Histórias Soltas Presas Dentro de Mim

Bryndza, Robert (2022). Momento Final. Loures: Alma dos Livros.

Tradução: Carla Ribeiro

Nº de páginas: 304

Início da leitura: 23/01/2022

Fim da leitura: 27/01/2022

**SINOPSE**

A investigação de Kate Marshall sobre o desaparecimento de uma jornalista há quase treze anos leva-a por um caminho inesperadamente retorcido, num thriller genial e intenso.
Kate Marshall e o seu parceiro, Tristan Harper, entram no terreno quando são contratados para investigar um caso arquivado, decorrido há mais de uma década. Uma jovem jornalista chamada Joanna Duncan desapareceu depois de denunciar um caso cujo escândalo político teve grandes repercussões. O mistério nunca foi resolvido e ela nunca foi encontrada. A maior parte das pessoas seguiu em frente. Exceto a mãe de Joanna.
Quando conseguem aceder aos arquivos originais do processo, Kate e Tristan começam a seguir as pistas deixadas pela investigação anterior. Mas, ao contrário dos que lhes antecederam, descobrem entre os pertences de Joanna os nomes de mais dois outros jovens que desapareceram sem deixar rasto.

Enquanto tentam reconstituir os últimos dias destas três pessoas desaparecidas, Kate e Tristan percebem que talvez Joanna tenha descoberto algo ainda mais sinistro do que um escândalo político: a identidade de um assassino em série que se move à vista de todos sem nunca ser apanhado.

**OPINIÃO**

Este é um livro que, como os restantes do autor, serve para momentos de descontração, uma vez que é de fácil leitura, sobretudo para quem é apreciador de policiais. Não vejo, contudo, nada de novo. Antes pelo contrário, é mais do mesmo. É um autor que entretém, mas não surpreende.

Depois me muitos anos de investigação policial ao desaparecimento de uma jovem, há cerca de 12 anos, quando o caso é dado como encerrado, a mãe da jovem desaparecida não tenciona desistir de encontrar a filha e contrata Kate e Tristan, atualmente investigadores particulares, para investigarem o desaparecimento de Joanna, uma jornalista promissora que teria começado a investigar um escândalo político. Mas parece que esta não terá sido a única jovem desaparecida…. Contudo, quando começam a investigação, percebem que não será fácil e que estes desaparecimentos estão relacionados com um escândalo político, que envolve um assassino em série… E mais não posso dizer, sem que conte mais do que devia.

Lecoat, Jenny (2021). A Guerra de Hedy. Porto: Porto Editora.

Tradução: Maria de Fátima Carmo

Nº de páginas: 272

Início da leitura: 20/01/2022

Fim da leitura: 22/01/2022

**SINOPSE**

No fim de junho de 1940, as Ilhas do Canal, ao largo da costa francesa, são ocupadas pelas forças nazis.

A jovem Hedy Bercu, uma judia vienense que chegara a Jersey dois anos antes, fugindo da anexação da Áustria pela Alemanha, encontra-se novamente encurralada. Porém, desta vez, parece não haver como escapar.

Apesar de judia, Hedy encontra trabalho como tradutora junto das autoridades ocupantes e começa a participar em atos de resistência. É então que se apaixona pelo tenente alemão Kurt Neumann, iniciando uma relação proibida da qual rapidamente a sua vida passa a depender.

A Guerra de Hedy acompanha a vida desta jovem mulher e a luta que travou para sobreviver à ocupação nazi e evitar a deportação. Baseada em factos verídicos, esta é uma história de coragem, amor e esperança numa época em que a crueldade imperou: a Segunda Guerra Mundial.

**OPINIÃO**

Quando lemos um livro cuja temática se relaciona com o holocausto, há que distinguir dois tipos de livros: as histórias reais, mais ou menos romanceadas e as histórias ficcionais, que é o caso de O Rapaz do Pijama às Riscas, dos romances que têm como fundo histórico esta época e dos romances, em que, apesar de se passarem nesta época, pouco dela falam.

Este é claramente um romance histórico ficcional, que de verídico tem apenas a contextualização histórica. Porém, é uma contextualização histórica, quanto a mim, bem conseguida, que não se limita a ver a história da perspetiva dos judeus, mas também de alguns alemães que também não concordavam com as ideias de Hitler. Sim, porque é muito fácil julgar um povo colocando-o todo no mesmo “saco”. Mas, como em todo o lado, há pessoas más e há pessoas boas. E, muitas vezes, as pessoas boas acabam por se ver remetidas ao silêncio e à mentira, por uma questão de sobrevivência. Acredito que só quem esteve lá consegue ajuizar devidamente o que sentiu e o que se passou à sua volta.

E por que razão não poderiam, ainda que numa guerra tão cruel, nascer paixões ou mesmo amores para a vida? Seria assim tão improvável uma judia e um nazi se apaixonarem e viverem um grande amor, ainda que em tempos tão conturbados? Mesmo em histórias reais, sabemos que, em muitas situações, foi o amor que os salvou, o amor próprio, o amor pelos familiares, o amor pela pessoa amada…uma vez que lhes deram força, uma réstia de esperança para terem por o que lutar.

Vieira, Alice; Mateus, Nélson (2021). Diário de uma Avó e de um Neto Confinados em Casa. Alfragide: Casa das Letras.

Nº de páginas: 160

Início da leitura: 18/01/2022

Fim da leitura: 19/01/2022

**SINOPSE**

2020 foi um ano estranho para todos. Nunca passámos tanto tempo em casa, nunca passámos tanto tempo sem ver aqueles que são importantes para nós. E quando a necessidade apertou, foram precisas novas, e velhas, formas de comunicação: regressou a conversa à janela, foi-se embora o abraço, chegaram os Zooms.

Mas, onde ficam outras gerações nestes tempos incertos?

Como faz uma avó que nunca aprendeu a mandar SMS ou um avô cujo telemóvel não tem câmara?

Mais do que nunca, as gerações mais velhas têm-se visto isoladas, mas tal não devia ser, especialmente considerando a tecnologia que temos hoje a nosso dispor. E é aí que entram Alice Vieira e Nélson Mateus, Avó e Neto adotados, uma ponte entre gerações que ensina como a alma está algures entre a vivacidade dos jovens e as memórias dos mais velhos, e que podemos criar algo de mágico ao juntar os dois.

**OPINIÃO**

Este diário em forma de carta onde conversam, mesmo à distância, é uma verdadeira delícia. Muito simples, muito terra-a-terra, sem os malfadados adjetivos que Alice abomina. Muito ao seu jeito simples de escrever.

É desta forma singela, mas tão bonita ao mesmo tempo, que Alice Vieira e Nélson Mateus (um dos muitos netos emprestados da avó Alice), combatem a solidão originada pelo confinamento. Falam de tudo e de nada, aproveitando para proporcionar ao leitor “Retratos Contados das Memórias de Portugal”, uma “Biblioteca de Avós”, numa viagem através do tempo, que recupera “estórias de Portugal”, ao mesmo tempo que retrata episódios do seu dia-a-dia durante o confinamento ou relembra momentos passados das suas vidas. E, como diz Alice Vieira, ela recorda muitas estórias, porque já viveu muito, é jornalista desde 1961, e fala-nos deste paradoxo que é a velhice: “Ninguém quer ser velho e todos queremos chegar a velhos”. Nota-se nestas estórias um profundo carinho, uma mútua admiração, mas também uma grande afinidade e gostos comuns. Gostei de regressar à minha própria infância através de algumas das memórias partilhadas, entre as quais os programas que passavam na RTP, cantores antigos, programas de rádio, entre tantos outros acontecimentos que estavam adormecidos na minha memória e que gostei de trazer de novo ao palco da minha própria memória!

 

Metz, Julie (2021). Eva e Eve. Afragide: Casa das Letras.

Tradução: Teresa Mendonça

Nº de páginas: 422

Início da leitura: 15/01/2022

Fim da leitura: 17/01/2022

**SINOPSE**

Para Julie Metz, a sua mãe, Eve, era uma verdadeira nova-iorquina. Era difícil imaginá-la a viver noutro lugar que não fosse Manhattan, onde frequentava o Carnegie Hall e a Metropolitan Opera, ou a saborear uma série de queijos franceses triple crème no Zabar’s. Mas Eve não era nova-iorquina. E raramente falava sobre a sua infância passada na terrível Viena ocupada pelos nazis.

Após a morte da mãe, Julie descobre um livro de recordações repleto de notas de despedida de amigos e familiares endereçadas a uma menina chamada Eva. Esta recordação escondida foi a primeira pista para a descoberta da dor secreta que a mãe de Julie carregou enquanto refugiada e imigrante, deitando luz sobre a história de uma família que teve de perseverar a cada contrariedade para fugir ao antissemitismo e à xenofobia nazis que ameaçavam a sua sobrevivência.

Entrelaçando memórias pessoais e história, Eva e Eve traça vividamente a senda de uma mulher pela infância perdida da sua mãe, enquanto revela a resiliência e os sacrifícios que as pessoas comuns são obrigadas a fazer durante as horas mais negras da história.

**OPINIÃO**

Este é um livro de memórias, biográfico e histórico, onde a autora nos leva com ela numa viagem ao passado, quando reflete sobre a perda da sua mãe. É uma história documentada por indivíduos e instituições que a autora consultou.

Entre ela e a mãe terá havido uma falta de compreensão, motivada, provavelmente, pela pessoa severa, fria e assustadora em que a vida a transformara. Certo é que a autora sente que a amava, mas, ao mesmo tempo, temia-a, chegando a odiá-la. Ao morrer, a mãe deixa-lhe um livro de recordações, com vários registos escritos e fotografias, que permitirão a Julie abrir “pequenos portais” e resgatar a biografia da sua mãe, ao mesmo tempo que nos vai falando de si própria, da sua vida, da sua relação com a mãe e com a filha e, ao mesmo tempo, vai fazendo incursões pela história no momento da II Guerra.

É a partir dos nove anos de Eva, que vivia uma vida estável e segura em Viena, na Áustria, que tudo começa.

No presente, em 2006, interroga-se e quer perceber como terá a sua família conseguido sobreviver ao extermínio nazi, durante a II Guerra Mundial. No fundo, a autora, sente que a sua mãe lhe deixou a missão de contar a história desta “nação de aventureiros e de refugiados relutantes”.

É assim que empreendemos esta incursão pela vida de Eva e Eve, na tentativa de a conhecer melhor, de perceber como se tornou ela numa “nova-iorquina: dura, proficiente, frugal, pragmática.”

Eva tinha apenas 12 anos quando os pais (Julius e Anna) conseguiram vistos americanos e puderam viajar com ela sob o nome de Eve. Afinal, a nova iorquina Eve tinha sido Eva, uma criança judia de Viena.

Gostei muito da história, mas considero que peca por excesso de informação menos importante, descrições de pormenores quotidianos da vida, da viagem, das pessoas, que eram desnecessários e que nos desviam do foco de interesse da narrativa. Além disso, há algumas repetições que também eram desnecessárias.

Tirando essas descrições mais exaustivas, gostei bastante da história.

Kim, Henn (2021). Noite de Estrelas Sonhos Inquietos. Alfragide: Lua de Papel.


Poesia Visual – edição bilingue

Tradução: João Carlos Silva

Nº de páginas: 304

Início da leitura: 13/01/2022

Fim da leitura: 14/01/2022

**SINOPSE**

quem és tu, quando estás só?

Algumas emoções não cabem em palavras. Como a solidão,
a tristeza, a saudade, o amor. Algumas imagens contam histórias, escavam fundo no coração, ilustram tudo o que não conseguimos exprimir.

quem me dera fazer parte do teu mundo

Para a artista coreana Henn Kim, a escrita nunca foi suficiente. Por isso criou este livro, feito de imagens com legendas sobre o trauma, a perda, encontros e separações. Não são poemas. É poesia visual.

"Uma combinação intoxicante de realismo e surrealismo."

>Creative Review

**OPINIÃO**

Que livro maravilhoso! Há imagens que falam, de facto, por mil palavras. Esta poesia visual comunica por si só. As palavras surgem a complementar a mensagem que as imagens transmitem. São várias as emoções, os estados de alma, as situações quotidianas representadas nas imagens, onde a mulher é a protagonista, complementadas por versos que partem de canções, de frases feitas e expressões do dia-a-dia. E o facto de ser bilingue, torna o texto ainda mais interessante. Curiosamente, em algumas das imagens, penso que a expressão em inglês é a que se ajusta melhor e que, muitas vezes, não é fácil de traduzir. Mas louvo a tradução feita.

É um livro que aconselho a quem gosta de poesia e tem sensibilidade para a leitura de imagens.

É um livro delicioso, que consegue comunicar sentimentos de forma artística, sem deixar de ser simples e direto, muitas vezes duro, onde é possível revermo-nos, identificar as emoções recônditas que nos atormentam. É um desnudar de emoções, muitas que ficam guardadas dentro de nós e que muitas vezes não se exteriorizam. É um livro para refletir, quase um autorretrato da alma, despido de preconceitos e com um humor muito peculiar.

É daqueles livros onde voltarei várias vezes, disso tenho a certeza!

 

Donoghue, Emma (2017). O Prodígio. Porto: Porto Editora.

Nº de páginas: 328

Início da leitura: 10/01/2022

Fim da leitura: 13/01/2022

**SINOPSE**

A jovem Anna recusa-se a comer e, apesar disso, sobrevive mês após mês, aparentemente sem graves consequências físicas. Um milagre, dizem.

Mas quando Lib, uma jovem e cética enfermeira, é contratada para vigiar a menina noite e dia, os acontecimentos seguem um diferente rumo: Anna começa a definhar perante a passividade de todos e a impotência de Lib. E assim se adensa o mistério à volta daquela pobre família de agricultores que parece envolta num cenário de mentiras, promessas e segredos.

Prisioneira da linguagem da fé, será Anna, afinal, vítima daqueles que mais ama?
Um drama intenso sobre os perversos caminhos do fundamentalismo, mas também sobre como o amor pode vencer o mal nas suas mais diversas formas.

**OPINIÃO**

Este é o segundo livro que leio da autora e é um romance em que dificilmente não nos questionamos sobre a fé. Até que ponto a fé pode mudar a vida de um ser humano? Justificará a fé comportamentos humanos tão macabros como os relatados neste livro? Não será a fé, muitas vezes, uma forma de expiar pecados, adquirindo contornos perversos? Até que ponto a fé justifica a “esmola”? Não poderá ser a fé uma forma de mascarar os próprios crimes?

Como é possível ver através das questões que me fui colocando, e através da própria sinopse do livro, há um ambiente de misticismo, de espiritualidade, ainda que estes sejam, muitas vezes, interpretações e vivências erróneas da própria fé.

Este é um livro que choca, angustia, nos deixa “com o coração nas mãos” e vemo-nos a acompanhar esta enfermeira, Lib, contratada para provar que Anna, uma criança adorável de onze anos, consegue sobreviver estando há quatro meses sem comer, desde o seu último aniversário. A ação decorre no século XIX, numa pequena localidade da Irlanda, Lib revela-se cética, analisa em termos médicos a situação de Anna, pondera todas as hipóteses, chega a confrontar-se com a dúvida perante as suas próprias teorias, mas não desiste desta criança. O que terá levado Anna a deixar de comer? Até que ponto ela é sincera? Não passará de um embuste? Não será uma criança trapaceira que tenta enganar todos os que a rodeiam, comendo às escondidas? E até que ponto a fé não poderá cegar uma comunidade, não lhe permitindo questionar os supostos desígnios de Deus? As revelações são surpreendentes, ainda que dramáticas. Um livro que abala convicções, que questiona a resiliência humana e a fé. Ao longo da leitura, confrontamo-nos com várias emoções: dúvida, crença, revolta, raiva, desilusão…

Ainda que a autora se tenha baseado nos cerca de cinquenta casos das chamadas “Virgens-Jejuadoras” das Ilhas Britânicas, Europa Setentrional e América do Norte, entre os séculos XVI e XX, a autora frisa bem que esta é uma história ficcional. Porém, estes factos conferem à história uma maior credibilidade e verosimilhança.

Aconselho a leitura deste livro, sem reservas!

 

Izaguirre, Marian (2015). A Vida Quando Era Nossa. Lisboa: Bertrand Editora.

Tradutora: Rita Custódio e Àlex Tarradellas

Nº de páginas: 344

Início da leitura: 07/01/2022

Fim da leitura: 09/01/2022

**SINOPSE**

A Vida Quando era Nossa é um tributo à literatura, mas é sobretudo uma história de amizade entre duas mulheres. Uma história que começa quando se abre um livro e que só termina quando todas as pontas da narrativa se unem.

«Tenho saudades do tempo em que a vida era nossa», diz Lola, a protagonista do romance. Sente falta da sua vida, tão cheia de esperança, feita de livros e conversas ao café, sestas ociosas e projetos de construir um país. A Espanha que, passo a passo, aprendia as regras da democracia.

Mas, em 1936, chega um dia em que a vida se transforma em sobrevivência e agora, passados quinze anos, a única coisa que sobra é uma pequena livraria, meio escondida num dos bairros de Madrid, onde Lola e Matías, o marido, vendem romances e clássicos esquecidos.
É nesse lugar modesto que, em 1951, Lola conhece Alice, uma mulher que encontrou nos livros uma razão para viver. Acompanhamos a amizade entre as duas, atrás do balcão a lerem o mesmo livro juntas, e isso leva-nos atrás no tempo, à Londres do início do século XX, para conhecermos uma menina que se perguntava quem seriam os seus pais…

 

**OPINIÃO**

Gostei tanto deste livro! É daquelas histórias que nos capta logo no início a atenção e não temos vontade de largar antes de terminar e esclarecer todo o mistério em que a história surge envolta.

Como não gostar da premissa?

Em Madrid, há uma pequena livraria alfarrabista, de Matías e Lola. Matías começa por despertar a atenção de uma mulher de idade, pelo facto de passar por ela sempre com livros nas mãos e lhe fazer lembrar alguém ou simplesmente por gostar do porte, da determinação, que vê nele. Começa a segui-lo. Acaba por descobrir a livraria dele, num beco escondido, verificando que quase não têm clientes, e também porque ele permite a troca de livros por uma quantia irrisória. Acaba por entrar e, enquanto ele atende um fornecedor que lhe leva livros usados, esta idosa deixa um livro perdido entre outros.

Matías, quando começa a ver o que o fornecedor lhe levara, descobre o livro que ela deixou e resolve apostar numa montra diferente. Uma montra só com um livro, aberto nas primeiras páginas. A idosa acaba por entrar e, em conversa com Lola, apresenta-se como Alice e as duas começam a ler o livro juntas, Lola lê e Alice escuta com ela. Começam a embrenhar-se na história de tal modo, que vai nascendo entre elas uma amizade que terá as suas consequências.

É curioso que o leitor deste livro vai ser também leitor do livro da montra, A Rapariga dos Cabelos de Linho. E acabamos por nos ver também embrenhados nesta história, numa cumplicidade com as personagens, como se lêssemos o livro juntos, acompanhados de um chá. É mágico! E quando param a leitura e retomam as suas vidas, ficamos ansiosos pela continuação, mas, ao mesmo tempo, igualmente embrenhados nas suas vidas.

A autora escreve maravilhosamente, de forma solta, leve, mas intensa. As descrições permitem-nos imaginar os espaços, as personagens, os acontecimentos, de forma intensa! E a doçura das expressões???? Adoro!

O que esconde Alice? Que segredos perpassam nas vidas de Matías e Lola?

Aconselho vivamente a leitura, não se arrependerão! É um livro fantástico!


Thompson, Gill (2021). O Comboio da Esperança. Lisboa: Planeta de Livros.

Nº de páginas: 376

Início da leitura: 03/01/2022

Fim da leitura: 06/01/2022

 

**SINOPSE**

Romance baseado na história verídica do Kindertransportem em que milhares de crianças judias foram salvas do Holocausto, quando enviadas para Londres. Um livro comovente, sobre duas mães cujas vidas se cruzam e que têm de salvar uma menina, a pequena Miriam, uma criança judia acabada de chegar a Londres e sem família que a acolha.

Praga, 1939. Eva é atormentada por um segredo obscuro do seu passado. Quando os nazis invadem o país, esta jovem mãe sabe que a única forma de manter a filha segura é deixá-la partir, mesmo que isso signifique nunca mais a ver. Mas quando Eva é levada para um campo de concentração, o seu segredo corre o risco de ser exposto.

Em Londres, Pamela não sente que a guerra possa ser uma ameaça. Decide voluntariar-se para ajudar a encontrar casas para as crianças judias que chegam de toda a Europa.

Quando vê Miriam, uma criança que não tem uma família que a acolha, resolve levá-la para sua casa. É quando o seu filho se alista na RAF que Pamela percebe como facilmente o seu próprio mundo pode desabar.

 

**OPINIÃO**

Este é um livro inspirado em acontecimentos reais, nomeadamente o salvamento de centenas de crianças checas por um corretor londrino; um campo de concentração onde os judeus podiam dar concertos; desvios de aviões que terão permitido que checos ex-pilotos da RAF fugissem de Praga sob o regime comunista. A partir daqui a autora criou uma série de personagens e uma narrativa que permitisse recuperar estes acontecimentos reais e dignificá-los.

É um livro muito bom, muito bem escrito e com uma abordagem um pouco diferente da II Guerra. Houve, com efeito, um “Comboio da Esperança”. Foi tudo realmente mau, mas houve quem tentasse ajudar e impedir muitos massacres e que, por esse motivo, é digno de ser recordado.

Tudo começa com Eva que, ao regressar a casa, em Praga, depois de uma aula de piano, é rodeada por soldados alemães e violada.

Mais tarde, Eva casa e tem uma filha, Miriam. Quando Praga é invadida, acaba por enviar a filha para casa de uma família, em Londres, onde poderia manter-se a salvo. Durante algum tempo, trocam correspondência. Mas as cartas deixam de chegar a casa de Pamela, que acolhera Miriam. Muitos desencontros e encontros foram gerados por esta terrível guerra. E isto quando se teve a sorte de sobreviver! Também a perda de familiares é um desgosto muito doloroso e difícil de sarar.

Muito teria a dizer sobre esta história, não fosse correr o risco de incorrer em “spoiler”, por isso opto por não dizer mais nada e apenas sugerir a leitura deste livro para quem gosta da temática. É muito bom!

Waxman, Abbi (2021). A Vida Livresca de Nina Hill. Amadora: TopSeller.

Tradução: Fernanda Semedo

Nº de páginas: 336

Início da leitura: 02/01/2022

Fim da leitura: 06/01/2022

**SINOPSE**

Nina Hill tem uma vida confortável: trabalha numa livraria, participa em concursos de cultura geral com uma equipa fantástica, tem uma agenda muito organizada onde anota tudo o que é importante e partilha a casa com o seu gato Phil.

Filha única de uma conceituada fotógrafa que se tornou uma mãe ausente devido às constantes viagens, é nos livros que devora a toda a hora que Nina encontra o seu refúgio e os seus momentos de verdadeira felicidade.

Quando recebe a notícia da morte do pai, de quem nunca soube nada, Nina fica em choque. De um momento para o outro, o seu núcleo familiar passa a incluir um irmão, três irmãs e vários sobrinhos e sobrinhas, todos a viverem perto! E pior… Esta horda de desconhecidos parece estar cheia de vontade de conviver com ela, o que vai totalmente contra as suas tendências antissociais.

Como se essa não fosse já uma mudança suficiente na sua rotina, Nina vê-se também perante a presença cada vez mais constante de Tom, o seu maior adversário nas noites de quiz, que afinal até é um homem querido, divertido e profundamente interessado em conhecê-la melhor.

Será ela capaz de sair da sua zona de conforto e trocar a ficção pela vida real?

Finalista do prémio Goodreads para Melhor Livro de Ficção.

**OPINIÃO**

Há fases da nossa vida onde um livro deste género pode ser uma boa opção: um livro de leitura fácil, dotado de grande humor e que oferece uns momentos bem passados. Além disso, aborda, ainda que de forma ligeira, questões importantes, como a ansiedade, a forma como esta pode levar a uma programação excessiva da vida e à noção de que, qualquer desvio a essa rotina, pode constituir um enorme problema.

A protagonista é assim. Nina é uma leitora ávida, trabalha numa livraria e a sua vida é imersa numa profunda solidão. Nunca conheceu o pai, a mãe passa o tempo entre viagens e ela vive sozinha com o seu gato. Pouco sai de casa, exceto para os clubes de leitura, idas ao cinema com amigas e para noites de quiz, onde, normalmente, está habituada a ganhar.

Mas a vida de Nina sofre uma reviravolta quando descobre que o pai, que não conheceu, morreu, e que tem uma série de irmãos. Outro fator de desestabilização na sua vida é o surgimento de um adversário à altura nas noites de quiz, Tom, que se mostra interessado nela.

Estará Nina preparada para enfrentar esta reviravolta? A sua ansiedade não tenderá a aumentar ao deparar-se com a possibilidade de não cumprir todos os planos que regista para o seu dia-a-dia? Um livro a ler para descontrair entre leituras mais pesadas, que nos faz soltar umas boas gargalhadas.

Figueiredo, Isabela (2016). A Gorda. Lisboa: Editorial Caminho.

Nº de páginas: 288

Início da leitura: 01/01/2022

Fim da leitura: 01/01/2022

**SINOPSE**

Maria Luísa, a heroína deste romance, é uma bela rapariga, inteligente, boa aluna, voluntariosa e com uma forte personalidade. Mas é gorda. E isto, esta característica física, incomoda-a de tal modo que coloca tudo o resto em causa. Na adolescência sofre, e aguenta em silêncio, as piadas e os insultos dos colegas, fica esquecida, ao lado da mais feia das suas colegas, no baile dos finalistas do colégio. Mas não desiste, não se verga, e vai em frente, gorda, à procura de uma vida que valha a pena viver.

Este é um dos melhores livros que se escreveu em Portugal nos últimos anos.

**OPINIÃO**

Gostei imenso deste livro! Retrata a realidade de muitas famílias portuguesas, vindas de Moçambique, as suas preocupações e formas de vida, bem como a questão da obesidade, e, ainda que seja ficcional, é muito fácil entendê-la como real, pois as personagens são muito credíveis, pessoas com que já nos cruzámos em algum momento da nossa vida.

Maria Luísa é a protagonista, uma jovem com excesso de peso, humilhada por isso na escola, que sente uma necessidade enorme de passar despercebida mas, ao mesmo tempo, de agradar. Vem de Moçambique antes dos pais, ficando, primeiro num colégio interno e, depois, em casa de uma tia.

Boa aluna, acaba por se tornar uma professora competente a quem são delegadas várias responsabilidades. No que concerne à sua vida pessoal, toda a frustração que Ana Luísa vai tentando ignorar, acaba por a marcar em muitas das suas inconstâncias e inseguranças. Apesar de amar os pais, refere muitas vezes o desejo de se livrar da influência deles.

A casa dos pais, que vêm a habitar quando regressam de África, é a personificação das suas vidas. Em cada capítulo, a ação parte de um dos espaços da casa: a sala, o quarto, a cozinha.  

Maria Luísa tem consciência do seu peso e tem consciência de que é muito mais do que o peso: no fundo, ela considera-se bonita e desejada. Vê-o nos olhos de David, o homem que ama. Mas os estigmas às vezes são mais fortes do que a vontade própria e David começa a não querer ser visto com ela em público, a sentir vergonha de ser namorado dela...

Há uma certa desordem na narrativa, que nos traz algumas repetições, mas que considero compreensíveis e acho que conferem mais força à narrativa. Também Ana Luísa tem essas inconstâncias e, como se retrata a vida dela, não poderia ser de uma forma muito linear, até porque nada na sua vida é linear.

Gostei muito deste livro e recomendo a sua leitura!

Gleitzman, Morris (2021). Talvez. Amadora: Fábula.

Tradutora: Dulce Afonso

Nº de páginas: 272

Início da leitura: 31/12/2021

Fim da leitura: 31/12/2021 

**SINOPSE**

Estamos em 1946 e Felix, um rapaz judeu de 14 anos, está de partida da Polónia para a Austrália, à procura de um sítio seguro onde possa recomeçar a sua vida. A guerra terminou, mas a Polónia está em ruínas e não é um lugar onde ele e o seu amigo Gabriek se sintam a salvo. Com eles vive agora Anya, que está grávida e dependente da proteção deles.

A viagem proporcionada pelo Governo da Austrália é bastante atribulada. A amizade e coragem dos três amigos é posta constantemente à prova e os conhecimentos de medicina que Felix foi adquirindo nos últimos anos vão ser cruciais.

Mas chegar a este país não vai ser o fim das dificuldades. Há um homem em busca de vingança que está disposto a persegui-los até ao fim dos seus dias. E Felix vai ter de enfrentar um inimigo mais perigoso do que os nazis.

Felix é um herói que nos comove pela sua esperança e bondade. Uma história emocionante que não deixará ninguém indiferente.

**OPINIÃO**

Esta é a sexta das sete obras que o autor tem planeadas na família de livros do Felix, ressaltando que podem ser lidas sem ser pela ordem de escrita. E é certo que não senti qualquer dificuldade em compreender a história, em me familiarizar com as personagens, com as quais é muito fácil criar empatia. Apesar de ser considerado YA, é uma história dura, cruel, em que não senti que se poupassem pormenores violentos qb. de tão realistas. Muito bem construído, cada capítulo inicia com o título do livro “Talvez” e sempre de forma muito bem interligada.

A ação decorre na Polónia, após a Segunda Guerra, tendo por protagonista Felix, uma criança judia de catorze anos, sobrevivente de um campo de concentração, marcada pela guerra, que cresceu à força das experiências e perdas vivenciadas. Depois de todos os horrores vividos, esperam-no ainda mais provações, mas Felix é um jovem íntegro, que preza a amizade, os valores, a educação e o amor à medicina e que fazem dele um ser tão especial, que nos apaixona e enternece ao longo de toda a narrativa. Quando o convidam para ir para a Austrália, onde contava encontrar a paz há tanto perdida, não quer fazê-lo sem levar com ele Gabriek e Anya (que se encontra grávida). Mas nem tudo é como queremos, nem sempre os sonhos estão à mão de semear e é preciso lutar por eles. E mais não digo. Aconselho a leitura!

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Sobre mim

Professora de português e professora bibliotecária, apaixonada pela leitura e pela escrita. Preza a família, a amizade, a sinceridade e a paz. Ama a natureza e aprecia as pequenas belezas com que ela nos presenteia todos os dias.

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