Quando os Rios se Cruzam, Rita Da Nova

Nova, Rita Da (2024). Quando os Rios se Cruzam. Lisboa: Editorial Presença.

Nº de páginas: 240
Início da leitura:19/04/2024
Fim da leitura: 20/04/2024

**SINOPSE**

"«Durante anos, imaginei o que aconteceria quando contasse tudo isto, quando cravasse a mão no peito para extrair a culpa lá de dentro. E posso concluir que foi como arrancar o meu próprio coração, com a desvantagem de continuar viva.»

Para Leonor, ir de Erasmus significava começar de novo, aqueles meses em Turim seriam o balão de oxigénio de que tanto precisava para se afastar da mãe controladora, talvez até libertar-se da pessoa reservada e observadora que tinha aprendido a ser a casa. Onde ninguém a conhecesse, poderia ser quem quisesse.

Na cidade italiana, ela descobre partes de si que ignorava existirem, muitas delas novas e entusiasmantes. Mas há um outro lado de si que se revela, uma parte que a envergonha e amedronta, atitudes em que não se reconhece e cujas consequências vão ficar consigo para sempre.

Dez anos depois, mais uma vez a adiar o reencontro com o passado, Leonor dá por si a revelar a uma estranha tudo o que aconteceu naqueles meses e de que forma o fogo, até então tão inofensivo, acabou por lhe deixar marcas eternas.

Depois de um romance de estreia que se tornou um sucesso imediato, Rita da Nova está de volta com uma personagem complexa em busca de si própria, que procura conciliar as suas várias versões. Afinal, somos mais nós quando estamos junto das pessoas que nos conhecem ou quando estamos longe de tudo e podemos ser quem quisermos?"
Este é o segundo romance da autora, o primeiro que leio. Agora não descansarei enquanto não ler também o primeiro.
Gostei muito, pela escrita fluída, pela forma como a narrativa surge contada, pela linguagem elegante, direta e desprovida de pretensiosismos. 
Começamos, numa fase atual, em que a protagonista desta história, Leonor, se senta junto de uma mulher que desconhece e, numa conversa sobre fogo e fumo, quando a mulher lhe pergunta "- Mas ardeu-lhe alguma coisa, foi?", começa a contar-lhe a sua história de vida, a sua relação com a mãe, com o pai e com o tio e, o momento crucial, a sua ida para Turim, em 2012 em Erasmus, as amizades que fez, a "outra" Leonor que descobriu, as dúvidas, as perdas, a culpa... Fiquei presa à história do início ao fim e recomendo vivamente!

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