Histórias Soltas Presas Dentro de Mim

Clayton, Meg Waite (2022). A Mensageira de Paris. Madrid: HarperCollins.

Tradução: Mariana Matas

Nº de páginas: 448

Início da leitura: 28/09/2022

Fim da leitura: 30/09/2022

**SINOPSE**

“A bela e rica Nanée nasceu com espírito de aventura. Para ela, aprender a voar significa liberdade.

Quando os tanques alemães atravessam a fronteira e entram em Paris, esta mulher com um cão adorável e um coração generoso junta-se à Resistência.

Conhecida como A mensageira, uma vez que entrega informações aos que se encontram escondidos, Nanée usa os seus encantos e habilidade para abrigar os perseguidos e colocá-los em segurança.

O fotógrafo Eduard Moss fugiu da Alemanha com a filha pequena para acabar por ficar preso num campo de trabalho francês. A sua vida colide com a de Nanée nesta história arrebatadora de romance e perigo passada num mundo inflamado de paixão pessoal e política.

Inspirada numa herdeira verdadeira de Chicago, Mary Jayne Gold, que trabalhou com o jornalista americano Varian Fry para tirar artistas e intelectuais de França, A mensageira de Paris é a história inquietante de uma mulher indomável, cuja força, bravura e amor se tornam numa fonte de esperança numa época conturbada.”

Começo por referir que Lisboa vai ser um local importante na história, um porto de abrigo seguro.

Este é um romance que, apesar de ficcional, baseia-se em aspetos reais, situados durante a Segunda Guerra Mundial. A forte e destemida Nanée foi inspirada na herdeira norte-americana Mary Jayne Gold, que trabalhou com o jornalista americano Varian Fry para tirar artistas e intelectuais de França durante a ocupação nazi. Surgem na obra alguns destes artistas, com os quais Mary Jayne viveu num local chamado Villa Air-Bel, que é o caso de Fry, André Jacqueline Breton, Max Ernst, Dagobert, entre outros artistas de renome. São mencionadas as suas tertúlias, os jogos surrealistas como o “Cadáver Esquisito” e a sua irreverência artística. De entre estes artistas, destaca-se nesta história Edouard Moss, uma personagem ficcional e a sua filha, também refugiados judeus, a quem Nanée tentará ajudar a salvar. Estes e outros aspetos da história, que partem de acontecimentos reais, pesquisados e documentados pela autora, tornam história mais envolvente e credível. Aconselho!

Abbs, Annabel (2022). A Cozinha Inglesa de Miss Eliza. Alfragide: Edições ASA.

Tradução: Elsa T. S. Vieira

Nº de páginas: 368

Início da leitura: 25/09/2022

Fim da leitura: 27/09/2022

**SINOPSE**

“Especiarias exóticas, vegetais aromáticos e frutos exuberantes… Em 1837, Londres está a transbordar de novos ingredientes que ninguém sabe usar. Tudo isso passa ao lado de Eliza, uma jovem de boas famílias que tenciona dedicar a vida a escrever poesia e a partilhá-la com o mundo. Um sonho grandioso que termina quando o seu editor lhe sugere uma mudança de rumo. Se Eliza quer ser publicada, que escreva então algo aceitável para uma menina da sua posição. Como um livro de cozinha.

Para a aspirante a poetisa, que nunca sequer cozeu um ovo, qualquer ligação a um fogão é uma afronta… até ao dia em que a situação familiar a obriga a repensar tudo e a pôr, literalmente, as mãos na massa. Depressa vai descobrir não apenas um talento, mas uma paixão. Com a ajuda da sua jovem assistente Ann Kirby, entre papel e tachos, lágrimas e gargalhadas, segredos e confissões, Eliza vai descobrir as maravilhas da gastronomia e o poder da amizade. Mas quando Ann descobre um segredo do passado dela, tudo o que conquistaram se transforma numa ameaça.

Inspirado na história real da mulher que inventou o conceito do livro de culinária moderno, este é um romance que se aprecia como a uma iguaria, saboreando as vívidas descrições, absorvendo a intriga e fruindo de toda a experiência. Um prodigioso retrato da época vitoriana e um tributo a uma das pessoas que mais influenciou a arte da culinária ocidental”.

Este é um livro envolvente, ideal para ler num fim de semana frio, com um chá, uma manta e a lareira acesa, mas que se lê perfeitamente bem em qualquer outra ocasião.

É um romance ficcional, apesar de ter sido baseado em alguns “factos conhecidos sobre a vida de Eliza Acton, autora de poesia e pioneira da escrita culinária”, como nos diz a autora no prefácio. De uma forma pouco usual, a autora inicia o livro com um momento importantíssimo do final da história e tem-nos irremediavelmente presos ao livro, porque queremos saber tudo, como, quando e com quem aconteceu. A partir daqui, temos uma analepse, que recupera o início da história e que, depois, segue cronologicamente através de um encadeamento das várias sequências da narrativa. Ficamos a conhecer Eliza, uma poetisa fora do tempo, numa época em que era de mau tom (demasiado íntimo e despudorado) uma rapariga escrever poesia. A família, antes abastada, perde tudo, o pai tem de se esconder e ela e a mãe têm de manter uma pequena pensão, que lhes serve de sustento.

Confrontada com uma porta fechada para a publicação dos seus poemas, o editor, Mr. Longman, lança a Eliza o desafio de escrever um livro de culinária “bonito e elegante como os seus poemas”, desafio esse que promete mudar a vida de Eliza.

Por outro lado, Temos Ann, uma jovem que vive no seio de uma família muito pobre e repleta de infortúnios: o pai terá perdido uma perna e a mãe está a perder as faculdades mentais. É o reverendo Thorpe que lhe propõe uma solução: arranjar trabalho para ela como criada de servir e para o pai (a cuidar do cemitério), com a condição de a mãe ser internada num manicómio.

É a partir daqui que a vida destas duas personagens femininas, tão ricas e marcantes na história, se cruza num amor que vão comungar: a cozinha.

E mais não conto. Mas aconselho muito a leitura deste livro que nos prende do início ao fim, sendo praticamente impossível largá-lo antes de o terminar.

Murakami, Haruki (2021). Primeira Pessoa do Singular. Alfragide: Casa das Letras.

Tradução: Inês Rocha Silva e Maria João Lourenço

Nº de páginas: 176

Início da leitura: 23/09/2022

Fim da leitura: 24/09/2022      

**SINOPSE**

Amores de adolescência evocados com serena nostalgia, jovens vistas apenas pelo canto do olho, críticas sobre discos de jazz desconhecidos, um poeta amante de basebol, um macaco que trabalha como massagista nas termas e que fala como gente grande, um velhote que disserta com ar de entendido sobre um círculo com vários centros.
As personagens e as cenas deste aguardado livro de contos contribuem para levar o leitor a repensar os limites entre a imaginação e o mundo real. E devolvem-nos, intactos, os amores perdidos, as relações desfeitas e a solidão, a adolescência, os reencontros e, sobretudo, a evocação do amor, porque ainda que a «paixão se desvaneça, que não seja correspondida, podemos sempre agarrar-nos às recordações de ter amado alguém, de nos termos apaixonado e sido correspondidos», garante o narrador. Um narrador na primeira pessoa que, por vezes, poderia muito bem ser o próprio Murakami.
Estamos diante de um livro de memórias, de relatos com pinceladas autobiográficas ou de um livro exclusivamente de ficção? Como sempre, o trabalho de Murakami raras vezes encaixa numa categoria única e singular. Terá de ser o leitor a decidir
.

Esta é uma coletânea de 8 contos de Murakami, reunidos num livro de memórias, onde conjuga acontecimentos da sua autobiografia com ficção,  nos quais evoca amores da adolescência, correspondidos e não correspondidos, nem sempre bem sucedidos, quase sempre fortuitos; a solidão, a perda e os reencontros; os discos e cantores, especialmente de jazz, que marcaram as suas preferências e que eram pouco conhecidos dos restantes jovens da sua adolescência; os jogos de basebol a que assistia, de equipas sediadas perto da sua zona de residência, cujos jogos assistia, não por ser um fanático do jogo, mas pela qualidade desse tempo que se dava a si mesmo para ver os jogos, acompanhado de uma cerveja preta, ou, simplesmente, acontecimentos estranhos, como o macaco que falava e que era massagista numas termas que ele frequentou, chegando a referir que “há a impressão de que o real e o irreal haviam trocado arbitrariamente de posição”, sempre com a nostalgia que advém da passagem inexorável do tempo e na “Primeira pessoa do singular”.

A escrita pouco previsível, que torna ténue as fronteiras entre a ficção e a realidade, muitas vezes a roçar o absurdo, em cenários tão reais quanto oníricos. Aconselho!

Valpy, Fiona (2020). A Dádiva da Costureira de Paris. Amadora: Topseller.

Tradução: P. Vieira

Nº de páginas: 320

Início da leitura: 18/09/2022

Fim da leitura: 22/09/2022

**SINOPSE**

Uma inesquecível história de amizade e coragem que atravessa gerações e une o destino de três mulheres audazes.

Harriet chega a Paris com pouco mais do que os seus sonhos e uma fotografia antiga. O destino leva-a à Rue Cardinale, ao mesmo prédio onde a sua avó Claire vivera e trabalhara décadas antes. Ansiosa por saber mais sobre o seu passado, Harriet procura pistas sobre a vida da avó, mas o que descobre é uma história muito mais negra e dolorosa do que alguma vez imaginara.

Em 1940, três costureiras tentam sobreviver numa Paris ocupada pelos nazis, uma cidade onde tudo parece faltar. Enquanto Claire se envolve com um oficial do Exército Alemão, Mireille ajuda a Resistência, participando em missões cada vez mais arriscadas, e a enigmática Vivienne desempenha um papel que não pode revelar às suas companheiras.

À medida que se enredam mais profundamente em atividades clandestinas, o cerco aperta-se em torno destas três mulheres, e os segredos que guardam ameaçam não só a amizade que as une como também as suas vidas. As escolhas difíceis que são obrigadas a fazer acabarão por determinar o seu futuro e o das gerações vindouras.

A autora escreveu este romance histórico, onde nos conta uma história ficcional, construída, no entanto, com base em pesquisas minuciosas e leituras de outros livros sobre mulheres que trabalharam para a Resistência e que “sofreram nos campos de concentração nazis durante a Segunda Guerra Mundial”, tendo-lhes dedicado as suas palavras.

A narrativa intercala entre a vida de Harriet, em França, e a da avó e das suas amigas, à medida que Harriet tenta desvendar o passado desconhecido da avó e, ao mesmo tempo, procurar-se a si mesma. Fica a residir no mesmo quarto, onde terá residido a avó e, por incrível que pareça, tem como colega de trabalho e de casa, a neta de uma das amigas da avó.

De tudo quanto Harriet descobre, não vou realmente falar, mas, posso assegurar que, apesar de em alguns momentos achar que a narrativa se torna demasiado morna e menos motivadora, outros momentos há em que queremos saber mais e desvendar o passado desta avó, que conta uma história de vida, à semelhança de tantas vidas que passaram pelo Holocausto. Recomendo.

Haghenbeck, F. J. (2019). O Livro Secreto de Frida Kahlo. Amadora: Topseller.

Tradução: Dinis Pires

Nº de páginas: 304

Início da leitura: 16/09/2022

Fim da leitura: 20/09/2022

**SINOPSE**

Prefácio de Laura Esquivel.

Realismo mágico e irresistíveis receitas culinárias juntam-se numa biografia ficcionada da icónica artista mexicana, cuja vida foi tão impressionante quanto a sua arte.
Após sofrer um grave acidente e morrer pela primeira vez, Frida Kahlo teve um encontro com a Morte, que lhe propôs um acordo: para voltar a viver, a jovem teria de lhe preparar todos os anos uma oferenda no Dia dos Mortos. A partir de então, Frida cumpriu rigorosamente o ritual, confecionando pratos aos quais se dedicava com paixão, anotando cada um deles num pequeno caderno, onde juntava também memórias e vivências.

A existência de Frida continuou, embora desenrolando-se de modo impetuoso. Com o pintor Diego Rivera, na sua Casa Azul, viveria um amor intenso, mas tumultuoso. A vida da artista, feita tanto de dor como de talento, entrega e paixão, cruzar-se-ia ainda com personalidades marcantes como Leon Trotsky ou Georgia O'Keeffe.

Frida sabia, porém, que tinha uma vida a prazo: o seu corpo, destroçado pelo acidente, doía-lhe sempre, e a alma ia-lhe sendo arrancada aos poucos pela Morte, que a lembrava permanentemente do encontro inevitável e iminente entre ambas.

Depois de ler Frida e as Cores da Vida, de Caroline Bernard, não podia deixar de ler O Livro Secreto de Frida Kahlo, de Haghenbeck, que já tinha na estante há muito tempo à espera de ser lido. São, com efeito, livros diferentes, apesar de serem ambos livros ficcionais, a partir da vida de Frida Kahlo. Este “Livro Secreto” baseia-se num pequeno caderno preto a que Frida chamou o Livro de Hierba Santa”, constituído por uma série de receitas que confecionava para oferecer aos defuntos no “Dia dos Mortos”, para agradecer à sua “madrinha”, por ter sobrevivido à sua “primeira morte”, quando um elétrico embateu contra o autocarro no qual ela seguia.

Vão-se alternando as receitas com a história ficcional baseada na biografia de Frida, onde todos os sentidos se apuram e nos envolvem.

Frida fintou a morte e teve, sem dúvida, uma vida repleta de cor, de amor por Diego, de paixões arrebatadoras por outros homens e por mulheres, de cozinha farta, de dor, de raiva e revolta. A pintura dos seus autorretratos e a cozinha eram a forma encontrada por Frida para acalmar estados de alma.

Frida teve esse efeito, como artista que era, de despertar paixões e de mostrar uma força de viver tão grande e intensa. Aconselho!

Marías, Javier (2014). Coração Tão Branco. Lisboa: Editorial Alfaguara.

Tradução: Fátima Alice Rocha

Nº de páginas: 344

Início da leitura: 16/09/2022

Fim da leitura: 17/09/2022

**SINOPSE**

“Durante um almoço de família, Teresa, acabada de regressar de lua-de-mel, vai à casa de banho, olha-se ao espelho, desabotoa a blusa e mata-se com um tiro no coração. Muitos anos depois, este segredo continua a fascinar Juan, cujo pai foi casado com Teresa antes de casar com a sua mãe. Jovem e recém-casado, e ainda pouco adaptado à mudança de estado civil, Juan procura descobrir o motivo por trás do suicídio de Teresa. Só uma pessoa sabe porque Teresa o fez e guardou para si esse segredo obscuro durante muitos anos. À medida que procura saber mais, Juan sentirá um mal-estar crescente, uma sensação de «desastre iminente» em relação ao seu próprio casamento.

Coração tão Branco, profusamente premiado e unanimemente aclamado pela crítica espanhola e internacional, é já um clássico da literatura contemporânea.”

Ainda não conhecia a escrita do autor e comecei por este, por um lado pelos prémios que obteve com ele (Prémio da Crítica; Prix l'Oeil et la Letre; IMPAC Dublin Literary Award) e, por outro, pelo título.

E lerei com toda a certeza, outros títulos do autor, pois adorei. Prende-nos à leitura pela forma escrita, onde fluem pensamentos e memórias como numa conversa entre amigos. Consegue captar a mente humana, o que está por detrás de cada gesto, de cada atitude, de uma forma intensa e, ao mesmo tempo, tão verosímil, que nos envolve na narrativa, qual peixe numa rede em águas turvas. Porque turvas são as mentes humanas, porque insondáveis são as razões por detrás de alguns comportamentos, porque inexplicáveis são os sentimentos e a forma como cada um se entrega aos amores e ao que os motiva.

Tudo começa com uma jovem que, ao regressar da sua viagem de núpcias, entra na casa de banho e se mata com um tiro no coração. A que se terá devido esta atitude por parte de uma mulher recém-casada, supostamente a viver um momento feliz na sua vida? Terá sido mesmo suicídio?

E de que forma este acontecimento está relacionado com os protagonistas desta história, Juan e Luísa, também eles recém-casados e vindos da sua viagem de núpcias, onde a “mudança de estado se começou a operar”, deixando-os imersos em dúvidas relativamente a um futuro abstrato que talvez nem exista.

É minuciosa a análise dos sentimentos humanos. A título de exemplo, a reflexão sobre o próprio casamento:

“…duas pessoas que estavam habituadas a estar cada uma por sua conta e de estar cada uma em seu lugar, de acordarem sozinhas e, amiúde, também de se deitarem sozinhas, encontram-se de repente artificialmente unidas no seu sono e no seu despertar e nos seus passos pelas ruas…”

Desde o início do casamento, que Juan começou a ser acometido por pressentimentos catastróficos…

Um livro que angustia, porque acompanhamos estes pressentimentos e ficamos estarrecidos com o final.

Recomendo vivamente a leitura.

Bernard, Caroline (2022). Frida e as Cores da Vida. Porto: Porto Editora.

Tradução: Cláudia Abeling

Nº de páginas: 292

Início da leitura: 14/09/2022

Fim da leitura: 15/09/2022

**SINOPSE**

“México, 1925: Frida quer ser médica, mas um terrível acidente põe fim ao seu sonho. Anos mais tarde, apaixona-se pelo sedutor e grande pintor Diego Rivera e, ao lado dele, mergulha de vez no ambicionado mundo das artes. Sempre assombrada por problemas de saúde e percebendo que a sua felicidade pode ter os dias contados, Frida entrega-se à vida com paixão e descobre como trilhar o seu próprio caminho. Com roupas de cores vibrantes e postura de divindade asteca, a artista cria uma aura muito particular e torna-se uma das pintoras mais veneradas dos nossos tempos.

Frida e as cores da vida é um romance contundente sobre feminilidade, história, arte e liberdade a partir da trajetória de Frida Kahlo.”

Já tinha lido textos sobre Frida Kahlo e a vida desta mulher tão peculiar prendeu-me, desde logo, a atenção. Por isso, quando saiu este romance, não podia deixar de o ler. A autora parte de pesquisas sobre a vida da pintora, visita a Casa Azul, no México, e a emoção que Frida sempre lhe causou, levou-a a escrever este romance. Apesar disso, este é um livro de ficção a partir da biografia da pintora.

Quanto a mim, destaco que, apesar de Frida não ter tido uma vida fácil, em virtude de uma poliomielite sofrida na infância e de um acidente que quase a deixou paraplégica, havia nela uma luz que contagiava tudo e todos por onde passava. Sempre exuberante, usou e abusou das cores, das flores, das joias, de tudo o que a fizesse destacar, ainda que nunca mais tenha sido a mesma desde o fatídico acidente no autocarro. As suas pinturas são essencialmente retratos seus, que começou a pintar na cama, na Casa Azul, quando estava imobilizada e o pai arranjou forma de ela não deixar de pintar.

É surpreendente a sua força de viver, a resiliência, a forma como sempre contornou os seus problemas, de saúde e amorosos. Uma mulher exuberante, muito à frente no seu tempo, que desafiou tabus e estereótipos.

A autora traz-nos esta biografia de Frida romanceada de forma ficcional, numa escrita fluída, elegante e que nos capta a atenção logo desde o início do livro e se torna numa leitura muito agradável.

Aconselho vivamente a leitura deste livro.

Molloy, Aimee (2018). Uma Mãe Perfeita. Alfragide: Edições ASA.

Tradução: Ana Saldanha

Nº de páginas: 336

Início da leitura: 12/09/2022

Fim da leitura: 13/09/2022

**SINOPSE**

Quatro amigas encontram-se num jardim em Brooklyn, Nova Iorque. São mães há pouco tempo e debatem-se com as exigências das suas novas vidas. Colette é escritora e sonha em dedicar mais tempo à família. Nell é especialista em cibersegurança e quer fugir a um passado sombrio. Francie pretende ser mãe a tempo inteiro e, assim, expiar segredos antigos. E Winnie, atriz famosa…

Winnie quer apenas o filho de volta.

É que alguém aproveitou a única noite em que as amigas saíram sem as crianças para raptar o pequeno Midas. E agora que a investigação policial parece ter chegado a um impasse, Nell, Colette e Francie unem-se, determinadas a encontrá-lo… mesmo que tenham de agir a coberto das sombras.

Colette está a escrever um livro que lhe dá acesso a ficheiros policiais confidenciais.

Nell utiliza os seus dons de hacker para invadir sites privados.

Francie assiste a um talk-show sensacionalista que ninguém admite ver mas que segue obsessivamente o caso e transforma o rumo das vidas de todas.

E há ainda um pai. Um enigmático e afetuoso pai…

A história deste livro gira em torno de encontros de mães cujos bebés nasceriam em maio, que teve início num fórum sobre partilha de experiências e questões relacionadas com a maternidade. Quando os bebés nascem, começam a encontrar-se presencialmente para falarem dos seus bebés, colocarem dúvidas e trocarem ideias. Estes encontros, tornam-se também um momento de descompressão, onde a maior parte das mães se “liberta” por algum tempo das suas crias para aproveitar, conversar e até beber.

Tudo está bem até ao dia em que desaparece um dos bebés, o bebé Midas, de Winnie. A partir daqui, temos a investigação por parte da polícia e de algumas das mães. Mas não poderei contar o que sucedeu com o bebé nem por quem e por que motivo foi raptado.

Quanto a mim, mais do que um romance policial ou um thriller, este é um livro que aborda questões fulcrais por que todas as mulheres passam após a maternidade: saberão cuidar dos bebés, deverão dar mais atenção aos bebés em detrimento da relação conjugal, o peso com que ficam a mais e que diziam que se perdia após o parto, o que não sucede a todas, os empregos, o tempo de licenças pós-parto, a depressão… entre outras questões.

Confesso que, em alguns momentos, a história se tornou um pouco repetitiva, não avançando como era suposto num romance policial. Mas é uma leitura agradável para ler entre leituras mais densas e que serve o propósito de entreter. O final surpreende.

Portela, Patrícia (2021). Hífen. Lisboa: Editorial Caminho.


Nº de páginas: 280

Início da leitura: 09/09/2022

Fim da leitura: 10/09/2022

**SINOPSE**

«Flandia, o avesso desalinhavado de uma possibilidade hifanada. A discussão sobre o sexo dos anjos enquanto os portões cedem aos cavaleiros do Algoritmo.»

Hífen. um texto que, sendo de uma grande diversidade, tem do princípio até ao fim uma grande unidade e uma grande coerência, por um lado, e uma grande força. Quer quando se fala do amor de uma mãe por uma filha, e aqui chega-se a sentir um estrangulamento na garganta, quer quando Ofélia se dirige ao marido morto, e aqui sentimo-nos identificados com aquele sentimento de saudade, quer quando se evoca a luta por um mundo melhor, quer quando se grita contra a injustiça e contra o absurdo de um mundo onde nos sentimos muito bem desde que abdiquemos do essencial, isto é, do sal da vida. E já no fim, quando a resignação e o suicídio se confrontam como os dois destinos possíveis, a solução encontrada me parece a melhor: mesmo que não lhe encontremos um sentido, a vida é sempre a melhor solução.

Este não é um livro comum. Intercala pensamentos, crítica, acontecimentos, em que tudo se interliga numa distopia.

A ação desenrola-se na Flândia, um lugar inventado pela autora a partir de uma reflexão sobre o pudim flan, uma metáfora extraordinária de um preparado que nos facilita a vida a tal ponto, que já não se distingue um pudim de ovos de um pudim flan. É precisamente isso que acontece com o mundo, constantemente mais facilitador, mais “evoluído”, mas em que tudo perde a cor e o sabor e o saber.

De uma forma literária, com uma linguagem simples,mas muito bem trabalhada, Patrícia Portela leva-nos até este novo lugar pela voz de uma mãe de uma das muitas crianças vítimas da “doença do sono”, narração essa que acaba por ser assumida por uma enfermeira das enfermeiras androides, neste lugar tão tecnologicamente evoluído e, ao mesmo tempo, já tão pouco humano.

É pela voz da mãe, dos desabafos que vai tendo com a filha enquanto dorme, enquanto chora com dores, enquanto se debate com “batalhas noturnas”, que vamos conhecendo a evolução da doença, a angústia crescente que se apodera desta mãe, sempre receosa de que a filha a abandone no sono, já que “É no sono que nos abandonamos ao cuidado dos outros, deixando o frágil coração decidir se continua a bater amanhã”. É nestas horas que esta mãe se recorda do passado, desde o nascimento da filha, das promessas que lhe fez e nunca cumpriu. E verdade seja dita, passamos mesmo a vida a dizer “vamos lá este ano, ainda lá vamos este ano”, sem que, de facto, façamos por ir. É aqui que desabafa sobre as preocupações que sempre partilhou com a filha sobre os problemas ambientais, sociais, financeiros, tecnológicos e políticos e que, neste momento, de nada valem, de nada servem.

Esta Flândia criada pelo próprio homem é a mesma que o trai, porque “Alimentámos um monstro”.

E mais não digo. Apenas que gostei muito deste livro e recomendo a sua leitura. Uma leitura atenta a todos os sentidos que se escondem por detrás das palavras para lhes conferir vida própria.

Quintana, Pilar (2022). Os Abismos. Alfragide: Publicações Dom Quixote.

Tradução: Pedro Rapoula

Nº de páginas: 200

Início da leitura: 07/09/2022

Fim da leitura: 09/09/2022

**SINOPSE**

Claudia tem nove anos e é filha única. A sua vida gira à volta da mãe homónima, já que o pai - com idade para ser seu avô - passa os dias no supermercado que gere com a irmã, casada às escondidas com um tipo muito mais novo. Quando, porém, uma centelha de aventura parece disparar entre este rapaz e a jovem mãe de Claudia, a crise familiar instala-se abruptamente e mergulha a Claudia adulta numa depressão profunda, durante a qual se mete na cama a ler revistas, comentando com a filha como as mortes de Grace Kelly e Natalie Wood não podem ter sido senão suicídios. E, quanto mais a pequena Claudia precisa de esperança, mais a mãe lhe cria temores que a empurram para o abismo, donde nem as bonecas regressam.

Tomando como cenário um mundo em que as mulheres não conseguem escapar a casamentos impostos e prisões domésticas, esta é a história inquietante de como uma criança assume as revelações da mãe e os silêncios do pai para construir o seu próprio mundo, sem saber que, apesar de continuarem todos juntos, a família já ruiu há uma eternidade.

Depois do sucesso internacional de A Cadela, publicado nesta mesma coleção, a escritora colombiana Pilar Quintana consolida com Os Abismos - vencedor do Prémio Alfaguara de Romance de 2021 - o lugar de destaque que conquistou nas letras hispano-americanas.

Já tinha lido e adorado um outro romance da autora colombiana, A Cadela, e este também não defraudou as minhas expetativas.

Este é um livro que incomoda, porque retrata a vida de tantas crianças, que (sobre)vivem e crescem no meio de várias crises familiares. Sei que não é fácil ser mãe, que o livro retrata também esse aspeto, mas, na minha opinião, quem tem filhos, tem necessariamente de cuidar deles e não deixar que vivam como se não existissem, numa relação familiar há muito disfuncional.

Claudia tem o nome da mãe e 8 anos quando se inicia a narrativa. É a narradora da história. Acredita que sempre foi feia, não tendo saído à mãe, que descreve como sendo muito bela. É uma criança com grande imaginação e conta que se referiam ao apartamento onde viviam como “a selva”, por estar repleto de plantas, chamando a si a luz do sol, o vento fresco e os pássaros. Era nessa “selva” que Claudia corria e fechava os olhos para as ouvir. Mas, do segundo piso, parecia-lhe “a beira de um precipício, e os degraus uma encosta escarpada”.

A mãe ficava o tempo todo em casa e, quando ia buscar a filha ao colégio, pouco lhe ligava. Normalmente, Claudia “encontrava-a na cama com uma revista (…). Lia sobre a vida das mulheres famosas (…)”. E, enquanto Claudia almoçava ou via a Rua Sésamo, a mãe “passava as páginas”. E é neste ambiente que Claudia cresce, sempre muito preocupada com a mãe, mas percebendo que a vida tem “abismos” incontornáveis.

Temas como a maternidade, a depressão, o suicídio, as relações conjugais e a traição são aqui relatados tal como são filtrados pelos olhos de uma criança.

Um livro pequeno, mas muito bem conseguido. Aconselho!

Monginho, Julieta (2018). Um Muro no Meio do Caminho. Lisboa: Porto Editora.

Nº de páginas: 248

Início da leitura: 04/09/2022

Fim da leitura: 06/09/2022

SINOPSE

Trazem o que lhes restou: um caderno, um brinco, fotografias, a t-shirt do filho que morreu, um bebé a crescer na barriga, o barulho do seu quarto a ruir. Atravessado o mar, ergue-se o obstáculo inesperado: o muro construído pela hostilidade, esquecida dos que sucumbiram sem refúgio em território europeu, há menos de um século. À porta do muro alastram os campos de refugiados - chão de pedras, ratos, tendas fustigadas pelo sol, pela neve, pelas quezílias.

De todo o mundo acorrem os que ajudam. Levam as mãos para amparar, mimar, oferecer e cozinhar, os olhos para ver e entender.

As histórias são mais que mil e uma. A de Amina e Omid, os fugitivos, a de Dimitris, o grego cercado pelos seus próprios muros, as de Ann e Saud, Juan e Eleni. Vidas suspensas, à beira do muro, à porta da Europa.

Um Muro do Meio do Caminho é um livro realmente bom, que recebeu o Prémio Fernando Namora, em 2019.

Como refere a autora “Este é um livro de ficção. Nenhuma das personagens corresponde a uma pessoa real.” Ainda assim, a ficção foi criada a partir de conversas que a autora teve na ilha grega de Chios, numa viagem de aprendizagem pessoal feita em 2016 como voluntária, na qual contactou com as condições deploráveis no acolhimento de refugiados da Síria e do Afeganistão, desde a falta de casas de banho, de água, de eletricidade, de condições de saneamento e esgotos, lamentando profundamente o desprezo a que foram votados. O acolhimento por outros países da Europa constitui o sonho das jovens mulheres de hijab, dos rapazes mais rebeldes, das mulheres que tudo perderam, das crianças sem família e de todos os que lutam por eles, por melhores condições de vida ou apenas as previstas na convenção dos Direitos Humanos. Os que conseguiram trazer alguma coisa, o que terão escolhido e porquê? De que forma poderão sair daquela “prisão”? Quem poderá prestar-lhes auxílio? Serão livres para, por exemplo, irem ao encontro dos maridos que já estão algures na Europa? Quais as dificuldades por que passa quem tenta ajudar? Será possível prestar auxílio sem que se envolvam emocionalmente?

Este é um livro literário que incomoda, que denuncia, que questiona, que choca e que abana até os menos sensíveis a estas questões. É impossível ficar-se indiferente.

Deixo dois excertos para que fiquem com a noção da forma como a temática é abordada.

“O mundo dos desejos está reservado aos que moram no continente de marca, tanto mais altivo quanto mais se afasta da pobre costa sul. Aos que querem lá entrar exige-se que deixem à porta as ilusões e, se teimarem, ao menos que tomem o lugar de pessoal menor que lhes foi reservado à nascença”.

“O que seria do mundo sem as armas? O que seria a raiva, sem a possibilidade de eliminar o semelhante? Se o dinheiro desaparecesse por magia, o que fariam os homens à cobiça? Se as terras se unissem num único lugar, o que fariam os homens às disputas? Se os espelhos desaparecessem, o que fariam os homens à vaidade? O que fariam os homens à compaixão?...”

Adichie, Chimamanda Ngozi (2019). A Cor do Hibisco. Alfragide: Publicações Dom Quixote.

Tradução: Tânia Ganho

Nº de páginas: 368

Início da leitura: 01/09/2022

Fim da leitura: 03/09/2022

**SINOPSE**

Os limites do mundo da jovem Kambili são definidos pelos muros da luxuosa propriedade da família e pelas regras de um pai repressivo. O dia-a-dia é regulado por horários: rezar, dormir, estudar e rezar ainda mais. A sua vida é privilegiada, mas o ambiente familiar é tudo menos harmonioso. O pai tem expectativas irreais para a mulher e os filhos, e pune-os severamente quando se mostram menos que perfeitos.

Quando um golpe militar ameaça fazer desmoronar a Nigéria, o pai de Kambili envia-a, juntamente com o irmão, para casa da tia. É aí, nessa casa cheia de energia e riso, que ela descobre todo um novo mundo onde os livros não são proibidos, os aromas a caril e a noz-moscada impregnam o ar, e a alegria dos primos ecoa.

Esta visita vai despertá-la para a vida e o amor e acabar de vez com o silêncio sufocante que a amordaçava. Mas a sua desobediência vai ter consequências inesperadas...

Uma obra sobre a ânsia pela liberdade, o amor e o ódio, e a linha ténue que separa a infância da idade adulta, que marcou a estreia de uma escritora extraordinária.

Mais um livro extraordinário de Adichie. É tão fácil embrenharmo-nos nas suas histórias e acompanharmos as personagens tão bem construídas.

Neste livro, dois irmãos nigerianos, a jovem Kambili e  o irmão Jaja, vivem oprimidos pelo pai e pela religião católica que ele professa como líder responsável pela comunidade religiosa, sem disso se queixarem, uma vez que que para eles é natural obedecerem ao pai e acreditarem que a vontade de Deus está acima de tudo.

Vítimas de violência doméstica, mãe e filhos encaram essa como a única forma de vida, uma punição natural, sempre que contrariam os ideais do pai, não obedeçam ou não obtenham os resultados escolares que ele espera deles. Assim, estas crianças não sabem ser crianças, não sabem sorrir nem desfrutar dos pequenos prazeres da vida.

Quando Enugu é ameaçada por um golpe militar, o pai acaba por consentir que a tia deles, Ifeoma, os leve temporariamente para sua casa, em Nsukka. É aqui que contactam com outra forma de vida a que não estavam habituados, pois a família da tia sorri, brinca, conversa... Aqui conhecem o avô, que o pai reprovava referindo-o como pagão, conhecem um padre que terá um papel crucial na história. Segundo o pai, terá sido ali que se corromperam. 

Para finalizar, uma vez que não quero entrar no enredo, refiro apenas que os hibiscos têm cores diferentes em cada uma das localidades, simbolizando a forma como a religião e a própria vida são encaradas em cada uma. Desta forma, se acaba por perceber a escolha do título.

Aconselho vivamente a leitura deste livro.

Simões, Berta; Moreira, Fernanda Palhares (2018). Num Piscar de Olhos. Vila Nova de Famalicão: Editorial Novembro.

Nº de páginas: 178

Início da leitura: 01/09/2022

Fim da leitura: 03/09/2022

**SINOPSE**

Beatriz é vítima de um acidente grave que torna a sua vida num improvável carrossel de emoções. É-lhe diagnosticada uma síndrome rara que a obriga a passar largos meses no hospital. O que parecia um acidente por obra do acaso torna-se num mistério que terá de ser deslindado pela polícia.

(…) Conseguirá Beatriz recuperar?

Será capaz de superar um passado emocionalmente turbulento?

Terá a capacidade de desenhar o seu futuro?

O que gostei neste livro? O facto de não ser um mero romance romântico. Não gosto de leituras cheias de mel nem de romances cuja história não vai para além das relações amorosas.

Este livro não se fica pelo romance. Numa escrita muito simples e direta, aborda temáticas importantes, como o amor possessivo, as relações tóxicas, a bipolaridade, a síndrome do encarceramento… A conferir uma maior vivacidade a esta história de superação, surgem os sonhos visionários da protagonista e o crime de que é vítima.

Quem terá tentado matar Beatriz com o atropelamento que a levará ao hospital?

Para ver revelados esta e outras perguntas e descobrir a força de vontade desta protagonista, terá mesmo de ler este livro!

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Professora de português e professora bibliotecária, apaixonada pela leitura e pela escrita. Preza a família, a amizade, a sinceridade e a paz. Ama a natureza e aprecia as pequenas belezas com que ela nos presenteia todos os dias.

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