Histórias Soltas Presas Dentro de Mim

O’Brien, Edna (2019). Na Floresta. Amadora: Cavalo de Ferro

 

Nº de páginas: 240

Início da leitura: 30/01/2021

Fim da leitura: 31/0/2021

Na Floresta é um livro escrito por Edna O’Brien e foi traduzido por Manuel Alberto Vieira. Um livro que tem tanto de pesado, forte, lúgubre, sinistro, macabro, quanto de empolgante e envolvente. Comecei ontem e não consegui quase pousar (a não ser para ler 50 páginas de outro livro que comecei hoje para um desafio de leitura conjunta).

Que livro! Ainda estou em choque e, ao mesmo tempo, em êxtase! Um forte e cru abanão. Baseado numa história real sobre o desaparecimento de Imelda Riney, de 29 anos e seu filho, de 3 anos, em abril de 1994, no Condado de Clare, bem como de um padre, Joe Walshe, do Condado de Galway. Até que ponto se é do bem ou do mal? Será que uma infância de rejeição, de sofrimento, de abusos, entre uma e outra instituição, serão suficientes para justificar a atuação e a conduta de um homicida?

Partindo da história real já mencionada, surge-nos o jovem problemático Mich O’Kane, um órfão de mãe (a única pessoa que, segundo ele, o entendia), temido por todos e que, ao sair do local onde vivia, prometeu regressar com um banho de sangue. Mich é um jovem desequilibrado, sem limites para nada, sem emoções morais e que atribui os seus atos às vozes do mal que lhe falam e com as quais conversa durante os seus sonhos ou alucinações, na sua própria solidão. E é impressionante como a autora nos coloca perante os pensamentos, a mente psicótica deste jovem. Cheguei, no início, a ter pena da criança que, como muitas crianças, foi vítima de tanta violência e de abusos nas instituições por que passou. Mas, se calhar, já desde a infância que lá estava aquele ser distorcido e violento que, mais tarde se vem a revelar. Um psicopata é sempre um psicopata, sem noção de nada (já tive um aluno com perturbações deste foro e que tentou matar os avós. Confirmo que nunca sabia como ia reagir numa aula. Sei que tinha um plano detalhado para destruir a cidade onde vivo. Era preciso tratá-lo com “pinças”, sempre a medo, sem saber a próxima reação. Por isso, ainda mais curiosa fiquei para tentar perceber uma mente destas, algo que não tem explicação).

Um livro 5 estrelas. Muito bem escrito, envolvente e para o qual somos sugados como um lodaçal que nos absorve e é com dificuldade que dele saímos.

                                                                                                                  Célia Gil

Mckenzie, Catherine (2016). Regressar. Amadora: Topseller.

Nº de páginas: 320

Início da leitura: 26/01/2021

Fim da leitura: 29/0/2021

Regressar é um romance escrito por Catherine Mckenzie e foi traduzido por Maria da Graça Pinhão.

Emma Tupper é uma advogada em ascensão a quem a mãe, ao falecer, deixa um bilhete para uma viagem à Tswanalândia, um país africano (Namíbia). Emma parte para África para passar um mês de férias. Porém, adoece, sobrevive a um terramoto que terá deixado tudo devastado e, só após seis meses, regressa.

Ao regressar, não imagina o que a espera ou mesmo que não é esperada, pois já tinha sido dada como morta. Ao chegar a casa, verifica que a chave não funciona. Afinal, a casa teria sido alugada a outro inquilino, Dominic. Ao ser dada como morta, foi encerrada a sua conta bancária, deixando de efetuar o pagamento da renda da casa. Também o seu lugar no escritório de advogados tinha sido preenchido. E até o namorado, Craig, a esqueceu e deu novo rumo à sua vida sentimental.

Não sei como reagiria se isto me acontecesse, simplesmente ter deixado de existir. Mas Emma é uma personagem persistente, inteligente e com um grande sentido de humor. E enfrenta a luta que tem pela frente para recuperar a sua existência, a sua vida.

Aconselho a leitura deste livro, escrito de forma muito fluída, que se lê num ápice, sem momentos mortos. O final tem um ritmo ainda mais acelerado, envolvendo-nos totalmente na história.

Penso que este romance daria “pano para mangas”, pois não é muito desenvolvida a estadia da personagem em África e gostaria de saber mais sobre a sua vivência da catástrofe natural por que terá passado.

Molini, Elena (2020). A Pequena Farmácia Literária. Barcarena: Editorial Presença

Nº de páginas: 264

Início da leitura: 22/01/2021

Fim da leitura: 25/01/2021

A Pequena Farmácia Literária é o primeiro romance de Elena Molini, a proprietária da Piccola Farmacia Letteraria, uma livraria de Florença e foi traduzido por Vasco Gato.

Confesso que a capa do livro e o título me fascinaram e impulsionaram a ler este livro. Gosto de histórias sobre livros e livrarias.

A história decorre nesta livraria, sendo, no entanto, ficcional.

Blu é a protagonista deste livro, narradora na primeira pessoa. Após algumas desilusões com outras experiências com livros, numa editora e numa livraria, resolve abrir a sua própria livraria. No início, não se revela uma tarefa simples e lucrativa, até ter uma ideia…

Entretanto, a par da biblioterapia que vai empreendendo na sua livraria, Blue vai relatando a história do seu grupo de amigas muito sui generis, que nos convida a embrenharmo-nos nas suas aventuras. O final da história de Blu encerra uma revelação que nos surpreende.

É um livro de leitura simples, com uma linguagem atual e sem grandes arabescos literários, bom para uma leitura de verão ou uma leitura leve depois de um livro mais denso. Com momentos hilariantes, faz-nos sorrir e sonhar.

Quanto a mim, a parte melhor do livro é mesmo a relação com os livros, pelo que dispensaria muitas das histórias casuais que vão sendo narradas e que não me prenderam tanto à narrativa.

Gostei das recomendações literárias e do capítulo final que nos explica o funcionamento da livraria, com exemplos de bulas literárias.

O facto de a ação decorrer num espaço real, levou-me a pesquisar sobre o mesmo e partilho convosco um vídeo que encontrei no Youtube sobre esta livraria

e o link da página de Facebook (https://www.facebook.com/piccolafarmacialetteraria/).

Por fim, só me resta dizer que adorava visitar esta livraria!


Carvalho, Mário de (1991). Casos do Beco das Sardinheiras. Lisboa: Editorial Caminho.

Nº de páginas: 96 páginas

Início da leitura: 21/01/2021

Fim da leitura: 23/0/2021

Contos breves sobre casos onde se cruzam situações caricatas dos habitantes de um bairro, os seus linguajares, crenças, atitudes com o sobrenatural. Histórias que fazem rir, surpreendem e culminam num epílogo super criativo.

As personagens, com nomes engraçados, representando um Beco tipicamente português, manifestam também alguma singularidade. Perante situações de difícil resolução, os habitantes do Beco das sardinheiras tem sempre uma solução a propor, ainda que possa não vir a resultar plenamente. Como o autor diz, são personagens que podem não ser os heróis de grandes obras, mas que lhe assaltam os sonhos. E é como se de sonhos se tratasse, que nos surgem, por entre acontecimentos corriqueiros e outros que parecem não fazer muito sentido, até absurdos. Assim são os sonhos!

Vallès, Tina (2018). A Memória da Árvore. Alfragide: Dom Quixote.

Nº de páginas: 145

Início da leitura: 14/01/2021

Fim da leitura: 16/01/2021

A Memória da Árvore é um livro escrito pela autora Tina Vallès, nascida em Barcelona, traduzido do catalão por Artur Guerra e Cristina Rodriguez.

Este é um livro sobre afetos. Escrito de uma forma irrepreensível e que nos deixa de olhos vidrados do início ao fim. São afetos que nos aquecem e nos enchem a alma.

A história é narrada por uma criança, o Jan, uma criança que nos cativa com as suas palavras. O amor imenso que nutre pelo avô é enternecedor. Tudo começa quando os avós se mudam para sua casa, porque o avô está com Alzheimer. Poderia ficar feliz, mas, ao verificar que os pais não tinham sorrido, perguntou-lhes “- Posso ficar contente?”. Mas, quando se apercebe de tudo o que tem de prescindir por ter os avós em casa, não faz mais perguntas, pois não quer mais respostas. Tudo ia mudar, inclusive a rotina das férias de verão, que já não iam passar a Vilaverd, onde viviam os avós…

No meio de toda a tristeza vivida, o nosso narrador é a lufada de vida nesta casa. O avô começa a ir esperá-lo à escola e, a caminho de casa, conta-lhe histórias de que ele nunca irá esquecer. “Então o meu avô pôs voz de conto antigo e disse-nos que ele em pequeno tivera uma árvore que o protegia do sol do meio-dia e lhe servia de cabana, de esconderijo, de confidente.” À noite conta-lhe fábulas que o farão crescer e que o acompanharão para sempre nas suas memórias. Assim se constroem as memórias.

E, mesmo em momentos mais tristes, e passo a citar “O sorriso do meu avô voltou, e dele saíram os ramos de todas as árvores que iríamos ver no dia seguinte”.  São precisamente estas histórias, este amor do e pelo neto, que lhe vão avivando memórias e atrasando o processo de esquecimento. Contrariamente aos pais que “chegavam à escola com cara de trabalho”, os avós tinham cara de quem tem o tempo todo para ele, ainda que, por vezes, também o olhassem com aquele “olhar de vidro” de quem fica com as emoções à flor da pele.

Este é um livro escrito com uma tal sensibilidade e pureza, que é impossível não nos deixarmos envolver e seguir esta família que nos abraça e nos comove. Apesar das perdas, há sempre uma aprendizagem a retirar e uma celebração da vida.

Termino com mais uma passagem, pois só lendo se tem perceção da dimensão da linguagem utilizada, da harmonia, do sentimento que transmite:

“Lancei-me para cima do meu avô e abracei-o com muita força, com o meu nariz colado ao pescoço dele, ao seu cheiro a detergente da roupa e à espuma de barbear. Olhei para os seus botões, todos abotoados como sempre, e pensei que vai chegar um dia em que talvez não os saiba abotoar. Toquei num deles e decidi que serei eu a abotoá-los, que o meu avô andará sempre com os botões bem abotoados. E ao pensar isto tive vontade de chorar e escondi a cara nos ombros dele.”

Foi impossível não chorar com este livro, mas não com a dureza das palavras ou da situação vivida, antes com a sensibilidade com que tudo é retratado. Adorei!

Ainda que seja um livro recomendado para leitura no ensino secundário pelo PNL, penso que é um livro que deveria ser lido por todas as faixas etárias!

Levi, Primo e Benedetti; Leonardo De. Assim Foi Auschwitz. Lisboa: Objectiva, 2020.

Nº de páginas: 296

Início da leitura: 11/01/2021

Fim da leitura: 13/01/2021

Assim foi Auschwitz é um livro de Primo Levi e Leonardo De Benedetti, traduzido por Federico Carotti.

Este é um livro com testemunhos inéditos de Primo Levi e Leonardo De Benedetti, que parte de um relatório pormenorizado das condições de vida nos Lager, que lhes foi pedido pelo exército soviético, no fim da II Guerra e da libertação dos campos de concentração pelas forças aliadas.

De uma objetividade chocante e detalhada, é um livro de memórias sobre o Holocausto. Este não é um romance, é uma história de vida real e que deve servir de referência a quem escreve sobre o tema ou, pura e simplesmente, quer estar informado sobre o que realmente sucedia nos campos de concentração e extermínio.

Gostei dessa objetividade, que considero fundamental na abordagem deste tema e atendendo à forma incoerente e “leve” como tem sido romanceado. A repetição de testemunhos poderia tornar o livro maçador, o que não sucede, antes nos permite comparar e verificar a assertividade desses testemunhos.

À semelhança de muitos outros judeus, o italiano Primo Levi foi exilado num campo de trabalho em Auschwitz, em 1944, tendo na altura 24 anos. Foi em Auschwitz que Levi conheceu Benedetti, médico judeu, também prisioneiro. É, através de um exercício de memória, que os dois recordam as suas vivências nesses campos, acompanhando esse exercício de memória com reflexões e críticas bem fundamentadas, que nos permitem perceber com pormenor todos os horrores vividos nestes campos durante o Holocausto.

Termino, citando duas passagens que sintetizam muito bem o que se pretendeu transmitir através deste livro: “Não é lícito esquecer, não é lícito calar” e “Pensem: há menos de vinte anos, e no coração desta Europa civilizada, sonhou-se um sonho demente, o de edificar um império milenar sobre milhões de cadáveres e de escravos”.

Tordo, João (2020). Felicidade. Lisboa: Companhia das Letras.

Nº de páginas: 328

Início da leitura: 04/01/2021

Fim da leitura: 10/01/2021

Felicidade é um livro de João Tordo, publicado em outubro de 2020. A ação decorre em Lisboa, na década de 70 e 80.

No início da história, somos confrontados com um protagonista masculino, de quem não sabemos o nome, vítima de uma vida trágica que envolve três irmãs gémeas, Felicidade, Angélica e Esperança.

Desde o início nos questionamos sobre as personagens e o que terá conduzido à tragédia que nos é logo apresentada no início da narrativa. A partir daqui surge, em analepse, a história desta personagem.

Tudo começa na altura em que o protagonista frequenta a mesma escola que a trigémeas, tem ele apenas 17 anos. De personalidades muito diferentes, é Felicidade que lhe pisca o olho. E é por ela que ele se apaixona perdidamente.

Ao longo da narrativa, acompanhamos a vida do protagonista desde a adolescência à idade adulta.

É notório que houve um grande trabalho de pesquisa por parte do autor, conseguindo contextualizar a história, de forma credível e completa. Também gostei da divisão em três atos, que confere à história características de uma tragédia grega. A própria escolha do nome das personagens femininas foi muito bem feita. Gostei da forma como nos são apresentados os pais do protagonista e a mãe das gémeas. Igualmente curiosa é a forma como é abordado o tema da crença esotérica, a procura de uma catarse que permita às almas sossegarem. A realçar ainda a mestria com que Tordo escreve.

Tinha tudo para ser uma boa história e não deixa de o ser, embora deva salientar dois aspetos menos positivos: a abordagem excessiva de momentos de erotismo de forma algo brejeira (deve ser moda agora!) e algumas comparações com personagens clássicas. No meu entender, essas características, poderiam ser percetíveis nas próprias personagens, na forma como agem, no decurso da narrativa, não carecendo de explicações tão exaustivas.

Chamberlain, Diane (2016). Vidas Esquecidas. Amadora: Topseller.

Nº de páginas: 384

Início da leitura: 02/01/2021

Fim da leitura: 09/01/2021

Vidas Esquecidas é um livro escrito pela Diane Chamberlain e traduzido por Ana Mendes Lopes.

Este romance prendeu-me à leitura logo nas primeiras páginas. Não estivesse eu a ler outro livro em simultâneo, apesar do número de páginas, teria devorado este livro em muito pouco tempo. Por outro lado, gostei de prolongar a sua leitura, porque foi sempre um prazer voltar a retomar a sua leitura. É um livro intenso, que aborda questões sociológicas de famílias desfavorecidas, temas controversos como a “eugénia” e que nos revolta, choca, inquieta e comove. A "Eugenia" era um programa esterilização, muito utilizada durante a II Guerra com a ideologia de atingir a “pureza racial”, e que continuou a ser amplamente utilizada, mesmo após a II Guerra, em vários países. Entre 1929 e 1975 a Carolina do Norte esterilizou sete mil dos seus cidadãos. No total cerca de 65 mil americanos foram esterilizados em 33 Estados. Apesar de ser um tema abordado de forma fictícia, retrata acontecimentos que podemos situar em termos históricos e que nos ajudam a perceber e a consciencializar para estes programas de apuramento racial tão injustos e abomináveis.

A história decorre na Carolina do Norte, na zona de Grace County em 1960. Jane Forrester, recém-formada e casada com um médico, começa a trabalhar como assistente social, ainda que o marido preferisse que ela ficasse em casa e tivesse logo filhos, como a maior parte das mulheres dos seus amigos. Mas Jane não se identifica com essas mulheres e quer exercer a sua profissão.

Jane começa a prestar assistência a famílias muito pobres e, inicialmente com o desejo de mostrar as suas capacidades profissionais, acaba por se envolver emocionalmente nos casos que segue. A família que mais a comove e interessa é constituída por Ivy, a irmã (mãe solteira e esterilizada pela “eugénia”) e a avó.

À semelhança do livro O Segredo da Minha Irmã, a história é narrada alternadamente por duas personagens, neste caso, Ivy e Jane, o que torna a narrativa mais envolvente. Os capítulos são breves, mas intensos e, sempre que queremos saber como a história continua, passamos para a outra personagem, que, por sua vez, também nos envolve e absorve completamente.

Posso dizer que adorei este livro, até mais do que o anterior, tal a carga emocional e riqueza destas personagens, que nos sugam e nos levam com elas para as suas vidas complexas e únicas.

Que segredos escondem estas mulheres? Até que ponto Jane consegue separar a sua vida das vidas que assiste?

Uma leitura que aconselho vivamente!

5 estrelas!

Fossum, Karin (2009). A Noiva Indiana. Alfragide: Dom Quixote.

Nº de páginas: 282

Início da leitura: 28/12/2020

Fim da leitura: 01/01/2021

A Noiva Indiana é um policial escrito pela norueguesa Karin Fossum e foi traduzido por José Mendonça da Cruz. Ganhou o prémio do Jornal Los Angels Times, na categoria de policial/thriller e foi finalista do Gold and Silver Dagger Award.

Günder Jomann, um norueguês solteirão, vendedor de máquinas agrícolas, parte para a Índia à procura de uma noiva. Lá, no café restaurante que frequenta desde o primeiro dia e onde regressa todos os dias, conhece Poona, uma empregada de mesa e acredita que, ainda que com algumas características físicas não totalmente perfeitas, como os dentes (que poderia vir a corrigir depois), ela é a mulher com quem quer casar. Por seu turno, Poona deixa-se encantar por ele, apesar de “não ter muito cabelo e não ser rápido a agir ou a pensar”, mas vê nos seus olhos azuis uma calma e sinceridade de homem bom que a cativa, possui “mãos fortes e acolhedoras” e dele exala uma “força tranquila”. Acredita que será feliz com ele, que terá uma vida boa. Neste momento, podemos ver que este livro é mais do que um policial, tem também algo de existencialista, de análise do ser humano, dos seus limites, convidando-nos a uma reflexão, levando-nos a indagar-nos sobre as razões de determinadas condutas. Não terá sido também a pobreza em que vivia Poona, que já só tinha um irmão na Índia e ainda mais pobre do que ela, que a levaria a aceitar casar-se com Günder? Indagações à parte, acabam por casar na Índia. Günder regressa antes à Noruega, visto que Poona tem ainda alguns assuntos a resolver. E fica marcado o dia do seu regresso, pelo qual Günder aguarda com muita ansiedade e alegria.

Porém, quando está para ir buscar a sua esposa ao aeroporto, recebe um telefonema que o impede de o fazer. A irmã, Marie, sofreu um terrível acidente de viação e encontra-se em coma no hospital. Estando o cunhado fora, teria de ser Günder a ir ter com a irmã. Fica em pânico. Com poucos amigos, não sabia como haveria de contornar esta situação e não podia sair de ao pé da irmã. Pede, então, a um taxista conhecido que a vá buscar, dando-lhe todos os pormenores para que ele a encontre.

Tal não sucede, ele não a encontra.

Mais tarde, é encontrada uma indiana morta e desfigurada a escassos metros da casa de Günder.

Quem poderia ter cometido uma atrocidade daquelas?

Todos os indícios levam a um jovem, Gøran. Mas terá sido mesmo ele? Estas dúvidas acompanham-nos até ao fim.

É um livro surpreendente, bem escrito, com uma narrativa que prende, que desperta a curiosidade. A certa altura, vemo-nos incapazes de o largar. Não queremos perder nenhum pormenor da investigação do inspetor Konrad Sejer. Aos poucos, sentimo-nos habitantes de Elvestad, conhecemos (de vista) todos os seus moradores, alguns capazes de nos despertar mesmo raiva. Mas, o que é certo, é que não conhecemos profundamente ninguém. E qualquer um, por motivos diferentes ou até sem qualquer motivo aparente, poderia ter sido o assassino.

Aconselho vivamente a leitura deste livro.

Mensagens mais recentes Mensagens antigas Página inicial

Sobre mim

Professora de português e professora bibliotecária, apaixonada pela leitura e pela escrita. Preza a família, a amizade, a sinceridade e a paz. Ama a natureza e aprecia as pequenas belezas com que ela nos presenteia todos os dias.

POSTS POPULARES

  • Lobos, Tânia Ganho
  • Filha da Louca, Maria Francisca Gama
  • Apesar do Sangue, Rita Da Nova
  • O Perfume das Peras Selvagens, Ewald Arenz
  • Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll (Adaptação a novela gráfica)

Arquivo

  • ►  2025 (81)
    • ►  junho (7)
    • ►  maio (15)
    • ►  abril (12)
    • ►  março (19)
    • ►  fevereiro (11)
    • ►  janeiro (17)
  • ►  2024 (160)
    • ►  dezembro (7)
    • ►  novembro (17)
    • ►  outubro (13)
    • ►  setembro (12)
    • ►  agosto (18)
    • ►  julho (22)
    • ►  junho (20)
    • ►  maio (17)
    • ►  abril (7)
    • ►  março (9)
    • ►  fevereiro (10)
    • ►  janeiro (8)
  • ►  2023 (153)
    • ►  dezembro (18)
    • ►  novembro (13)
    • ►  outubro (12)
    • ►  setembro (7)
    • ►  agosto (20)
    • ►  julho (16)
    • ►  junho (12)
    • ►  maio (13)
    • ►  abril (9)
    • ►  março (10)
    • ►  fevereiro (11)
    • ►  janeiro (12)
  • ►  2022 (150)
    • ►  dezembro (13)
    • ►  novembro (9)
    • ►  outubro (15)
    • ►  setembro (13)
    • ►  agosto (17)
    • ►  julho (13)
    • ►  junho (13)
    • ►  maio (16)
    • ►  abril (14)
    • ►  março (9)
    • ►  fevereiro (7)
    • ►  janeiro (11)
  • ▼  2021 (125)
    • ►  dezembro (9)
    • ►  novembro (4)
    • ►  outubro (8)
    • ►  setembro (15)
    • ►  agosto (20)
    • ►  julho (19)
    • ►  junho (13)
    • ►  maio (10)
    • ►  abril (6)
    • ►  março (6)
    • ►  fevereiro (6)
    • ▼  janeiro (9)
      • Na Floresta, Edna O'Brien
      • Regressar, Catherine Mckenzie
      • A Pequena Farmácia Literária, Elena Molini
      • Casos do Beco das Sardinheiras, Mário de Carvalho
      • A Memória da Árvore, Tina Vallès
      • Assim Foi Auschwitz, Primo Levi
      • Felicidade, João Tordo
      • Vidas Esquecidas, Diane Chamberlain
      • A Noiva Indiana, Karin Fossum
  • ►  2020 (67)
    • ►  dezembro (5)
    • ►  novembro (5)
    • ►  outubro (5)
    • ►  setembro (5)
    • ►  agosto (11)
    • ►  julho (6)
    • ►  junho (6)
    • ►  maio (9)
    • ►  abril (3)
    • ►  março (4)
    • ►  fevereiro (5)
    • ►  janeiro (3)
  • ►  2019 (36)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  novembro (2)
    • ►  outubro (4)
    • ►  setembro (2)
    • ►  agosto (5)
    • ►  julho (3)
    • ►  maio (2)
    • ►  abril (7)
    • ►  março (3)
    • ►  fevereiro (5)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2018 (37)
    • ►  dezembro (4)
    • ►  novembro (1)
    • ►  outubro (4)
    • ►  setembro (2)
    • ►  agosto (2)
    • ►  julho (5)
    • ►  junho (4)
    • ►  maio (1)
    • ►  abril (4)
    • ►  março (3)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (4)
  • ►  2017 (55)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (4)
    • ►  outubro (9)
    • ►  setembro (10)
    • ►  agosto (8)
    • ►  julho (7)
    • ►  junho (5)
    • ►  maio (10)
  • ►  2015 (1)
    • ►  julho (1)
  • ►  2014 (9)
    • ►  junho (3)
    • ►  maio (1)
    • ►  abril (2)
    • ►  março (1)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2013 (34)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (2)
    • ►  outubro (4)
    • ►  setembro (4)
    • ►  agosto (1)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (3)
    • ►  maio (3)
    • ►  abril (6)
    • ►  março (2)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2012 (102)
    • ►  dezembro (4)
    • ►  novembro (3)
    • ►  outubro (7)
    • ►  setembro (6)
    • ►  agosto (7)
    • ►  julho (12)
    • ►  junho (9)
    • ►  maio (10)
    • ►  abril (9)
    • ►  março (9)
    • ►  fevereiro (10)
    • ►  janeiro (16)
  • ►  2011 (279)
    • ►  dezembro (19)
    • ►  novembro (21)
    • ►  outubro (23)
    • ►  setembro (25)
    • ►  agosto (17)
    • ►  julho (36)
    • ►  junho (25)
    • ►  maio (29)
    • ►  abril (24)
    • ►  março (22)
    • ►  fevereiro (22)
    • ►  janeiro (16)
  • ►  2010 (25)
    • ►  dezembro (9)
    • ►  novembro (4)
    • ►  setembro (1)
    • ►  agosto (1)
    • ►  julho (3)
    • ►  junho (1)
    • ►  abril (2)
    • ►  março (4)

Citar textos deste blog

Para citar textos deste blog utilize o seguinte modelo:

Gil, Célia , (*ano*), *título do artigo*, in Histórias Soltas Presas dentro de Mim, *data dia, mês e ano*, *Endereço URL*

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ - Esta licença permite que os reutilizadores copiem e distribuam o material em qualquer meio ou formato apenas de forma não adaptada, apenas para fins não comerciais e apenas enquanto a atribuição for dada ao criador.

O nosso Hulk (saudades)

O nosso Hulk (saudades)

O nosso cãozinho, o Dragão (saudades)

O nosso cãozinho, o Dragão (saudades)

O meu mais que tudo e eu

O meu mais que tudo e eu

O meu filho mais novo

O meu filho mais novo

O meu filho mais velho

O meu filho mais velho

Categorias

25 de Abril de 1974 2 acróstico 1 Agradecimento 1 banda desenhada 22 biografia 6 biologia 1 bullying 1 chaves da memória 4 cidadania 4 clássico 2 Conto 20 conto infantil 5 contos 3 Crónica 2 Crónicas 8 Daqui 1 Dedicatória 2 dissertação de mestrado 1 distopia 4 Divulgação 6 divulgação - leituras 740 divulgação de livros 713 escrita 1 fábula 2 fantasia 3 gótico 1 halooween 1 higiene do sono 1 Hiroxima 1 histórias com vida 1 1 histórias com vida 3 1 Histórias com vida 7 1 Holocausto 13 homenagem 2 ilustração 4 literatura brasileira 1 literatura de viagens 2 livro 48 livro ilustrado 10 livro infantil 14 livro infanto-juvenil 13 manga 1 mangá 2 memórias 7 motivação para a leitura 331 Nobel 13 novela gráfica 67 O Enigma mora cá dentro 2 opinião 693 opiniãooutono da vida 2 outono da vida 3 Outros 271 Paleta poética 5 pnl 6 poema declamado 9 poemas 402 Poesia 17 policial 2 prémio Leya 1 quadras ao gosto popular 1 receitas 10 reedição 17 Reflexão 7 reflexões 26 relações humanas 8 releitura 1 resenha 324 romance 1 romance gráfico 13 romance histórico 3 soneto 28 sugestões de leitur 1 sugestões de leitura 659 thriller 73 thriller de espionagem 1 thriller psicológico 5 viagens 3

TOP POSTS (SEMPRE)

  • Histórias do vento
  • Um bolo comido, um poema lido!
  • O eu que fui
  • Férias! Até breve!

Pesquisa neste blog

Seguidores

Visualizações

TOP POSTS (30 DIAS)

  • Lobos, Tânia Ganho
  • Filha da Louca, Maria Francisca Gama
  • Apesar do Sangue, Rita Da Nova
  • O Perfume das Peras Selvagens, Ewald Arenz

Designed by OddThemes | Distributed By Gooyaabi