Histórias Soltas Presas Dentro de Mim
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(imagem do google)

Domingo, fim de tarde.
Um homem sentado
num banco de jardim
que dá para o mar.
Não contempla o horizonte,
lê um jornal pensativo.
Horas repetidas
repousam em notícias
mesmas de três dias repetidos,
mesmas em jornais consecutivos.
Nos seus olhos
mora o reflexo da atualidade,
tristezas, desastres, catástrofes,
realidade nua,
demasiado crua.
Burlas, vigarices, desvios,
pobreza, fome, incerteza.
Nos seus olhos
há cansaços,
há sonhos por concretizar,
projetos por realizar.
Cansados, os seus olhos
fecham-se por um momento.
E em breve sonho agitado
surge o poeta
devolvendo-lhe sonhos perdidos,
revelando-lhe sentimentos esquecidos,
momentos adormecidos...
A realidade suaviza,
a crueldade ameniza
e até o sol ganha reflexos cor-de-rosa
no horizonte.
O homem dobra o jornal,
sorri porque redescobriu o sentido da vida.
                                                     Célia Gil


(imagem do google)

Quantas histórias na mente guardamos,
contadas, adormecidas, imaginadas,
reveladas, escondidas, sonhadas,
histórias que esquecemos, lembramos.

Conta-me histórias, avó, conta-me histórias!
Mesmo as que ouvi vezes sem fim,
deixa que escute tudo o que em mim
jaz no pó das minhas memórias.

Ainda que já as tenha ouvido,
parece sempre, sempre a primeira vez.
Vejo novos pormenores com mais nitidez,
descubro em cada uma um novo sentido.

Histórias que passam, vão e permanecem
numa dança de memórias rodopiante,
risos antigos baloiçam de forma constante,
ecos de momentos que não se esquecem.
                                                  Célia Gil



(imagem do google)

Ler não é um ato simples,
não se pode sequer definir.
É mais, muito mais…
Escolher um livro é esperar a química
atração à primeira vista.
É sentir que é “aquele”,
“aquele” é o livro,
aquela a capa,
aquela a ilustração,
aquela a história que quero ler.
E esse inicial impacto
é magia, é química, é tacto,
é sonho, é crença, é olfato.
É querer, é ter, é poder,
é desejar, é esperar, é ler.
Criamos laços num ato de entrega
entre o livro que se desvenda
e o nosso olhar que o anseia.
E é neste processo sensual,
carismático ritual
que nos torna num só.
Eu passo a integrar o livro,
a história, o poema, a memória,
que depende de mim
para ganhar novos sentidos,
o principal sentido: ser lido!
                                      Célia Gil


(imagem do google)


Sobe o sol no horizonte,
traz em si uma missão,
repousa os raios no monte,
aquece as faces e o coração.
Tudo ganha uma nova vida,
vida perdida, vida esquecida,
tece de novo a ilusão.
Ergue-se da noite o véu
que tudo cobria em penumbra,
recolhendo a sua angústia ao céu,
encolhida ante o sol que deslumbra.
                                     Célia Gil




Hoje resolvi fazer uma sobremesa muito apreciada pelos meus filhotes e que fica, como o nome indica, "do céu".
É fácil, mas requer paciência.
Então, aqui vai a receita:

Começam por se fazer os ovos moles:
- 8 gemas.
- 8 colheres de açúcar.
- 16 colheres de água.

Junta-se a água e o açúcar num tachinho, que vai ferver cerca de 3 minutos.
Em seguida, deixa-se arrefecer e batem-se as gemas (deixando as 8 claras reservadas).
Misturam-se as gemas ao preparado anterior depois deste arrefecer e vai novamente a lume (brando), mexendo sempre para não encaroçar. Cerca de 5 minutos. Deixa-se arrefecer.


Em seguida, passamos ao resto da receita:
- oito claras.
- 1 pacote de bolacha Maria d'Oro.
- 2 pacotes de natas e açúcar a gosto.
Batem-se as claras em castelo e reservam-se. Batem-se as natas até ficarem durinhas, adoçam-se a gosto e envolvem-se com as claras. Ralam-se as bolachas.

Finalmente, numa taça, vai-se colocando uma camada do preparado das claras/natas e uma de bolacha ralada. Termina-se com claras/natas e cobre-se com os ovos moles. 




Fica uma delícia! Bom domingo e experimentem!


Imagem relacionada
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Olhos grandes, brilhantes,
os da criança que passa
e que por vezes faz asneiras
e fica quietinha
à espera da reprimenda.
Passa, menina, passa...
Vive plenamente,
que o tempo não volta atrás.
Chapinha nas poças de água
e ri, ri até não poderes mais.
Olha, contempla o céu,
as flores, a vida.
Conhece amigos,
vive amores e dissabores,
mas mantém esse ar inocente
que para mim é um presente
que o teu rosto me oferece.
Vem, dá-me a tua mão
e aloja-te em mim,
no meu coração.
Quero essa criança que fui,
essa criança que me fazia sonhar,
me deixava os olhos a brilhar...
Porque o tempo, implacável, flui,
mas eu quero continuar a sorrir!
Dá-me a tua mão,
vamos correr pelos montes,
rebolar na relva,
apanhar flores silvestres,
adormecer à sombra de uma árvore
quando já não pudermos mais.
Pode ser que a mãe
nos leve ainda ao colo para a cama
e nos dê um beijo de boa noite.
Dá-me a tua mão
e vamos ser felizes!

                           Célia Gil






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Como pode ser, Deus meu,
como pode a vida desiludir
pessoas boas
no seu simples existir?
Castigo? Não creio!
Seria imerecido!
Prova de resistência e fé?
Não creio!
Ninguém infligiria tamanho sofrimento,
tamanha dor, tamanho tormento,
em prol do reforço da fé!
Distração? Provavelmente!
Se somos feitos à Tua imagem,
Por que exigimos que sejas infalível?
Testar limites? Não creio!
Seria um ato de masoquismo,
de ironia, de sadismo!
Sina do destino? Talvez…
Talvez nasçamos com um destino traçado,
ainda que triste e malfadado
e sejamos marionetas nas suas mãos.
Seremos nós capazes de o fintar,
de o contornar, de o enganar?
Mais tarde ou mais cedo
virá reclamar o que nos designou,
tirar o que o presente nos negou.
De um momento para o outro,
passamos de gente sonhadora
a um farrapo velho
e caímos do pódio
sem a certeza de um chão seguro.
Deixamos de protagonizar a felicidade
e tudo se desmorona.
Os ombros descem
sob o peso da desgraça.
As nossas alegrias
passam a espelhos de medo.
A nossa crença
a revolta e incompreensão.
Tudo é frio, triste, solidão.
Perdemos o norte,
o futuro, a razão.
Somos ínfimos nadas adiados.
                                      Célia Gil

Escrevi este poema ao tomar conhecimento de mais um caso de cancro na família e aproveito este momento de Páscoa para suplicar e orar por todos os doentes oncológicos, para que tenham fé e acreditem que tudo vai passar, mas que saibam que também têm o direito a este grito de revolta! Depois passa a revolta, a mágoa, mas é inevitável! Que Deus dê muita força e coragem para ultrapassar esta provação!



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Fico triste comigo
quando não consigo
tolerar a inveja,
quando me revolto
com atitudes incorretas.
Queria ser capaz de ignorar,
simplesmente deixar passar…
Mas não! Sou sensível!
Levo desaforos para casa,
carrego ofensas com tristeza
e fico amargurada,
magoada, angustiada.
Demoro a reagir,
a impedir-me de me sentir
desiludida com as pessoas,
magoo-me em demasia,
levo tudo muito a peito
e fico a sós com as minhas lágrimas.

Quem me dera ser
aquela força da natureza
que explode mas logo esquece,
que é capaz de ultrapassar,
esquecer sem sofrer,
ignorar ainda que sem perdoar…

Mas sou assim…
Demasiado humana
para ser fria como uma rocha,
impenetrável como o nevoeiro,
sólida como a urze
que resiste às nortadas.

Sou frágil, demasiado frágil,
Sensível, demasiado sensível,
Humana, irremediavelmente humana. 
                                           Célia Gil



(imagem do google)

Se a voz não me doer
não me cansarei
de te dizer
que eu quero,
quero muito mais da vida,
quero tudo o que ela
me poderá dar.
Quero o amor
puro e verdadeiro,
o amor eterno
até ao dia derradeiro.
Quero a paz,
a paz no mundo,
quero o sonhar,
o sonhar profundo.
Quero a saúde
a saúde de ferro,
quero a amizade verdadeira
que a falsa não, não quero.
Não quero o poder
que se usa para ofender,
não quero a arrogância,
a inveja e a ganância.
O que eu quero,
o que eu quero mesmo,
o que eu espero,
o que eu espero mesmo
é viver a vida intensamente
numa felicidade permanente,
e poder compartilhá-la,
doá-la, desperdiçá-la…
Mas que a vida me abrace,
nos seus braços me enlace,
que eu quero cantá-la
até que a voz me doa.
                         Célia Gil
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Sobre mim

Professora de português e professora bibliotecária, apaixonada pela leitura e pela escrita. Preza a família, a amizade, a sinceridade e a paz. Ama a natureza e aprecia as pequenas belezas com que ela nos presenteia todos os dias.

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