Histórias Soltas Presas Dentro de Mim
Os pensamentos que me habitam
vagueiam, incontroláveis,
são pensamentos que gritam
em ouvidos insondáveis.

São pensamentos soltos,
sem dono ou razão,
vagueiam como loucos
à procura de explicação.

Não os controlo como queria,
não os entendo, nem os domo.
Saem de mim em romaria,
em cada dia que somo.

livres, enigmáticos, impenetráveis,
soltam-se numa corrida,
numa torrente, incontroláveis,
nesta prisão que é a vida.

Mas logo volto a mim,
os encarcero no fundo da mente.
Não os posso deixar andar assim
tão livres, livremente.

Queria eu, se dona fosse da razão,
conseguir domar o pensamento,
mas este meu louco coração
só tem ouvidos de vento!

                                     Célia Gil









Hoje trago uma proposta de leitura, que me tem absorvido inteiramente neste mês. Intenso, dramático, verídico são alguns dos adjetivos com que ouso classificar este romance histórico.

Zimler, Richard (1996).O Último Cabalista de Lisboa. Lisboa: Livros Quetzal.
  
O Último Cabalista de Lisboa baseia-se num acontecimento verídico (o que faz com que a sua mensagem se torne mais forte e pesada, levando o leitor a uma grande repulsa por determinados acontecimentos), um grande massacre de cristãos-novos e judeus, ocorrido em Lisboa, no reinado de D. Manuel, em 1506, na Páscoa judaica. Os frades incitavam o povo à matança, acusando os cristãos-novos de serem responsáveis pela ira de Deus que terá causado a fome e a peste que assolavam a cidade. O rei foi complacente com os acontecimentos, permitindo inclusivamente grandes fogueiras no Rossio, onde muitos judeus foram queimados.

Berequias Zarco, sobrinho e discípulo de Abraão Zarco (iluminador e membro respeitado da célebre escola cabalística de Lisboa), encontra mortos o tio e uma jovem desconhecida, na cave que servia de templo secreto desde que a sinagoga fora encerrada pelos cristãos-velhos. Um valioso manuscrito também desapareceu do seu esconderijo. Estarão os dois incidentes relacionados? Terá sido um cristão ou um judeu, como os indícios fazem crer, a assassinar o tio? Quem será a rapariga morta?  É  pela voz de Berequias, narrador e protagonista da obra, que somos conduzidos numa investigação impressionante, policial e histórica, durante a qual Berequias enfrenta vários perigos, pondo constantemente em risco a sua própria vida. As investigações de Berequias levam-no a descobrir que o tio, pressagiando a violência que se abateria sobre os judeus portugueses, se dedicava a fazer sair do país, através de uma rede de passadores clandestinos, importantes manuscritos para a fé hebraica. Para confirmar as suas suspeitas, precisava encontrar a última Haggada (livro hebraico) de seu tio, desaparecida. Também nos sonhos premonitórios que vai tendo, o tio lhe aparece constantemente, dizendo-lhe frases enigmáticas, que o ajudarão a encontrar coragem para não desistir da vingança a que se propusera (por ex: “Lembra-te: a nossa sombra é a tua luz. A nossa maior simplicidade é o teu maior paradoxo. Escuta, Berequias. Não deves nunca enviar as tuas iluminuras por um portador que não seja capaz de se reconhecer a si próprio ao espelho de um dia para o outro.”- pág.147 e “Caro Berequias, a vida propõe-nos muitas veredas que não levam a lado nenhum, portas que se abrem sobre meros abismos, escadas que sobem até portões fechados a cadeado. ” – pág. 226 ).
Uma realidade cruel, exposta através de uma linguagem que não suaviza essa realidade, mas que, pelo contrário, a mostra de tal forma chocante e direta, que o leitor se vê no meio de uma barbárie que faz estremecer e, ao mesmo tempo, imaginar estes tempos tão negros da História - o fanatismo, a frieza, o ódio, a violência, a crueldade total que se propagava em Portugal. Muitos destes judeus tinham sido expulsos de Castela, em 1492, pelo rei D. Fernando (cognominado O Católico). Mas não é a paz que eles encontram em Portugal. É a insanidade total de um ódio tão cego quanto inexplicável.
É igualmente incrível a amizade que une Berequias e Farid (um muçulmano). Uma amizade muito intensa, que mostra ser possível a boa convivência entre judeus ou cristãos-novos (aqueles que haviam sido forçados à conversão) e os mouros, em oposição ao fanatismo e violência demente dos cristãos.
Berequias não descansa enquanto não descobre o assassino de seu tio. Quem terá tido a ousadia de matar Abraão? Provavelmente, quem menos se espera…
Teria o tio pensado que Berequias poderia ser o salvador bíblico? E responde a esta pergunta, afirmando “A resposta está nas vossas mãos: acho que meu tio pressentiu que só o pesadelo da sua morte me poderia levar a escrever este livro que vós agora ledes. Que só a sua partida violenta da Esfera Terrena poderia mostrar-me que o nosso futuro na Europa estava acabado. Que só a mais terrível das tragédias poderia convencer-me a pedir a todos os judeus…que partissem para  onde estivéssemos a salvo da Inquisição ou de quaisquer outros horrores que os reis cristãos pudessem algum dia vir a conceber contra nós. ” – pág. 311.

Publicado originalmente em Portugal, O Último Cabalista de Lisboa é um extraordinário romance histórico, que catapultou o seu autor para um sucesso internacional, tendo sido publicado em toda a Europa, nos Estados Unidos e Brasil, onde depressa se tornou um bestseller.





Por detrás daquela porta,
no sofá do aconchego,
há histórias que ficaram
como o nosso segredo.
São histórias reais,
feitas de vida e suor,
com peripécias tais...
Histórias de morte e de amor.
Vidas que superaram
as humanas expetativas.
Vidas que se cruzaram
em tristezas consentidas.
Almas que a amar
se afastaram.
Almas que afastadas
se amaram.
E eu, aconchegada
numa manta embrulhada,
vou deixando projetar
nas brancas da minha mente
histórias feitas de amar,
histórias de antigamente.

                                      Célia Gil

     Estou triste, muito triste. Perdi o meu amigo, companheiro e fiel cãozinho Dragão. Um amigo que fazia parte da família há treze anos. É muito triste. Os animais têm uma vida demasiado breve para o amor que dão e a companhia que fazem. 

     Não escolhi o Dragão, foi ele que me escolheu. Passo a explicar: certo dia, entrei numa loja de animais para comprar comida para os peixes que tinha. Nunca tinha tido vontade de ter um cão. Era algo em que nunca tinha pensado, se bem que os meus filhotes, na altura pequeninos, me pediam para ter. Nesse dia, ao entrar na loja, onde havia mais clientes, estava um cãozinho solto pela loja. De imediato se acercou de mim e já não me largou. O Dragão escolheu-me para ser sua dona.
     Fiz uma surpresa aos meus filhos, tanto que o mais novo, quando viu o cãozinho, que parecia um peluche pequenino, em casa, me disse "tão giro, um cão a pilhas! Podes desligar mãe!". Nunca pensou que eu pudesse arranjar mesmo um cão a sério. Quando se apercebeu de que era verdadeiro, nunca mais o largou. Os meus filhos foram, sem dúvida, mais felizes com o Dragão. Um cão ensina muito. Ensina a perdoar, a amar, a respeitar. Nunca o deixamos, levamo-lo sempre connosco em todas as férias, para onde quer que fossemos. Escolhi sempre casas ou hotéis que permitissem a presença de animais, nem que fosse mais caro. Fomos muito felizes com ele e penso que ele também foi muito feliz.  connosco. Um animal humaniza-nos e torna-nos mais compreensivos. Faz-nos sentirmo-nos sempre amados. Sempre ansiando o nosso regresso a casa em cada final de dia de trabalho, sempre satisfeito por nos ver, sem nos fazer exigências, sem amuos, sem reclamações. Numa entrega total.

     O Dragão foi um cão muito querido, sempre a proteger os meus filhos, muito individualista, muito esperto, mas também afetuoso, e querido. Raramente ladrava. Com a patinha, chamava-nos para pedir água, comida ou para ir à rua.

     Ficarás, Dragão, para sempre na nossa memória.






Quem está por detrás desta folha
amarelecida pelo outono?
Nada, nada existe atrás da folha
em que escrevo
o outono da minha vida.
Talvez um imenso vazio,
talvez todas as perdas de mãos dadas,
talvez a indiferença a ser indiferente
sem me ver, sem sequer se importar.
Estará, com toda a certeza,
um outono que pesa nos ombros,
um frio que se adentra pelos olhos
e os deixa imóveis, petrificados,
à espera do inverno que leve
a breve folha leve.
                                               Célia Gil

Ingredientes:

200 g de manteiga
250 g de açúcar
6 ovos
300 g de farinha
2 colheres de chá de fermento em pó
1 laranja - sumo e raspa.

Calda de Laranja:
Sumo de 2 laranjas, ao qual se adicionam 50 g de açúcar. Vai ao fogão, até ter a consistência de uma calda.

Modo de Preparação:

Numa tigela, misture bem a manteiga com o açúcar, até ficar um creme esbranquiçado, onde o açúcar esteja totalmente desfeito.

Nesse momento, junte as gemas, mexendo bem. Acrescente o sumo e a raspa da laranja.
Adicione lentamente a farinha com o fermento, envolvendo-os no preparado anterior.

Junte as claras em castelo, envolvendo-as cuidadosamente.

Coloque o preparado numa forma previamente untada com manteiga e farinha e leve ao forno cerca de 40 minutos, a 180 graus.

Desenforme e verta a calda sobre o bolo.

BOM APETITE!




Não somos nada, nunca tenhamos pretensões de o ser. Estamos sós quando mais precisamos, ainda que rodeados da gente de  "a mim a mim".  Em último lugar... Remetemo-nos para último lugar... De resto, somos sombras de gente que desconhecemos. Escombros postos de lado, sem credibilidade. Vivemos uma vida que não é nossa, que não é a dos contos de fadas. A indiferença, a incompreensão pautam, de dia para dia, cada vez mais, a nossa vida. É fácil apontar o dedo em riste e atirar culpas, difícil mesmo, é a preocupação advinda do carinho, aquele que não pede nem exige satisfações, apenas compreende...
                                                                                                                  Célia Gil


Cruz, Afonso (2015). Flores. Lisboa: Companhia das Letras.

Este livro chama-nos de imediato a atenção pela própria capa – as flores azuis, símbolo da eternidade, captou-me e motivou-me para a sua leitura.
Depois de ler Os Livros que Devoraram o meu Pai, fiquei curiosa em ler mais livros deste escritor. E foi assim que, e aproveitando uma das frases mais proferidas no livro, entrei “mais dentro na espessura”.
Numa linguagem poética e fluída, somos conduzidos à história de um homem, que se encontra numa fase difícil da sua vida – divórcio, distanciamento da filha – resultante, também, da sua própria maneira de ser, ao alhear-se de algumas situações que o rodeiam e da sua própria vida. Acaba por constatar que a relação com a mulher falhou, porque já só se beijam “como quem faz a cama” e os beijos “sabem à rotina, às finanças, ao barulho da máquina de lavar a loiça”.
Sem conseguir resolver os seus problemas e talvez até para fugir deles, decide ajudar um vizinho, o Sr. Ulme, a recuperar as memórias perdidas, em virtude de uma doença degenerativa, após ter sido operado a um aneurisma.
Enquanto se embrenha na recuperação das memórias de Ulme, junto de pessoas que o conheciam, com a ajuda da filha, que sente uma grande amizade por Ulme, faz por esquecer e ultrapassar os seus próprios problemas. No fundo, ele e Ulme são duas pessoas perdidas no mundo e a precisar de companhia.
Acaba por perceber que a vida é efémera e que, à medida que passa, se vai perdendo a própria razão de existir e até mesmo a existência. Urge, por isso, recuperar a capacidade de acreditar no futuro e de lutar pelos próprios sonhos. O futuro não é uma construção do passado, não há “armas capazes de disparar um futuro”. O que se perde, custa a recuperar, até porque a pessoa que viveu essas perdas, se vai transformando e tem de enfrentar as mudanças para poder habituar-se a viver com elas, a ser feliz para além delas.
São personagens muito atuais e é tecida uma crítica a esta realidade presente, em que as pessoas se perdem nas teias da rotina (que acaba por funcionar como um ladrão de amor), nas relações conjugais, familiares e, até, no amor-próprio.
Acabam por recordar apenas os momentos especiais, os que não foram consumidos pela rotina.
A morte iminente tem o poder de conferir sentido à vida, tornando as vivências mais intensas, criando a vontade de mudar, de lutar diariamente.
Vale a pena viajar “mais dentro na espessura” e conhecer estas personagens, que têm sempre algo para nos ensinar.
Deixo uma passagem do livro, sem dúvida aliciante:
“As mães são as fiéis depositárias da nossa infância, dos primeiros anos. As tuas memórias mais importantes, mais formadoras, não são tuas, são dela. E quando a tua mãe morrer, levará consigo a tua infância, perderás os primeiros anos da tua vida. Por isso trata-a bem” (pág. 80).
Vale a pena! Penetrem “mais fundo na espessura”!
                                                                                                                Célia Gil




No dia em que te esqueceste
de quem eu era, quem te era,
senti fugir o chão que me deste
e destruir-se toda a quimera.

A tua voz passou a ser vazia,
oca de histórias e de momentos,
uma voz sem contorno e vadia,
uma voz que não lê os pensamentos.

O teu sorriso também deixou de ser,
nos teus olhos já não moram ilusões,
quem te conhece há de compreender
o vazio em que vivem as tuas emoções.

Já não lês os sentimentos que me tomam,
não afloras os problemas, que desconheces.
E os dias são dias que apenas somam
horas e minutos de que logo te esqueces.

Passa a vida, a teu lado, ombro a ombro.
Tu olha-la de soslaio sem a reconheceres,
e todas as histórias que viveste são escombro
que olhas sem veres e sem entenderes.

E como criança outra vez nascida,
sucumbes ao carinho que ainda te acalenta.
És uma gaivota do ninho perdida,
numa noite sem céu e nevoenta.
   
                                                 Célia Gil







Tanta maldade!
Há dias em que os nossos olhos choram o que a boca não ousa falar. É tão duro ver o meu país, assim, a debater-se, em vão, contra as chamas. Fico muda, petrificada e queimada por dentro. As imagens irrompem com tal força pelas minhas retinas dentro, que engasgam soluços, contorcem artérias, arrepiam o coração, trespassam a alma, ficam marcadas para sempre. 
Como é possível?
Quem é capaz de matar? Matar a natureza, que todos os dias nos presenteia com a sua beleza?
Matar os animais que por ali correm, esbaforidos e presos nas chamas?
Matar sonhos, de quem investiu uma vida inteira nas terras, nas casas, nas máquinas agrícolas e tantas outras coisas ardidas, perdidas?

Sonhos petrificados em rostos de dor, num baixar de braços ante a impotência que derrota a esperança!

Incendeiam-nos a esperança. Matam-nos os sonhos, a força, a coragem, a vontade.

Matar pessoas, PESSOAS! ANIMAIS! SERES VIVOS!

Como é que alguém é capaz de pôr fogo, depois de tantas calamidades?
E ficar indiferente...Em prisão domiciliária, a aguardar um julgamento que os deixa em liberdade... 
Então são doentes, são capazes de matar, porque são doentes...Mas dormem, conseguem fechar os olhos, à noite e repousar.
Quem, com cancro terminal, pensa em matar alguém? E isso, sim, é uma pessoa verdadeiramente doente e desesperada!
Se é loucura, se é demência, há que tratá-la. Mas não é deixando para depois, não é libertando, para voltarem a fazer o mesmo, vezes sem conta! 
Para quando? Para quando a prevenção? A prevenção não está apenas nas matas, a prevenção está na educação, no internamento, na terapia, na prisão! Não é possível deixar em liberdade, alguém que incendeia, porque foi traído pela mulher, alguém que incendeia, porque precisa de adrenalina, alguém que incendeia, para ganhar milhões com os incêndios! Esta é só mais uma forma de deixar andar... A prevenção e a resolução dão, provavelmente, muito trabalho e pouca adrenalina!!!

Matar? Há em qualquer dessas situações que mencionei, uma justificação para matar? Para destruir o nosso país? 
NADA justifica, NADA penaliza, NADA se faz e tudo continuará até Portugal estar completamente negro, mais do que já está.

Negro por fora, negro por dentro das almas que choram esta desgraça.

Apesar de alguns morrerem fisicamente, todos morremos um pouco por dentro. Já diz o ditado popular "Elas não matam mas moem". Bem verdade! Quem, digno, não se sente morrer a cada dia, a cada incêndio, a cada destruição? Quem não se sente impotente, chocado, abalroado com a realidade tão dura que nos sufoca a cada nova notícia, a cada nova imagem?

MORREMOS, morremos todos, quando nos morre o nosso país, quando nos morre a nossa gente!
                                                                                                                                              Célia Gil


E, apesar de já termos entrado no outono, o calor continua a fazer-nos companhia, pelo que ainda é possível apanhar muitas framboesas maduras e suculentas. 

Inspirada neste fruto, fiz uma sobremesa, que vou partilhar, porque, além de muito fresca, é igualmente saborosa e fácil de fazer.

Adiciona-se a 5 colheres de farinha maisena um pouco de leite. Mexe-se muito bem. Adiciona-se o restante leite até perfazer um litro. Juntam-se duas latas de leite condensado. Mexe-se bem e vai ao lume, mexendo sempre, até ficar em ponto de pudim.
Quando estiver morno, adiciona-se um pacote de natas batidas. Vai ao frigorífico refrescar.

Entretanto, faz-se uma gelatina instantânea de framboesas.

Quando estiver frio, colocam-se as framboesas (estas foram acabadinhas de colher!)

Entorna-se a gelatina já fria, com cuidado. E vai refrescar! Uma delícia!






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O Amor nos Tempos de Cólera, Gabriel García Márquez

   É um romance em que a história de Fermina Daza e Florentino Ariza surge contada através de uma grande analepse e comprova que o amor pode existir até à morte como uma promessa adiada, mas inevitável, apesar das contingências, das fatalidades e do envelhecimento das personagens. Estas são muito bem construídas e credíveis, prendendo-nos desde o primeiro momento. Fermina exale sensualidade, distinção e caráter.
   Fermina, conquistada pelo romantismo de Florentino, por meio de súplicas, músicas tocadas no seu violino, flores, poemas líricos, sofre quando o pai decide afastá-la deste amor imprudente. Quando regressa e reencontra Florentino, pondera se realmente o ama ou se criou dele uma imagem que não existia, pois não sente a mesma atração de antes. Acaba por casar com o médico Juvenal Urbino, com quem vive uma vida inteira e com quem é feliz.
   Pelo meio desta relação e das aventuras amorosas de Florentino, ou a traição de Urbino com uma morena estonteante, ocorrem encontros casuais, em que Fermina se mostra altiva e, aparentemente, o ignora. Florentino, neste seu amor platónico não correspondido, envolve-se com várias mulheres, sem nunca pôr de parte uma futura relação com Fermina.
   Quando Urbino morre, ao tentar apanhar o papagaio que lhe fugira para a mangueira, Florentino volta a acreditar que ainda poderá resgatar o amor, malgrado toda uma vida que já passou e a sua condição irremediável de velhos. Depois de conseguir que ela o aceitasse em sua casa, em encontros de amigos, em longas conversas, em novas cartas, em esperas indefinidas, consegue convencer Fermina a fazer uma viagem nos barcos fluviais, onde acabou por enriquecer para a conquistar. Constituirá esta viagem a concretização deste amor que os acompanhou ao longo de uma vida? Não serão demasiado velhos para viver umas núpcias? Até onde poderá ir a obsessão de amor de Florentino?
   Vale a pena ler este romance pautado pelo sentido de humor, pela poesia, pelo realismo, pelo ritmo alucinante, porque constitui, com efeito, um hino à vida e ao amor.

Gabriel García Márquez nasceu em 1927 em Aracataca, no México. Terminando os seus estudos secundários, ingressou no curso de Direito da Universidade de Bogotá, mas não o chegou a concluir. Fascinado pela escrita, transferiu-se para a Universidade de Cartagena, onde recebeu preparação académica em Jornalismo. Publicou o seu primeiro conto, "La Hojarasca", em 1947. No ano seguinte, deu início a uma carreira como jornalista, colaborando com inúmeras publicações sul-americanas. No ano de 1954 foi especialmente enviado para Roma, como correspondente do jornal El Espectador mas, pouco tempo depois, o regime ditatorial colombiano encerrou a redação, o que contribuiu para que Márquez continuasse na Europa, sentindo-se mais seguro longe do seu país. 
Em 1955 publicou o seu primeiro livro, uma coletânea de contos, "La Hojarasca".
Em 1967 publicou a sua obra mais conhecida, o romance Cien Años De Soledad ("Cem Anos de Solidão"), romance que se tornou num marco considerável no estilo denominado como realismo mágico. Escreveu ainda El Otoño Del Patriarca (1977); Crónica De Una Muerte Anunciada (1981, "Crónica de uma Morte Anunciada); El Amor En Los Tiempos De Cólera (1985, "Amor em Tempos de Cólera"), El General En Su Laberinto (1989). Em 2003, as Publicações D. Quixote editam, deste autor, Viver para Contá-la, um volume de memórias de Gabriel García Márquez, onde o autor descreve parte da sua vida. Gabriel García Márquez foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1982. 
Morreu a 17 de abril de 2014, aos 87 anos, em sua casa na Cidade do México, ao lado da mulher Mercedes e dos seus dois filhos.


                                                                                                          Célia Gil


Nos confins ignotos da humana mente
sempre se consegue surpreender
mesmo quem incrédulo possa ser
porque é assim, a condição de gente.

Cada dia uma página se vira,
escrita em linhas travessas do ser
linhas nas quais ousa permanecer
a vida sem se consumir pela ira.

Seguimos, cada dia, renovando
a existência, com novo fulgor.
Novos conceitos que, improvisando,

lhe vão conferindo novos sentidos
insuflados de todo um esplendor
em etéreos futuros prometidos.

                                                   Célia Gil





Com um fim de semana maior, em virtude do feriado, nada como aproveitar para ler! Hoje trago uma proposta divertida, para relaxar e dar umas boas gargalhadas!

Townsend, Sue (2012). A Mulher que Decidiu Passar um Ano na Cama. Editorial Presença: Lisboa.



Neste livro de ficção para adultos, a protagonista, Eva, quando os gémeos entram para a Universidade, ficando longe de casa, sobe as escadas que a levam ao seu quarto e decide passar um ano na cama. Provavelmente, é o que apeteceria a muitas mulheres que se veem anos a fio confrontadas diariamente com as lides domésticas, com as decisões mais importantes, a casa, o marido e os filhos para cuidar.
E quando se toma uma decisão destas, quem cuida dela? Os gémeos, que nunca foram meigos, que vão a casa contrariados e para quem os pais têm imensos defeitos? O marido, um astrónomo que se preocupava com o sistema planetário e tinha uma amante? A sogra, que acaba por morrer vítima de tabagismo (ao desequilibrar-se quando tentava chegar a um maço de cigarros), a mãe, que vai ficando cada vez mais esquecida? Quem passará a cuidar de Eva? Como reage o marido ao facto de já não ter quem lhe passe as camisas ou faça o jantar? Quem vai tratar da casa?
E quando começa a circular, pela população, que Eva é etérea, tem poderes extrassensoriais, é uma santa, cercando-lhe os fãs a casa, para serem ouvidos e aconselhados por ela, como é que ela reage? Responderá ela a dezenas de cartas que recebe dos seus fãs todos os dias?
O que aprende Eva durante todo o tempo que passa na cama? Esta doença autoinfligida durará até quando? Conseguirá Eva o que pretendia? Será que pretendia alguma coisa?
Um livro através do qual se faz uma crítica às relações familiares, de forma tão hilariante que o leitor pode preparar-se para dar por si a soltar umas valentes gargalhadas.

Sue Townsend foi autora de vários livros e peças teatrais, mãe de quatro filhos, assistente social e bolseira da cadeia de televisão "Thames TV".
Quando, aos 36 anos, escreveu o Diário Secreto de Adrian Mole, não concebeu o sucesso que viria a alcançar, não só em Inglaterra, como em quase todos os países da Europa e até no Japão.
Para além dos 6 volumes da série Adrian Mole, publicou A Rainha e Eu e Número Dez. Morreu a 10 de abril de 2014.


Um leitor, no verdadeiro sentido da palavra, é o leitor que compreende, interpreta e intervém, que é consciente e livre. E é a leitura que lhe permite desenvolver o domínio da linguagem (...).
A originalidade do escritor não nasce consigo, ainda que possa existir uma aptidão pela escrita. Um escritor tem de ser crítico, ao ser o primeiro leitor do seu próprio texto (...), ousar pôr em causa o que se decide a escrever; pesquisar, para confirmar e ser o mais fidedigno possível; questionar o que diz e por que diz; observar com perspicácia, para poder relatar, ainda que possa recriar; ser convicto de que consegue ultrapassar obstáculos e alcançar o objetivo a que se propôs; ser obstinado, para não desistir, para não se deixar levar pela inércia e pela derrota de um livro inacabado e, por último, trabalhar incansavelmente no seu projeto (...). 
O escritor é aquele que escreve com prazer e que se distingue do autor, o profissional que dá a conhecer a sua obra e se vai esquecendo de que foi, antes de ser um autor, um escritor (...). 
Para chegar ao leitor, o escritor precisa de ser criativo, crítico e ativo, sem deixar de escrever com autenticidade, havendo, para tal, também a necessidade de uma boa seleção de fontes. Até porque o escritor precisa de ter em consideração a existência de diversos tipos de leitor – aquele que lê poucas páginas, porque de cada vez que lê, a sua mente vagueia, acabando por afastar-se do livro; aquele que lê atentamente, detendo-se nos mais ínfimos pormenores, considerando-os todos preciosos, e relê para encontrar ideias escondidas nas entrelinhas; aquele que relê os livros, encarando esta releitura como a primeira vez, pois continua a deslindar emoções e acontecimentos novos e que, ao reler consegue aumentar a distanciação crítica; o leitor que considera que cada livro que lê faz parte do grande livro único que constitui o conjunto das suas leituras; o leitor que entende que o livro único é o que existe para além do tempo, procurando em cada leitura o livro da sua infância, que não é fácil de encontrar; o leitor que se detém sempre antes no título, na capa, no início do livro, para o qual mais importante que a leitura é a promessa da leitura; aquele para o qual o mais importante é o que está para lá do final do livro e que ele procura desvendar. São tantos os tipos de leitor, que nem sempre é fácil escrever para um em específico. Às vezes, o próprio escritor fica surpreendido com os tipos de leitor que consegue captar para a leitura do seu livro. Por isso, o escritor tem sempre a aprender com o próprio leitor, que lhe vai dando indicações do que gosta, como gosta e porque gosta (...).
Em suma, não basta querer ser-se escritor, é preciso ser-se empenhado, crítico, ter em conta o leitor a quem se pretende chegar (sem contar aquele a que pode chegar sem que tenha sido previsto), sem desistir do seu sonho de escrever, mas investindo nesse sonho com paixão, dedicação e persistência. 


                                               In O Sonho no Texto Poético de Expressão Portuguesa, Célia Gil

Eis um espanta-espíritos que fiz para motivar os alunos da minha escola para a leitura e a que atribuí o seguinte título:

Porque a leitura também "espanta-espíritos..."

Deixo, também, uma proposta de leitura:


Moyes, Jojo (2013). Viver depois de ti. Porto: Porto Editora.

Viver Depois de Ti é um romance dramático que, apesar das suas 422 páginas, se lê com uma rapidez impressionante. As personagens, bem construídas, sólidas, credíveis, envolvem-nos numa história que nos questiona, nos leva a ponderar sobre o que somos, a efemeridade de tudo, a vida e a morte.
Louisa Clark é uma jovem com uma vida simples - um namorado estável, trabalhador, saudável, obcecado pelo desporto e uma família unida - que nunca saiu da aldeia onde sempre viveu.
Ao ver-se sem emprego, sente-se na obrigação de aceitar um emprego em casa de Will Traynor, que vive preso a uma cadeira de rodas, depois de um acidente.
Will, que sempre tinha vivido intensamente antes do acidente - grandes negócios, desportos radicais, viajante incansável – vê-se confinado a uma cadeira de rodas, com apenas 35 anos, totalmente dependente de terceiros, numa vida que não queria para ele e com que nunca se poderia conformar. Louisa é contratada por seis meses pela família de Will como cuidadora, pelo seu temperamento alegre, com a esperança de o demover da ideia de embarcar numa morte assistida, numa clínica na Suíça, como tencionava fazer.
Will encontrava-se mergulhado numa profunda solidão e depressão. Com a sua alegria genuína, a sua paciência e complacência, Louisa acaba por entrar no seu mundo. Ela teria de fazer tudo por tudo, em seis meses, para o demover da sua ideia inicial. Will descobre com Louisa que afinal há uma série de coisas que pode fazer, ainda que numa cadeira de rodas. Mas será Louisa capaz de o demover da sua ideia inicial? Ou a liberdade de escolha de Will não seria também uma forma de libertar Louisa? Will descobre em Louisa uma jovem com grande potencial, incentiva-a a deixar o seu mundo, estudar e viver. Mas faria a sua vida sentido sem Will?
Viver Depois de Ti  é um conto de fadas envolto em realidade. Existe esperança, amor, revolta, desespero e todo um leque de sentimentos reais para quem sofre diariamente. Um livro com o qual se ri e chora. Temas controversos e atuais, como a eutanásia e a deficiência são o mote desta história empolgante.


Jojo Moyes estudou Jornalismo e foi correspondente do jornal The Independent durante 10 anos, até se dedicar a tempo inteiro à escrita criativa. Foi uma das poucas escritoras a receber por duas vezes o prémio Romantic Novel of the Year, primeiro com Foreign Fruit (2003) e mais tarde com A Última Carta de Amor (2011).
    É com o romance Viver Depois de Ti que Jojo Moyes alcança os tops de vendas nos 44 países onde o livro está publicado. Com mais de 12 milhões de exemplares vendidos, Viver Depois de Ti vê a sua adaptação ao cinema, para grande alegria dos seus leitores em todo o mundo.
    Jojo Moyes escreveu até à data 14 romances, dos quais destacamos Silver Bay – A Baía do Desejo, Um Violino na Noite, Retrato de Família, A Última Carta de Amor, Viver Depois de Ti, O Olhar de Sophie e Viver Sem Ti, que figuram no catálogo da Porto Editora.

                                                                                              Célia Gil


E para celebrar a festa do outono, fomos aos jardins de Serralves, no Porto.

A par dos entretenimentos e espetáculos, o próprio espaço envolvente cativa e inebria.

Vale a pena visitar. Deixo-vos com imagens que nem precisam de palavras, dada a sua poeticidade.



 























             

 




                
      



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Professora de português e professora bibliotecária, apaixonada pela leitura e pela escrita. Preza a família, a amizade, a sinceridade e a paz. Ama a natureza e aprecia as pequenas belezas com que ela nos presenteia todos os dias.

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