Histórias Soltas Presas Dentro de Mim

Kang, Han (2025). Despedidas Impossíveis. Alfragide: Publicações Dom Quixote.

Tradução: Maria do Carmo Figueira e Ana Saragoça
Nº de páginas: 352
Início da leitura: 22/01/2025
Fim da leitura: 30/01/2025

**SINOPSE**
"Numa manhã gelada de dezembro, Kyungha recebe uma mensagem da sua amiga Inseon -internada num hospital de Seul na sequência de um ferimento grave a cortar madeira - pedindo-lhe que a visite urgentemente. Quando Kyungha chega à enfermaria, Inseon conta-lhe que veio de avião da ilha de Jeju para ser tratada urgentemente e implora-lhe que vá a sua casa dar de comer e beber ao seu periquito, que de contrário morrerá.

Uma tempestade de neve fustiga a ilha à chegada de Kyungha e muitos dos autocarros foram cancelados ou sofreram atrasos. As rajadas de vento e o nevão constante não a deixam avançar e de repente a escuridão invade tudo. Kyungha não sabe se chegará a tempo de salvar a ave - nem mesmo se sobreviverá ao frio tremendo daquela noite; e não sabe também a vertigem que a aguarda em casa da amiga, onde a história há muito sepultada da família de Inseon acaba por revelar-se, em sonhos e memórias transmitidas de mãe para filha e num arquivo diligentemente organizado que documenta um terrível massacre ocorrido em Jeju.

Despedidas Impossíveis é um hino à amizade, uma elegia à imaginação e, acima de tudo, um poderoso manifesto contra o esquecimento. Como um longo sonho de inverno, estas páginas belíssimas formam muito mais do que um romance - iluminam uma memória traumática, enterrada ao longo de décadas, que ainda hoje ecoa no peito de muitas famílias."
Esta é uma obra muito introspectiva e poética, na qual se abordam as temáticas do luto, da morte, da perda e da memória. Revelou-se uma leitura profunda e emocionalmente complexa. O enredo gira em torno da reflexão da narradora sobre a morte da irmã mais velha (que nunca chegou a nascer) e sobre o próprio processo de luto. O branco surge em várias camadas da narrativa, o que podemos associar à pureza, à morte e à transição (fez-me voltar a O Livro Branco da autora, que adorei).
A história não nos surge através do encadeamento das sequências narrativas, antes de forma fragmentada, alternando entre o passado e o presente, de forma tão fragmentada quanto o são os próprios traumas emocionais.
A escrita reflete sensibilidade, é poética e reflexiva. Não é um livro para ler apressadamente, exige o seu tempo de leitura, bem como a concentração e predisposição necessária a este género de reflexões mais abstratas. Paramos para pensar na morte, no luto, na forma como lidamos com as nossas próprias perdas, o que nos aproxima da potagonista e narradora, do que sente e pensa.
Não é, com certeza, um livro que agrade a todos, mas é um excelente livro. É preciso partir para a sua leitura com a predisposição para esta necessária introspeção que a sua leitura exige.

Roth, Philip (1979). O Escritor Fantasma. Alfragide: Publicações Dom Quixote, 2017.

Tradução: Francisco Agarez
Nº de páginas: 192
Início da leitura: 27/01/2025
Fim da leitura: 30/01/2025

**SINOPSE**
"Primeiro volume da «trilogia e epílogo» Zuckerman Bound, O Escritor Fantasma é um romance sobre as tensões entre a literatura e a vida, a autenticidade artística e a respeitabilidade convencional - e sobre os profissionais que vivem com as consequências de sacrificar uma à outra.

O Escritor Fantasma marca o aparecimento de Nathan Zuckerman na década de 1950: um romancista promissor, fascinado pelos Grandes Livros, que descobre os apelos contraditórios da literatura e da experiência durante uma noite que passa na recôndita casa de campo do seu ídolo literário, E. I. Lonoff. Aí conhece Amy Bellette, uma jovem fascinante, de origem estrangeira indefinida, que descobre ter sido aluna de Lonoff e talvez tenha sido também sua amante. Zuckerman, com a sua imaginação jovem e irrequieta, pergunta a si mesmo se aquela rapariga não será a vítima paradigmática da perseguição nazi. Se fosse, talvez pudesse transformar-lhe a vida..."
Gostei muito deste livro.
Nathan Zuckerman, o protagonista, que surge noutras obras do autor e que é visto como o seu alterego, visita o escritor judeu eremita E.I. Lonoff, de quem admira a escrita. 
Em casa de Lonoff, conhece Amy Bellette, antiga aluna de Lonoff e que tem pretensões de se tornar amante do afamado escritor, que idolatra como "pai", escritor e homem. 
Nathan está a iniciar a sua carreira de escritor e acaba por escrever um conto, no qual revela acontecimentos familiares que não "dignificam" os judeus, pelo que a família se manifesta contra a sua publicação. Daí o conflito latente, como nos é mencionado na sinopse, entre a autenticidade artística e o que deve convencionalmente um escritor escrever.
Surpreendente, irreverente e muito bem escrito. Recomendo!

Medina, Osvaldo (2024). Fojo. Prior Velho: A Seita.

Nº de páginas: 144
Início da leitura: 25/01/2025
Fim da leitura: 26/01/2025

**SINOPSE**
"Um frio cortante, impiedoso. A neve abate-se, incessante, sobre uma aldeia quase isolada na montanha. Irrequietos, os lobos uivam sem descanso, adivinhando um passado sombrio que regressa para tormento dos locais, mergulhados em crendices obscuras da época, algures entre as duas Grandes Guerras. A morte anda à solta, revolve segredos e atrai todos para o fojo: os lobos, o misterioso assassino e os próprios aldeões. Quem sobreviverá no fim à ancestral armadilha?

Um relato cru e brutal do quotidiano de uma aldeia de outrora, assaltada no seu falso sossego pelos traumas e recantos mais negros que só o ser humano é capaz de destapar. Na senda dos dois volumes de Kong the King, Osvaldo Medina regressa a solo, assinando desta feita um poderoso romance gráfico, numa história com diálogos, uma estreia para o premiado autor."

Fojo é uma novela gráfica que se destaca por uma narrativa intensa e visualmente poderosa. A obra, escrita e ilustrada por Osvaldo Medina, mergulha o leitor num enredo de grande complexidade emocional, abordando temas como o confinamento, a luta interna e a procura por liberdade, através de uma história sombria e envolvente.

O cenário da novela gráfica é notavelmente marcado por uma atmosfera sombria e claustrofóbica, com o intuito de abordar um conceito profundo: um espaço fechado onde as personagens estão presas, física ou mentalmente. Esse espaço limitado reflete a limitação da própria liberdade, o que cria uma tensão crescente ao longo da história. O autor utiliza, de forma muito habilidosa, o elemento gráfico para transmitir essa sensação de confinamento – com o uso de cores sóbrias e traços fortes, que tornam o ambiente ainda mais visceral.
Gostei, mas confesso que é uma história forte e sangrenta, não aconselhável para pessoas muito sensíveis.

Munuera, José-Luis (2022). Um Conto de Natal, Uma História de Fantasmas. Estoril: Arte de Autor.

foto do livro
Tradução: Jorge Colaço
Nº de páginas: 80
Início da leitura: 23/01/2025
Fim da leitura: 25/01/2025

**SINOPSE**
"Baseado no conto de Charles Dickens.
A tradição ainda é o que era?
Vivemos na era do reinício, onde regularmente os nossos heróis favoritos são reimaginados e recebem um novo começo. e quem conhece melhor os novos começos do que Scrooge? Todos sabemos qual foi a sua postura no Natal, mas Munuera pergunta-se se as coisas teriam sido diferentes se ele tivesse sido mulher.

Londres, 1843.
Todos os habitantes, tanto os mais ricos como os mais pobres, estão a preparar-se para celebrar o Natal.
Todos excepto Elizabeth Scrooge, uma mulher de negócios, rica e insensível à desgraça dos outros, bem como à atmosfera de júbilo que banha a cidade, só o trabalho e o dinheiro são importantes.
Diz-se que ela é egoísta e mesquinha. Ela prefere pensar em si própria como prática. E enquanto as festividades iluminam a cidade e os corações dos seus habitantes, Scrooge geme sobre a sua misantropia...
Uma noite, os espíritos vêm visitá-la. Levam-na com eles, para conhecer a jovem rapariga que era, alguns anos antes, quando a ganância ainda não lhe tinha comido o coração. Mas também à descoberta do que ela poderia ter-se tornado se tivesse escolhido o caminho do bem..."
Logotipo
Apesar de o autor partir do conto de Charles Dickens e de, em grande parte, lhe ser fiel, inova ao tornar a personagem masculina do Scrooge numa mulher. Elizabeth Scrooge é uma jovem mulher, elegante, mas muito fria, calculista, egoísta, avarenta e resingona.
Através das ilustrações, Munuera consegue dar uma nova vida à narrativa, mantendo o espírito original do conto, mas trazendo a sua própria assinatura artística. O estilo gráfico é encantador, com detalhes que capturam perfeitamente o clima sombrio e, ao mesmo tempo, acolhedor da história. As sombras e os contrastes usados nas imagens ajudam a criar uma atmosfera que nos transporta diretamente para o mundo de Ebenezer Scrooge e para as suas visitas sobrenaturais.
Ao misturar o tema natalício com o sobrenatural dos fantasmas, Munuera traz à tona a reflexão sobre a importância da generosidade, da compaixão e da transformação pessoal. A moral da história, que é universal e atemporal, permanece intacta, e o leitor é levado a questionar seus próprios valores e atitudes, especialmente em relação ao próximo e ao espírito de Natal.
Aconselho vivamente!

Moreno, Eloy (2022). Invisível. Queluz de Baixo: Editorial Presença.

Tradução: Ana Rita Sintra
Nº de páginas: 224
Início da leitura: 20/01/2025
Fim da leitura: 24/01/2025

**SINOPSE**
"Quem nunca sonhou ser invisível? E quem nunca desejou deixar de o ser, para que os outros nos vejam tal como somos?

Emotiva, surpr­eendente e diferente, esta história podia ser a de qualquer um de nós.

Um rapaz acorda no hospital após um acidente grave. Quando os pais lhe pedem para falar com uma psicóloga, ele explica-lhe que tudo aconteceu porque se tornou invisível e desenvolveu uma série de superpoderes. É então que começa a contar como tudo se passou…

Ele pega na sua mochila, desce as escadas e caminha para a escola. Poderia ter sido uma sexta-feira como qualquer outra, não fosse o teste de Matemática na última hora. E se, daquela vez, o rapaz tivesse dado outra resposta, talvez as coisas tivessem sido diferentes. Mas aquela resposta muda a sua vida.

De um dia para o outro, o seu mundo fica cheio de monstros: que vão e voltam, que magoam e humilham. E outros monstros que assistem a tudo e viram a cara. O rapaz sente a raiva crescer dentro dele, mas não sabe o que fazer com ela. Gostaria de se tornar um super-herói, de ter um superpoder capaz de impedir que se magoe novamente.

E, de repente, ele encontra esse poder, o poder da invisibilidade."

Invisível, de Eloy Moreno, é um livro que todos deviam ler. Não só pela relevância do tema, mas, principalmente, pela forma sensível e bem construída com que o autor aborda a história. Embora se destine a um público mais jovem, é uma leitura importante para todas as idades.

O livro é narrado, em grande parte, na primeira pessoa, por um rapaz, protagonista da narrativa, que vive num ambiente familiar e escolar repleto de desafios. A sua família não é desestruturada, mas os pais andam sempre ocupados com as dificuldades do dia a dia e com seus próprios objetivos, acabando por se afastar do filho, o que contribui para o isolamento do mesmo.

Após um desentendimento com um colega mais velho e popular na escola, o protagonista começa a sofrer bullying, sem, no entanto, reagir. O livro retrata com realismo esse processo doloroso e, ao mesmo tempo, emocionante, de ser ignorado, tanto em casa quanto na escola.

A narrativa cativa pela intensidade e verosimilhança dos acontecimentos, pela linguagem simples, mas expressiva.

Até que ponto, em determinadas circunstâncias, não seria preferível ser-se invisível?
Recomendo!

Sohn, Won-Pyung (2024). Amêndoas. Lisboa: Editorial Presença.
Tradução: Yang Hui Qia Pan

Nº de páginas: 216

Início da leitura: 18/01/2025

Fim da leitura: 19/01/2025


**SINOPSE**

E se não conseguíssemos identificar ou expressar o que sentimos?

O romance coreano que tocou o coração de milhões de leitores.

São seis as sílabas da palavra que determinou a vida de Yunjae: alexitimia, a incapacidade de identificar e expressar sentimentos. Nascido com esta condição neurológica, Yunjae não sabe o que é medo, tristeza, raiva ou desejo. Yunjae não tem amigos. Foram duas estruturas em forma de amêndoa, localizadas no seu cérebro, que o condicionaram brutalmente, mas a mãe e a avó são o seu porto seguro. No pequeno apartamento onde vivem, por cima da livraria de títulos em segunda mão da mãe, há papéis coloridos, espalhados pelas divisões, lembrando Yunjae de quando sorrir, agradecer ou se preocupar.

Porém, no dia em que faz 16 anos, na véspera de Natal, um ato de violência atroz destrói tudo o que Yunjae conhece, rouba-lhe o chão, deixa-o completamente sozinho. Enquanto luta para ultrapassar a perda, o adolescente isola-se cada vez mais no silêncio - até à chegada de Gon, o novo e problemático aluno da escola com quem vai criar um surpreendente laço de amizade.

Devagar, Yunjae aproxima-se dos outros - incluindo de uma rapariga -, e algo começa a mudar dentro de si. Há muitas coisas que não compreende, mas quando a vida de Gon corre perigo, Yunjae vê diante de si a oportunidade de se tornar a pessoa que nunca, jamais, imaginaria poder ser.

Esta história é, em resumo, sobre um monstro que encontra outro monstro.

Um dos monstros sou eu."

Como falar deste livro? Quando um livro nos arrebata, ficamos sem palavras. Pelo menos, assim acontece comigo.
A par da história do protagonista, uma criança que sofre de um problema neurológico de alexitimia (incapacidade de identificar e expressar emoções), muitos temas são abordados com tal intensidade, que damos connosco a sofrer pelo jovem de 16 anos, desde o momento em que perde a avó e quase perde a mãe, ao momento em que trava amizade com um colega problemático (às mãos do qual sofre bullying). O protagonista, através do qual nos chega a história, quer compreender o que leva um jovem a determinados atos de violência, como os que a avó e a mãe sofreram e que ele presenciou sem conseguir demonstrar qualquer emoção ou reação. Ao mesmo tempo, a delicadeza, a dedicação deste jovem, deixaram-me completamente rendida. Um livro que recomendo sem reservas!

Miyakoshi, Akiko (2019). Regresso a Casa. Lisboa: Orfeu Negro.

Tradução: Nuno Quintas
Início e fim da leitura: 18/01/2025

**SINOPSE**
"Ao fim do dia, o regresso a casa é feito ao colo da mãe. Tudo está quieto, não há ninguém na rua. Os vizinhos já recolheram e o restaurante e a livraria também querem descansar. Mas, por entre o silêncio, escuta-se uma festa e sente-se o cheiro de uma tarte acabada de fazer...

Regresso a Casa é um álbum iluminado pela ternura do fim do dia, da rotina conhecida e da companhia dos pais, a caminhar por ruas familiares, até casa.

As janelas dos vizinhos, iluminadas, deixam entrever vidas e pequenos prazeres. Aos olhos de uma criança (ou aos de um adulto) estas janelas são a entrada para um mundo imaginário sem limites!"
Através de um coelhinho, que regressa a casa ao colo da mãe, damos conta de todos os regressos a casa de que a criança se vai apercebendo, preenchendo esses regressos com a imaginação de conversas, de situações que sucedem a cada regresso a casa, ao fim de um dia. Um dia como tantos outros. Um livro infantil doce e que nos prende num anoitecer de imagens!

Palmer, Alicia (2024). Uma Mulher, Um Voto. Lisboa: Levoir.

Livro
Tradução: João Miguel Lameiras
Nº de páginas: 192
Início da leitura: 10/01/2025
Fim da leitura: 17/01/2025

**SINOPSE**
"Mari Luz, uma jovem da província, chega a Madrid para trabalhar como cigarreira na Real Fábrica de Tabacos. Aí conhece Justi e outras cigarreiras que lhe abrem os olhos e a introduzem na luta pelos seus direitos, incluindo o direito de voto das mulheres.

Uma Mulher, Um Voto descreve o complexo processo político através do qual as mulheres conquistaram este direito em Espanha, em 1931, bem como a personalidade e o papel desempenhado por Clara Campoamor na consciencialização política e a história pessoal de Mari Luz.

Uma Mulher, Um Voto é uma homenagem a todas as mulheres que lutaram pelo sufrágio feminino no início do século XX."
Mais uma vez manifesto o meu desagrado com os erros ortográficos que a Levoir deixa passar nos seus livros, carecendo de uma boa revisão da tradução feita. E é pena, pois este é um livro que vale a pena ler e que, apesar de ser em banda desenhada, está muito completo. Aborda temas históricos e sociais, destacando a luta das mulheres pelo direito ao voto, focando-se especialmente na importância do voto feminino como um marco na conquista da autonomia e participação política das mulheres. Gostei particularmente da história de Mari Luz, uma jovem que vai para Madrid, para trabalhar na Real Fábrica de Tabacos. Rapidamente se interessa por questões relacionadas com os direitos da mulher. A par das questões históricas, temos a vida amorosa de Mari Luz que, após engravidar, decide que não quer casar e assumir a criança sozinha. Recomendo!

Sineiro, Rita; Domènech, Laia (2022). Filas de Sonhos. Barcelona: Akiara Books.

Nº de páginas: 40
Início da leitura: 08/01/2025
Fim da leitura: 08/01/2025

**SINOPSE**
"«O campo para onde nos trouxeram é como uma grande cidade de tendas.
Tudo fica longe, há sempre muita gente pelo meio e nada se faz sem esperar numa longa fila.
O pai não sabe, mas o que eu sonho mesmo, mesmo, é com uma fila que nos leve de volta para casa.»

Um conto sobre a crise dos refugiados vista pelos olhos de um menino fechado num campo de acolhimento.
Inspirado no pequeno Alan, que apareceu afogado numa praia da Turquia.

As ilustrações, em tons pastel, destacam-se pela sua grande beleza e pela contenção cromática e formal.

Um álbum emotivo, profundo e terno, com toques de humor e com um final comovente que nos ajuda a ver a crise dos refugiados a partir de dentro, com empatia."
Este livro infantil é, sem dúvida, uma pequena grande pérola. Com belas ilustrações que engrandecem o texto, conta-nos a história de um pai e de uma criança que foram vítimas, como tantas outras pessoas, dos "senhores da guerra". É um livro que nos fala também de amor, o amor de um pai que, para proteger e salvar o filho, o carrega dentro de uma mala. Conta-nos sobre as dificuldades passadas na longa viagem, como as condições climatéricas adversas, a fome e a sede, que nos indignam, mas também nos enternece ao mencionar as histórias que pai e filho partilham para que a viagem se torne menos dura. A forma como este pai explica ao filho que não os deixam entrar num país e têm de se tornar marinheiros (porque tentarão chegar, por mar, a um porto de abrigo) é de uma ternura inigualável. Conta-nos sobre os campos de refugiados, as suas más condições, o facto de as crianças não poderem frequentar normalmente a escola, sempre acompanhado de uma nova perspetiva com que o pai vai aconchegando os medos do filho para minimizar a dor. Lindo!

Para os apreciadores de livros que nos falam de livros ou cujas aventuras giram em torno dos livros, deixo a sugestão destes livros infantis, que vão, com certeza, fazer as delícias de miúdos e graúdos!


O primeiro, A Menina dos Livros, foi escrito por Oliver Jeffers e é ilustrado por Sam Winston e, de uma forma muito original, celebra a literatura clássica infantil de forma moderna, uma vez que, num mar, num caminho, numa montanha, num túnel, em florestas, castelos assombrados, nuvens e mundo de histórias, como As Viagens de Gulliver, O Conde de Monte Cristo, A Ilha do Tesouro, As Aventuras do Pinóquio, entre muitas outras, há uma menina que flutua no mundo da imaginação que estas histórias lhe despertam, "porque a imaginação é livre".
No segundo livro, o do meio, escrito por Inês Fonseca Santos e ilustrado por André Letria, aprendemos Como Criar uma Biblioteca, desde o primeiro livro que nos encontra até ao vício de colecionar livros, que se pega e fica nas gerações vindouras. 
No último livro, O Secador de Livros, escrito por Carla Maia de Almeida e ilustrado por Sebastião Peixoto, ficamos a conhecer a família Bronca, que partilhava um amor inigualável pelos livros. Cada livro era tantas vezes lido e relido, levado para todo o lado, que acabava por sofrer "muitos acidentes". Precisavam urgentemente de construir um "lavador de livros" e um "secador de livros". Terá resultado?

Pearse, Sarah (2022). O Sanatório. Porto: Porto Editora.

Tradução: Elsa T. S. Vieira
Nº de páginas: 416
Início da leitura:06/01/2025
Fim da leitura: 08/01/2025

**SINOPSE**
"Meio escondido na floresta e rodeado pelos picos ameaçadores das montanhas, Le Sommet sempre foi um lugar sinistro. Desde há muito objeto de rumores preocupantes, o antigo sanatório abandonado é alvo de uma intensa renovação e transformado num hotel de luxo com características singulares, recordações funestas da sua história...
Um hotel sumptuoso e isolado nos Alpes é o último lugar onde a detetive Elin Warner, ainda a recuperar de uma intensa investigação policial, deseja estar. Mas quando recebe um convite inesperado para comemorar o noivado de Isaac, o irmão de quem há muito se afastou, Elin não tem sequer a desculpa do trabalho para não aceitar. Chegou por fim o momento de ajustar contas com o passado e enfrentar memórias dolorosas.
A chegada a Le Sommet coincide com o início de uma tempestade ameaçadora, e Elin sente-se tensa – há algo no hotel que a deixa com os nervos em franja. Quando acorda na manhã seguinte e descobre que Laure, a noiva de Isaac, desapareceu sem deixar rasto, a sua inquietação aumenta ainda mais. Mas não é a única: com a tempestade a impedir todos os acessos ao hotel, os restantes hóspedes começam aos poucos a entrar em pânico.
No entanto, ainda ninguém deu conta de que houve mais desaparecimentos..."
Confesso que este livro ficou aquém das minhas expetativas, até porque o espaço onde a ação decorre, um resort que era um antigo sanatório nos Alpes Suíços, daria "pano para mangas" e considero que não se dá o devido relevo a este espaço. Ainda assim, gostei da história: um ambiente isolado, sobretudo a partir do momento em que, devido a derrocadas provocadas por fortes nevões, não pode ir ninguém ao sanatório, nem sair de lá. Torna-se, assim, um espeço fechado que, combinado com uma inspetora que está de licença por problemas num antigo caso, que se desolocou ao Sanatório para "ajudar o irmão" nos preparativos do seu casamento com Laura e a real razão que a levou até lá: confrontar o irmão com uma tragédia do passado de ambos... tudo se conjuga para mas boas horas de tensão e entretenimento, suspense e tensão. Só pecou mesmo, no meu entender, pelo que referi inicialmente. É enigmático até ao fim e nada do que se revela se deixa entrever ao longo da narrativa.

Kelly, John (2022). Posso Juntar-me ao Clube?. Estoril: Minutos de Leitura.

Tradução: Pedro Costa
Nº de páginas: 32
Início e fim da leitura: 03/01/2025

**SINOPSE**
"O Pato quer juntar-se a um clube, para fazer novos amigos. Mas cada clube em que ele tenta entrar faz muitas exigências e ele não consegue rugir como um leão ou ter a memória de um elefante… resultado? «Candidatura recusada» é o que ele ouve a cada tentativa… O que poderá o pobre pato fazer?"

Quantas vezes as crianças se sentem excluídas de alguns grupos de amigos, que gostariam de integrar? Este é um um livro que, de forma educativa e divertida ao mesmo tempo, passa uma mensagem importante de igualdade, de tolerância, de aceitação. É importante pensar que, se não se é aceite num determinado grupo/clube, é porque esse grupo/clube não nos merece. Uma boa lição para todos. As ilustrações são divertidíssimas, bem como o texto. Recomendo!

Granja, Carlos Nuno (2024). Tralhas e Coisas do Sr. Loisas. Lisboa: Zero a Oito.

Nº de páginas: 32
Início e fim da leitura: 03/01/2025

**SINOPSE**
"Esta é uma história comovente e divertida, contada em lengalenga, sobre o dono de uma loja que vendia de tudo.
Um dia, triste por não ser valorizado, o Sr. Loisas foge e toda a população tenta encontrá-lo.
Um livro ternurento sobre o valor das coisas simples como forma de encontrar a felicidade."

O Sr. Loisas, que vendia de tudo, não se sentia valorizado e, num determinado dia, a sua loja, que tinha de tudo um pouco, não abre. Quando não se tem as coisas, é que se lhes dá valor. A missão empreendida de tentar encontrar o Sr. Loisas não se revela fácil. Terão conseguido encontrá-lo? Um livro que vale a pena ler, divertido e educativo.

Frey, Julien e Dawid (2024). Senhor Apothéoz. Alfragide: Edições ASA.



Tradução: Helena Guimarães
Nº de páginas: 128
Início da leitura: 04/01/2025
Fim da Leitura: 05/01/2025

**SINOPSE**
"Na família Apothéoz, a ambição conduz sempre a uma morte excecional. Convencido de que o seu nome traz má sorte, Théo decide nunca tentar coisa nenhuma. Aos 30 anos, vive de pequenos trabalhos e mora em casa do pai. Ama Camille desde a infância, mas ela não sabe.

Quando Théo conhece Antoine Pépin, um escritor em crise criativa, é o princípio de uma espantosa amizade. Este último não acredita na maldição dos Apothéoz e insiste em ajudá-lo a conquistar Camille...

Julien Frey e Dawid oferecem-nos uma comédia peculiar e divertida, que nos leva a refletir sobre o sucesso, sobre os nossos maiores fracassos e sobre os nossos sonhos de juventude."
Esta novela gráfica, que me foi oferecida pelo meu filho mais novo, no meu aniversário, tem ilustrações muito bem conseguidas, quer na tonalidade, quer nos traços. Em relação à história, a premissa é muito boa: o jovem Apothéoz acredita ser um falhado, a todos os níveis, profissionais e pessoais, acreditando que não poderá conquistar o amor da sua vida, pelo facto de o nome da sua família estar amaldiçoado. O pai, por sua vez, vende a sua casa e, em troca, fica a viver nela pagando uma renda vitalícia até falecer. Acontece que o pai morre inesperadamente, o que deixa o filho denaminado e em vias de ficar sem um teto. Aconselhado por um escritor, toma a decisão de o guardar numa arca frigorífica. 
Gostei muito desta parte, da história com o escritor. Porém, a partir de determinado momento, a narrativa pareceu-me muito rebuscada, macabra e pouco convincente.
Ainda assim, gostei, especialmente da primeira parte!

Cali, Davide (2019). Os Adultos? Nunca!. Lisboa: Orfeu Negro.

Tradução: Rui Lopes

Nº de páginas: 40

Início e fim da leitura: 03/01/2025

**SINOPSE**

"Os adultos são sempre bons. Nunca se atrasam. Nunca fazem ou dizem asneiras. São calmos, arrumados e reciclam sempre. Enfim, verdadeiros exemplos de bom comportamento.

Ou será que não?

A dupla imbatível Davide Cali e Benjamin Chaud volta a surpreender-nos e a virar o mundo às avessas para nos desvendar a mais pura realidade: os adultos são tal e qual as crianças! Um livro insólito e muito divertido para miúdos e graúdos."

Gosto de livros infantis, especialmente se tiverem uma bela mensagem e, ao mesmo tempo, sentido de humor. Este é um deles. De forma divertida e com um grande sentido de humor, autor e ilustrador mostram que não são apenas as crianças que se portam mal e que estas são, na maior parte das vezes, o reflexo do mau comportamento dos adultos. A brincar se transmitem ensinamentos. Um livro excelente para ler em família e refletir.

Deixo a foto de uma página:

 Cali, Davide (2021). O Vendedor de Felicidade. Lisboa: Nuvem de Letras.

Tradução: Maria de Fátima Carmo
Nº de páginas: 32
Início e fim da leitura: 03/01/2025

**SINOPSE**
"A felicidade é o mais importante na vida, por isso, quando o senhor Pombo decide vendê-la em frascos pequenos, grandes e de tamanho familiar, surgem imediatamente compradores interessados.
Uma pena que, quando o vendedor de felicidade vai embora, deixe cair um pequeno jarro. É então que a verdade é revelada…"
Este livro infantil é simplesmente belo! Cada ilustração é um mundo mágico de cor, luz, relevo, pormenor, que exigem que nos detenhamos nelas. O texto não fica atrás. O que se poderia vender neste mundo tão fascinante? A felicidade! É possível vender a felicidade em pequenos ou grandes frascos, à medida do poder de compra e objetivo de cada um? Para descobrir, terá de ler este livro deliciosamente belo! E não seria tão bom poder vender felicidade a quem dela necessita?
Deixo algumas fotos das ilustrações que, ainda assim, não fazem jus à sua beleza e arte, bem melhores ao vivo:


Davis, Viola (2024). Encontrar-me. Lisboa: Cultura Editora.

Tradução: Elga Fontes
Nº de páginas: 256
Início da leitura: 02/01/2025
Fim da leitura: 05/01/2025

**SINOPSE**
"Esta é a minha história, começando num apartamento em ruínas em Central Falls, Rhode Island, até chegar aos palcos de Nova Iorque e mais além. Este é o caminho que percorri para encontrar o meu objetivo, mas também a minha voz num mundo que nem sempre me via.

Enquanto escrevia Encontrar-me, os meus olhos abriram-se para a verdade de como as nossas histórias não costumam ser examinadas de perto. Somos obrigadas a reinventá-las para nos adaptarmos a um mundo louco, competitivo e crítico. Por isso, escrevi este livro para todos os que correm pela vida sem amarras, desesperados por abrir caminho por entre memórias obscuras, tentando alcançar alguma forma de amor próprio. Para quem precisa de ser recordado de que uma vida que vale a pena ser vivida só pode nascer de um ato de honestidade radical e da coragem de nos livrarmos das fachadas e sermos... nós próprios.

Encontrar-me é uma reflexão profunda, uma promessa e uma espécie de carta de amor ao nosso eu. A minha esperança é que a minha história o inspire a iluminar a sua própria vida com expressão criativa e a redescobrir quem era antes de o mundo o rotular."
Mais um livro de caráter autobiográfico, o primeiro livro do meu ano de 2025, oferecido pelo meu filho mais velho, no Natal.
Este é um livro de memórias, de segredos guardados e, acima de tudo, uma tentativa de se reconciliar com o passado, de forma a enfrentar o futuro livre de medos e segredos. O passado dura, caracterizado por violência doméstica, abusos sexuais, rejeição, insegurança, bullying, vergonha e mágoa. Este livro é uma forma de ultrapassar todo este passado tão duro e um grito de esperança, uma mensagem de esperança para todos os que passam pelo mesmo. Aconselho sem reservas e deixo algumas das muitas passagens que me prenderam à história de Viola Davis:

"A minha maior descoberta foi que podemos, sem a menor dúvida, reescrever a nossa vida. Podemos redefini-la. Não temos de viver no passado. Descobri que não tinha apenas o ímpeto da luta em mim, mas que também tinha amor." (pág.1)
"Não há páginas suficientes para mencionar as discussões, o ser contantemente acordada a meio da noite ou o chegar a casa depois da escola com os ataques de fúria do meu pai e rezar para que ele não perdesse o controlo a ponto de matar a minha mãe." (pág. 79)
"A invisibilidade da dupla condição de negro e pobre é brutal. Se a isso juntarmos a fome constante, a porcaria da situação torna-se inflamável." (pág. 88)

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Professora de português e professora bibliotecária, apaixonada pela leitura e pela escrita. Preza a família, a amizade, a sinceridade e a paz. Ama a natureza e aprecia as pequenas belezas com que ela nos presenteia todos os dias.

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