O Rio das Pérolas, Isabel Valadão

Valadão, Isabel (2017). O Rio das Pérolas. Lisboa: Bertrand Editora.

Nº de páginas: 248
Início da leitura: 04/04
Fim da leitura: 08/04

**SINOPSE**
"Maria e Mei Lin podiam ser duas pessoas diferentes. Na verdade, são duas facetas da mesma mulher. Quando Mei Lin, uma menina irreverente, com grandes sonhos, foge do convento e das freiras que a criaram para não se ver condenada a uma vida sem fulgor, predestinada por outros, estava longe de imaginar que a sua escolha a precipitaria para o submundo das casas de ópio e de prostituição de Macau. Mas o destino prega-lhe uma partida e Mei Lin acaba por ser vendida como pei-pa-chai — no fundo, uma escrava sexual. É então que conhece Manuel, filho de uma das famílias portuguesas mais importantes do Território, alguém que lhe pode dar outra vida.

Mas será a nova família capaz de a aceitar? E será que o passado ficou verdadeiramente para trás? Uma viagem por Macau nas décadas de 40, 50 e 60 e pelas contradições da vida num território português às portas da China, no rescaldo da Segunda Guerra Mundial e da guerra sino-japonesa."
Este é um livro de leitura fácil e rápida. Carecia, quanto a mim, de um maior desenvolvimento, uma vez que a época em que a ação decorre, bem como o local, são especialmente importantes na História (anos 40-60 em Macau, enquanto território português às portas da China).
Neste contexto, uma criança (como era comum, no caso de crianças do sexo feminino), é abandonada num convento de freiras, que a criam e de onde foge na adolescência, acabando entregue à prostituição no submundo de Macau. Cresce, assim, num meio de exploração, escravidão sexual, ópio e prostituição.
No meu entender, faltou também algum caráter a esta personagem, Mei Lin ou Maria, para superar os traumas do passado, quando lhe surge oportunidade para isso, como se esse passado fosse uma veste que nunca mais conseguirá despir.
Deixo uma passagem do livro:
"Pela primeira vez na sua vida aquela noviça deparava-se com uma situação muito comum em Macau - o abandono de recém-nascidos, normalmente do sexo feminino. Era, aliás, uma situação que acontecia por toda a China. Nascidas em circunstâncias menos favoráveis, marcadas pelo estigma da desvalorização da mulher para o trabalho nas regiões mais pobres, o destino de muitas raparigas era o abandono à porta das igrejas ou orfanatos ou, frequentemente, serem afogadas à nascença."

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