema é que, para mim, essa escolha acabou por pesar demasiado na balança. Fiquei com a sensação de que a autora sacrificou o ritmo da intriga em nome da introspeção. E, sendo honesta, não era isso que eu procurava quando comecei o livro.