Aoyama, Michiko (2022). O Que Procuras Está na Biblioteca. Alfragide: Lua de Papel, Edições ASA.
Tradução do
japonês: André Pinto Teixeira
Nº de páginas:
272
Início da
leitura: 01/10/2022
Fim da leitura:
02/10/2022
**SINOPSE**
Poucas pessoas sabem, mas no coração de Tóquio há uma
pequena biblioteca comunitária, e ali trabalha a imponente senhora Sayuri
Komachi. Dizem que tecla no computador a uma velocidade estonteante. Nos
momentos mortos, com agulha e lã, constrói amorosamente pequenas figuras em
feltro que oferece como brinde aos leitores - pode ser um pequeno avião ou um
caranguejo, uma colher ou uma flor. Diz-se também que faz a mesma pergunta a
todas as pessoas que entram na biblioteca: "O que procuras?"
A sua voz tem um estranho magnetismo, que leva os clientes a confessarem-lhe os
seus sonhos mais secretos. Saem de lá com uma lista de livros, onde há sempre
um título inesperado. Mais tarde, quando o leem, descobrem portas e janelas
onde antes só viam paredes, encontram desvios, onde antes só viam obstáculos.
O Que Procuras Está na Biblioteca, o romance da
premiada jornalista Michiko Ayoama, apresenta-nos as histórias de várias
personagens cujo destino se vai ligando por fios quase invisíveis. Nelas
revemos a nossa própria história, os nossos desejos por cumprir. E, tal como
elas, percebemos que os livros são mágicos, têm o poder de abrir novos
caminhos.
Esta
autora japonesa, para além de escrever bem, consegue, com a personagens criadas
na sua ficção, envolver-nos na história. A linguagem é simples, mas introspetiva,
a narrativa dividida em contos que se interligam através da mesma biblioteca e
bibliotecária. Um espaço que se torna simbólico de uma mudança que se impõe na
vida das personagens, que, insatisfeitas, a dado momento da sua vida, acabam
por procurar nos livros a “fórmula” para a mudança, para as despertar da monotonia,
de um trabalho que não as completa, de atitudes que já não as satisfazem. Podem
mesmo os livros ser fonte de mudança e fazer renascer Fénix das cinzas? E de
que forma esta bibliotecária perspicaz, ainda que pouco simpática, entretida
nos seus bonecos de feltro, consegue captar a atenção dos utilizadores para a
leitura e ler nas suas mentes o tipo de livro que precisam?
Não
querendo que se perca a magia, não conto mais. Apenas sugiro a leitura destes
contos, sobretudo quando pensarem que na nossa vida não pode haver mudanças e
que temos de nos conformar com o que o destino escolheu para nós e por nós. Só
o facto de nos fazerem pensar, já é um ponto a seu favor!
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