Antes da postagem de hoje, gostaria de compartilhar o estado da minha horta. É ótimo poder cuidar dela. E até já tenho uma amostra de pêssegos e cerejas.
Do lado esquerdo, os morangueiros estão viçosos, com alguns morangos a amadurecerem e muita flor. Depois o canteiro das alfaces, bem verdejante. Atrás estão pimentos, feijão, uma amoreira e uma framboesa. No canteiro de cá couve coração, couve penca, courgete, pepino, couve branca e cebolas.
Aqui as ervas aromáticas. Já cortei algumas para secar, como os orégão, o alecrim, o caril e o serpão. Restam umas alfaces que tenho ido colhendo para cultivar melancia, melão e meloa.
O pessegueiro, apesar de tão pequenino, não quer ficar atrás e os pêssegos lá estão, felizes da vida.
As flores não podiam faltar a dar cor à gravilha.
Jarros compõem o vaso de entrada, misturam-se os rosa, pretos e escondem-se ainda atrás os brancos. À frente quero acrescentar os amarelos/laranjas.
E agora a flor dos meus olhos, a minha cerejeira já com dez cerejas! E tudo regado por boa água, já que fizemos um furo! E aqui vai o poema inspirado nesta magnífica árvore e que dá título à postagem:
Coroei aquela cerejeira
rainha do meu sonho.
Ela agradeceu, altaneira,
curvando sobre mim
lindo brincos vermelhos.
A nossa história
começou numa manhã de primavera,
o sol ainda há pouco despontara
quando te vi,
da janela da sala.
O sol beijava o orvalho da manhã,
as tuas folhas sacudiam-se
banhando-se ao sabor do vento.
Quando me aproximei,
fiquei presa ao deslumbramento
de um pequeno botão de flor
de vida sedento
que abriu em flor
branco-rosado de cetim.
Olhei-a...
Olhou para mim...
E todos os dias uma nova flor
nascia aqui e ali
enfeitando tudo em seu redor.
Longas tardes em conversas
sobre tudo e sobre nada,
memórias dispersas
de uma vida passada.
E as flores de cetim
deram lugar a frutos,
pequenos botões verdes
denunciando futuras vitórias,
que foram amadurecendo,
corando com as minhas histórias.
Assim foi, assim aconteceu
esta ligação tão intensa,
a tua fruta amadureceu
esplêndida e sumarenta.
E daqui a muito tempo,
quando eu já for velhinha,
ainda me sentarei,
lá pela tardinha
e te confidenciarei
tudo o que me vai no peito.
Os meus netos correrão
à procura do fruto eleito.
Verás, considerar-te-ão
para sempre
rainha do fruto perfeito!
Célia Gil