Histórias Soltas Presas Dentro de Mim

Há quem passe por nós
e de quem nada fica.
Vozes de quem está a sós
e anda meio perdida.

Há quem passe na vida
deixando um vazio,
pessoas que não nos aborrecem
nem nos aquecem o frio.

Há quem passe de asa solta
e voe sem direção,
semeando vazios à volta
sem abrir o coração.

Mas há as que nos agarram na mão
e nos estendem o braço.
As que dizem que não
mas que nos dão um abraço.

Mas há as que nos vigiam
e nos deixam sonhar,
que nos amparam e guiam
se o sonho falhar.

Mas há as que gritam
"Tens de continuar!"
São pessoas que ficam
e nos fazem lutar.

Mas há as que nos deixaram
a renascer da dor,
aquelas que na saudade legaram
um tratado de amor.

                                 Célia Gil



Que faço aqui? Qual o meu lugar?
Porque não reconheço o que sou?
Procuro-me sem me encontrar...
Do que era nada ficou!

Porque me fizeram sentir indesejada?
Roubaram-me a identidade profissional.
Será que mereço ser condenada?
Digam-me, por favor, que fiz de mal?

E a angustia é porque tudo o que fiz
fi-lo com a máxima dedicação.
Porque quis o destino
arrancar-me dos pés o meu chão?

Falta-me a voz projetada
erguendo a taça do conhecimento,
ou simplesmente elevada
a pedir concentração e silêncio.
                                                 Célia Gil

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      (imagem do google)

Histórias fervilham na mente
à espera de serem contadas,
histórias loucas entrelaçadas
vêm, vão e voltam sempre.

Histórias com passado
que vivem de memórias
antigas, velhas histórias
de um passado bem guardado.

Histórias feitas do presente,
incríveis, quase irreais,
loucas, sensacionais,
que eu vivo e toda a gente.

Histórias feitas de futuro,
supostas, criações ficcionais,
imaginações a mais,
fugas a este mundo duro.

Histórias fervilham na mente,
aguardando serem contadas,
no papel armazenadas
e ficarem para sempre.
                             Célia Gil


(imagem do Google)


       Nunca trilhamos todos os caminhos. Nunca sabemos nada. Quando pensamos que a vida nos ensinou tudo, novas situações se nos deparam e nos fazem questionar onde estivemos até ali, que desconhecíamos realidades tão presentes e prementes. Realidades que, às vezes, estão tão próximas... Tão próximas e tão distantes de as sequer supormos.Vivemos a vida que escolhemos ou nos foi dada a viver, não imaginamos que a rotina trabalho-casa nos torna tão ignorantes em relação a certas situações tão presentes na nossa sociedade, localidade, país... Faz-me até lembrar a personagem do limpa-vias que trabalhava no subway em Nova York, de sol a sol, desconhecendo os ritos e tradições e que, quando viu arroz caído no escuro da galeria subterrânea, pensou que era enviado por Deus para o sustentar a si e à família, quando eram restos do arroz atirado aos noivos em casamentos (Arroz do Céu,  um conto de José Rodrigues Miguéis). Todos, afinal, todos sem exceção, somos um pouco como o limpa-vias, conhecemos só o que fazemos. Mas o maldito vício do ser humano julgar tudo, opinar sobre tudo, leva-o a comentar depreciativamente todas as classes profissionais, mesmo ignorando os meandros de cada profissão.
       Devemos estar mais atentos ao que se passa à nossa volta, ser cidadãos mais ativos, sobretudo no dever cívico e moral. Ajudar com o que se pode a quem realmente precisa e se deixa ajudar, sinalizar situações que nos parecem irrisórias em relação a crianças e idosos vítimas de negligência e outras atitudes piores. "Mais vale prevenir do que remediar" e eu acrescentaria que a melhor maneira de remediar é prevenir!
       Sejamos cidadãos ativos através de pequenos gestos que não nos roubam muito tempo, mas que farão, com certeza, toda a diferença para quem realmente precisa!
                                                                                                      Célia Gil

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Sobre mim

Professora de português e professora bibliotecária, apaixonada pela leitura e pela escrita. Preza a família, a amizade, a sinceridade e a paz. Ama a natureza e aprecia as pequenas belezas com que ela nos presenteia todos os dias.

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