Histórias Soltas Presas Dentro de Mim

 Ellis, Joy (2024). As Filhas Perdidas. Alfragide: Casa das Letras.


Tradução: Vasco Teles de Menezes
Nº de páginas: 360
Início da leitura: 29/07/2024
Fim da leitura: 31/07/2024

**SINOPSE**
"Quatro meninas. Quatro filhas. Quatro famílias que precisam de justiça e de um desfecho.

A adolescente que sobrevive é encontrada a delirar nos campos lamacentos dos pântanos. Foi drogada e não se sabe se sobreviverá. Diz que viu a sua amiga Emily ser arrastada para fora da festa.

Mas ninguém sabe quem é Emily ou se ainda estará viva... Entretanto, o mar devolveu o corpo de outra rapariga que foi encontrado numa praia isolada.

Como é que tudo isto estará relacionado com o chocante desaparecimento de uma menina há quase uma década, um crime que nunca foi resolvido."
Este thriller, apesar de ter potencial para ser uma boa história, ficou muito aquém das minhas expetativas. Não me empolgou e, em alguns momentos, considerei até um pouco aborrecido e previsível. Serve o propósito de entreter, mas não vai muito para além disso. Sinceramente, não apreciei.

Gendry-Kim, Keum Suk (2024). Erva. Lisboa: Iguana.

Tradução: Yun Jung Im
Nº de páginas: 488
Início da leitura: 26/07/2024
Fim da leitura: 31/07/2024

**SINOPSE**
"Erva é uma poderosa novela gráfica que conta a história verídica de Ok-Sun Lee, uma criança sul-coreana que, durante a Segunda Guerra Mundial, foi vendida pela família e explorada como mulher de conforto, o eufemismo utilizado pelos militares japoneses para se referirem às suas escravas sexuais. Até hoje, este continua a ser um dos capítulos mais negros e chocantes da História.

Ok-Sun Lee sobreviveu a décadas de desespero e, no fim da sua longa vida, tornou-se ativista pelos direitos das mulheres, dando a conhecer as suas dolorosas memórias. Com base nos seus relatos, Keum Suk Gendry-Kim ilustra o período que antecedeu a guerra a partir da perspetiva vulnerável de uma criança forçada a enfrentar as mais cruéis adversidades, valendo-se apenas da sua força e determinação para sobreviver.

Com recurso a pinceladas a negro tão delicadas quanto duras, a autora descreve em pormenor a forma desumana como muitas raparigas de famílias humildes viveram a ocupação japonesa e a vida de sofrimento generalizado que herdaram."

Esta é uma surpreendente história real, sobre as adolescentes e mulheres que foram utilizadas pelos japoneses como escravas sexuais durante a II guerra mundial. Ok-Sun Lee, uma ativista que faz questão de dar a conhecer a sua história para que não se repita, conta como tudo acontecia, tudo por que passou, através de memórias chocantes, que nos parecem tão improváveis e que, afinal, se passavam como se de algo normal se tratasse (desde as crianças que eram vendidas pelos pais às "casas de conforto", onde as jovens eram sexualmente exploradas). Como uma "erva", Ok-Sun Lee voltou a rebentar por entre o solo destruído, voltou a crescer, com uma missão louvável. Muitas destas raparigas eram vistas como ervas daninhas, uma vez que o seu passado não era aceite e não conseguiam recuperar a vida que tinham antes, mas eram ervas que ansiavam o fim do duro inverno e o início de uma nova primavera.

As ilustrações, a preto e branco, são perfeitas para a história retratada, para esta realidade inconcebível e devastadora. Adorei e recomendo muito esta leitura.

Palmisano, Erin (2024). Os Segredos da Pequena Taverna Grega. Barcarena: Marcador.

Tradução: Fátima Andrade

Nº de páginas: 280

Início da leitura: 28/07/2024

Fim da leitura: 29/07/2024


**SINOPSE**

"Uma leitura deliciosa, com um toque de realismo mágico, que nos leva até uma ilha grega. Nessa ilha, a comida e o vinho são a essência da vida, as amizades completam-nos e o amor encontra-nos quando menos esperamos.

Numa aldeia na ilha de Naxos, existe uma bela pousada com uma taverna que nunca foi inaugurada. O marido de Cressida morreu repentinamente - a taverna era o sonho de ambos -, e ela sente-se demasiado perdida na dor para manter esse sonho vivo.

Marjory Jory St James sente-se sempre mais à vontade quando está em movimento. Como se fosse convocada pela ilha, chega a Naxos a meio da noite e inesperadamente torna -se a primeira hóspede de Cressida.

Jory descobre de imediato que aquela viagem será mais do que uma mera aventura de férias. As mulheres que conhece na cidade não são apenas o que aparentam. E há ainda o poderoso grupo hoteleiro que se propõe comprar a taverna… Será necessário todo o empenho e experiência de Jory e Cressida para impedir que tal aconteça.

Com uma pitada generosa de romance, comida deliciosamente tentadora e uma amizade crescente, conseguirão estas duas mulheres encontrar a maneira de finalmente abrir a pequena taverna grega?"
Um romance leve de verão, que nos leva à ilha grega de Naxos, aos sabores das iguarias, à magia e ao amor. Não sou apreciadora deste género de realismo mágico repleto de romance, mas este é um livro que se lê bem, sobretudo quando se está a uns dias de uma viagem para uma ilha grega. Aconselho a quem gosta de romance romântico e mágico e queira, entre leituras mais fortes, fazer uma pausa com um livro mais tranquilo.

Read, Shelley (2024). Até Onde o Rio Me Leva. Lisboa: Editorial Presença.

Tradução: Inês Guerreiro

Nº de páginas: 296

Início da leitura: 26/07/2024

Fim da Leitura: 28/07/2024


**SINOPSE**

"Delicado, poético e esplendoroso, este romance conta a história de uma mulher que procura incessantemente o amor e a sua independência, custe o que custar.

Victoria Nash tem dezassete anos e ajuda a família no cultivo de pêssegos, nas margens do rio Gunnison. Estamos em 1948, num luminoso dia de outono e, vindo do nada, diante dela surge um desconhecido de olhos escuríssimos, profundos, perdido no caminho, que lhe pede ajuda. A forma como Victoria decide responder àquele rapaz definirá o destino dos dois. Pode um único momento, um encontro talvez fugaz, atear o fogo da paixão e semear a vertigem do perigo?

Quando uma tragédia tinge de negro o coração de Victoria, mas, dentro dela, a vida teima em pulsar, a decisão de partir ganha força e deixa tudo para trás. com ela, leva um segredo, mas também a força de uma rapariga que começa a tornar-se mulher.

Tocante e íntimo, este é um romance que retrata o que há de mais belo e feroz na vida de uma mulher, entre amor, perdas e descobertas: encontrar-se a si mesma, para a sua verdade brilhar sob o céu do mundo."
Que livro maravilhoso! Premissa, forma como é desenvolvida, densidade das personagens, fluidez do discurso (como um rio que corre e nos escorre tão facilmente pelos olhos e ouvidos) e paisagens onde nos queríamos demorar um pouco mais. Tão bom! Quem gostou de Lá, Onde o Vento Chora, de Delia Owens não ficará indiferente a este livro de que vos falo. Esta é a história de uma jovem que vive numa quinta remota, nas margens do rio Gunnison, onde o pai tem a melhor plantação de pessegueiros da região. E, além de cuidadora do pai e irmão, desde a morte da mãe, é uma jovem inocente, uma filha da floresta, que se vê enredada de amores por um belo jovem de olhos negros. Mas desengane-se quem pense que é uma história de amor, é mais uma história de superação, de decisões difíceis, de resiliência...porque há amores que são para toda a vida. Este livro será um deles, dos que nos ficam na memória. Aconselho vivamente.



Rodrigues, José (2022). Uma Vida Entre Marés. Porto: Porto Editora.

Nº de páginas: 256

Fotografias: Sara Augusto

Início da leitura: 24/07/2024

Fim da leitura: 26/07/2024


**SINOPSE**

"Naquela praia, entre ventos e fios de areia, ouvia-se a palavra amor...
Num quotidiano sem sobressaltos, Sofia divide o seu tempo entre a vida profissional e a dedicação a Leonor, a filha adolescente.
Quando Edgar, ex-marido de Sofia e pai de Leonor, reaparece determinado a reconquistar o coração da filha, regressam também os fantasmas do passado, marcados pelo vício do jogo e pela consequente perda de tudo o que Sofia herdara dos pais.
Entre o passado feliz vivido à beira-mar e o presente que ameaça a paz entretanto reencontrada, Sofia depara-se com uma nova e dolorosa luta pela felicidade. No momento em que as forças ameaçam faltar, o mar parece querer devolver-lhe o mundo perfeito da sua juventude, quando a amizade e o amor se uniam de forma intensa, muito antes da chegada de Edgar à sua vida…
Um romance comovente, ilustrado pela inspiração fotográfica de Sara Augusto."
De uma forma doce, a que já nos habituou, o autor aborda, de forma ficcional uma temática  real, como quem nos conta uma história.
Sofia é, antes de mais, mãe da Leonor, uma adolescente de 13 anos, dedicando os seus dias ao trabalho (como nutricionista) e à filha, a quem se dedica por inteiro, dada a ausência do pai. Sofia está divorciada de Edgar, o pai de Leonor, que terá acabado por esbanjar tudo o que Sofia tinha, por causa do vício do jogo.
Mas, este pai que se ausentou da vida da filha anos a fio, decide voltar a ver a filha e conquistá-la com várias promessas.
Por outro lado, a mãe nunca contou nada a Leonor sobre o pai e, agora que o reencontra e este lhe conta, sente que terá de alterar algumas coisas na sua vida.
Estarão mãe e filha, que viveram sempre só as duas, preparadas para esta chegada do pai? Que repercussões terá na vida dos três?
Entretanto Sebastião, antigo namorado de Sofia, regressa à sua vida (se é que alguma vez chegou a sair definitivamente). O que terá visto Sofia em Edgar para ter deixado Sebastião?
Fica o convite para uma leitura prazerosa de verão!

Mosi, Joana (2023). O Mangusto. Lisboa: A Seita. 

Nº de páginas: 184
Início da leitura: 23/07/2024
Fim da leitura: 25/07/2024

**SINOPSE**
"Júlia encontra-se encurralada num enorme problema: um mangusto destruiu a sua pequena e estimada horta, e ninguém a consegue ajudar. Como se já não bastasse ter de lidar com esta catástrofe, Júlia ainda tem de aguentar a teimosia da mãe, que não lhe dá espaço, ou a infantilidade do irmão mais novo, que passa os dias absorvido em videojogos. Só lhe resta uma solução: livrar-se do bicho antes que cause mais danos. Mas como? Até que ponto somos responsáveis pelos nossos problemas e de que forma dependerá de nós encontrar a sua solução?"
Este livro parte da premissa de uma mulher ainda jovem, Júlia, que resolve cultivar uma horta no quintal da sua casa e que, em determinado momento, acredita que um mangusto (um animal semelhante a uma suricata) lhe está a destruir a horta e pensa em como se livrar dele, sem, no entanto, o magoar. Porém, esta não é a verdadeira história que nos é contada, é, sim, uma metáfora para a fuga a outra situação, ou mesmo um refúgio para um problema que a protagonista enfrenta. 
Júlia é viúva e não superou o processo de luto, encontrando-se distante de tudo e em processo de negação. Alheia à sua própria vida, a busca pelo mangusto parece preencher os seus dias. Mas, o que realmente preenche os seus dias é um grande vazio e torpor.
Não se pode ler este livro, sem a maturidade necessária, é preciso compreender a sua mensagem nas entrelinhas. Durante a obra, é-nos explicado o que é um mangusto, a forma como vive, como nasce de olhos fechados e é interessante perceber que a aceitação ou não deste animal (existindo ele ou não) pode ser a aceitação da ausência, da partida - o próprio luto.
Quanto às ilustrações, muito minimalistas, bastante vazias, inclusive os rostos que, muitas vezes, não têm qualquer elemento. Apesar de entender que esse vazio exprime o vazio que as personagens sentem interiormente, confesso que teria preferido ilustrações um pouco mais elaboradas.
Gostei muito desta obra e recomendo!

Gonçalves, Hugo (2013). Enquanto Lisboa Arde, o Rio de Janeiro Pega Fogo. Alfragide: Casa das Letras.

Nº de páginas: 328
Início da leitura: 22/07/2024
Fim da leitura: 24/07/2024

**SINOPSE**
"Quando a crise se instala em Portugal, arrastando uma onda de pessimismo sem fim à vista, um assessor político com ambições literárias e a cabeça a prémio decide fugir para o Brasil. Além do medo e do travo amargo do insucesso, leva com ele apenas uma mochila, o desejo de começar tudo do zero e uma encomenda secreta.

O Rio de Janeiro continua lindo - e os primeiros dias na cidade, com passeios de bicicleta pelo calçadão, mergulhos na praia e romances curtos e escaldantes, prometem, de facto, uma vida de sonho. Mas esse idílio é uma ilusão, porque o misterioso embrulho depressa o lança numa odisseia tropical de contornos perigosos, em busca do terceiro vértice de um triângulo amoroso. Determinado, porém, a cumprir a missão, o aspirante a escritor viajará por casas isoladas na serra, ilhas desertas e favelas e cruzar-se-á com um curioso universo de expatriados - terroristas bascos, sobreviventes do Holocausto e emigrantes portugueses, que procuram agora, como antigamente, uma nova vida no hemisfério sul. E também com Margot, a mulher que pode mudar a sua vida.

Longe da falência do seu passado, ele acredita que a aventura carioca pode ser o recomeço que procura, a história que finalmente dará um livro, a evidência de que, por mais que fuja, estará sempre preso ao lugar de onde partiu."
Numa escrita muito característica deste autor, sem pudor, esta é a história de um aspirante a escritor, envolvido em negócios duvidosos em Lisboa, metido com a mulher do "patrão", que decide fugir para o Rio de Janeiro. Espera encontrar ali a tranquilidade e impunidade que já não teria em Lisboa, onde o patrão o perseguia para o matar. 
Mas o Rio é tudo menos calmo. E, se "Lisboa arde, o Rio de Janeiro Pega Fogo".
Não me identifiquei com as personagens, mas gostei de ir viajando pelos dois países, de forma intercalada, pelas suas ruas, ruelas, choques civilizacionais, costumes, degradação, linguagem e maneiras de ser e agir.
Terá o narrador/escritor econtrado o que queria no Rio de Janeiro? E o que seria o embrulho que levara de Lisboa para ali entregar? Para responder a estas e outras questões, aconselho a leitura deste livro.

Timerman, Natália (2021). Copo Vazio. São Paulo: Todavia.

Nº de páginas: 144
Início da leitura: 20/07/2024
Fim da leitura: 21/07/2024

**SINOPSE**
"Mulheres abandonadas. Desde sempre, a literatura é permeada de histórias trágicas de figuras fascinantes, como Medeia e Dido, que se desfazem diante do abandono masculino. Emma Bovary e Anna Kariênina, personagens inesquecíveis, também sucumbem. A mesma Simone de Beauvoir de O segundo sexo escreveu A mulher desiludida, antologia de contos sobre personagens despedaçadas, uma delas por essa mesma via. No século xxi, Elena Ferrante atualiza a tradição, criando personagens que definham ou enlouquecem depois de dispensadas — é o caso de Olga, em Dias de abandono, que se vê confrontada com novas questões: Como pode uma mulher padecer "de amor" nos anos 2000? A própria ideia de abandono já não soa anacrônica em nossos dias? Agora é a vez de Natalia Timerman e seu Copo vazio. O romance conta a história de Mirela, uma mulher inteligente e bem-sucedida, que acaba submergida em afetos perturbadores quando se apaixona por Pedro. O livro perscruta a vulnerabilidade de sua protagonista sem constrangimentos. Há algo de ancestral, talvez atemporal, no sofrimento de Mirela, que ecoa a dor de todas essas mulheres. Mas há também elementos contemporâneos: a forma de vida nas grandes cidades e as redes sociais são questões que acentuam os dilemas. Mirela tem emprego, apartamento, família e amigos, porém parece ser bastante solitária. Quando conhece Pedro, ela se preenche de energia e entusiasmo, e fica obcecada não só por ele, mas por essa versão de si mesma. O que fazer quando ele desaparece de repente, sem explicações? Depois de publicar contos, poemas e ensaios, Natalia Timerman comprova a versatilidade de sua escrita num mergulho de fôlego no mundo psíquico de sua protagonista."
Este é um livro pequenino, que se lê de um fôlego.
A protagonista, Mirela, tem 32 anos e é uma arquiteta de sucesso. Porém, não muito bem sucedida nas questões amorosas. Por insistência da irmã, cria conta num aplicativo de encontros. É assim que conhece Pedro, com quem manterá uma "suposta" relação, ou, pelo menos, uma relação por parte dela, que dele não sei se se possa considerar relação, uma vez que se afasta frequentemente. E esta relação e amor por Pedro tornam-na obsessiva, ao ponto de criar perfis falsos para o seguir nas redes sociais, quando este não responde às suas mensagens. Teria futuro uma relação como esta? Deverá um amor ser capaz de anular o amor próprio? Li no português do Brasil, uma vez que a autora é brasileira.

Vallé, Sylvain; Eacersall, Mark (2024). Tananarive. Alfragide: ASA.

Tradução: Helena Guimarães
N.º de páginas: 116
Início e fim da leitura: 22/07/2024

**SINOPSE**
"No entardecer de uma vida organizada e prudente, um notário reformado vai partir à aventura pela primeira vez na sua vida. Pequena aventura, mas, para ele, uma verdadeira odisseia. Lançando-se, tão depressa quanto lhe permitem os seus velhos ossos, na pista de um hipotético herdeiro, ao volante de um descapotável que nunca saíra da garagem e acompanhado por um curioso passageiro, vai descobrir que nunca é tarde para se aprender sobre os outros... e sobre si mesmo."
Há 15 anos que um notário reformado bebe as palavras de um vizinho e amigo. À morte deste, embrenha-se numa aventura para tentar encontrar algum herdeiro. Mas, enquanto ele pedia ao amigo para lhe contar vezes sem conta as suas megalómanas aventuras de vida, a esposa lembra-o de que esse vizinho era "um mitómano, um aldrabão compulsivo". Mas, o nosso ex-notário, não só não acredita na esposa, como continua a busca que se propôs fazer, acompanhado do vizinho, que continua a fazer parte integrante da sua vida, ainda que apenas nas suas memórias. Porque todos precisamos de histórias, porque as histórias, ainda que possam não ser reais, nos fazem viver e sobreviver a este mundo. Encontrará o herdeiro que procura? Não será esta procura uma busca de si mesmo? A forma de dar novo sentido à sua vida? 
Não só adorei o enredo, como as ilustrações, que nos levam aos espaços das história contadas pelo vizinho do ex-notário, às suas aventuras. 
Recomendo vivamente!

Interesse, Raquel Sem (2023). E Agora? Lisboa: Iguana.
Nº de páginas: 136
Início da leitura: 19/07/2024
Fim da leitura: 21/07/2024

**SINOPSE**
"O relato de uma jovem com o futuro penhorado, como tantos neste país.

Neste livro, dividido por quatro capítulos, cada um num tom de cor diferente, Raquel conta-nos a história da sua vida. Não é uma vida extraordinária, nem emocionante. É uma vida comum, pontuada pela tristeza e desilusão, que a autora tão bem traduz nas suas ilustrações.

Neste novo livro, Raquel põe de lado o humor que a caracteriza, suaviza os traços da sua personagem, mas não abandona a sua faceta autobiográfica."
Gostei muito desta novela gráfica autobiográfica. Uma leitura para  jovens e adultos. Fala-nos das dificuldades, especialmente dos artistas, em conseguir uma carreira no que realmente gostam de fazer e para o que se formaram, a exaustão proveniente de trabalhos alternativos que se tornam numa obrigação sem qualquer fonte de prazer, as dúvidas, os problemas económicos e a necessidade de lutar e acreditar. É tão real! Bem escrita (com bastante texto, ainda que em BD) e envolvente. Recomendo!

Amorim, Filipa (2024). A Corrente. Lisboa: Suma das Letras.

Nº de páginas: 528
Início da leitura: 16/07/2024
Fim da leitura: 19/07/2024

**SINOPSE**
"Gabriela, Alexandre, Mariana e Daniel são amigos desde o berço, elos de uma corrente que se diria inquebrável. Porém, aquilo que ainda os mantém unidos, ao fim de tantos anos, é a amizade que têm por Francisco.

Até que, no início daquele que se adivinhava o melhor verão das suas vidas, Francisco desaparece sem deixar rasto. Sem saberem lidar com a perda e o choque, os quatro começam a afastar-se. Mariana, Alexandre e Gabriela deixam Santa Cruz, a terra onde cresceram, e onde o fantasma de Francisco permanece. Daniel é o único que fica para trás, a ansiar pelo dia em que os amigos consigam suportar a dor do regresso.

Só que este é antecipado, após nove anos, pela descoberta do cadáver de Francisco numa cova que se julgava livre no cemitério de Santa Cruz. A investigação do seu homicídio, que também motiva a vinda dos inspetores César Delgado e Rodrigo Gonçalves para Santa Cruz, traz à tona a mágoa e as mentiras que os quatro amigos partilharam e tentaram a grande custo manter enterradas ao longo dos anos, revelando que a amizade que os une já não é a fachada perfeita que um dia foi. Mas aquilo de que nenhum desistirá é de descobrir quem matou Francisco e quem lhes roubou o futuro risonho que poderiam ter tido ao seu lado.

Filipa Amorim constrói uma história carregada de dor, amizade, amor e perda, sem deixar de lado os ingredientes de um bom policial: o mistério, a dúvida constante e a busca pela verdade."
Gosto de ler autores portugueses e temos realmente muito bons escritores. Não coloco em causa o facto de ser uma primeira obra, pois, muitas vezes, as primeiras obras, até são "as grandes" obras dos escritores. Porém, penso que as editoras têm de trabalhar um pouco mais com os escritores. Neste caso, considero que a premissa era boa, promissora, a escritora tem ideias interessantes, mas alonga-se demasiado, repete-se demasiado e acaba por tornar a narrativa maçadora. A primeira parte e a última são as melhores. Há ali duas partes de permeio que não faziam grande falta ou que, quando muito, poderia ter sido selecionada a informação mais pertinente. Um thriller é um género que se quer um "turn the page", que nos tire o fôlego, que nos cative e mantenha as expetativas elevadas. E esta crítica que estou a fazer nada tem a ver com o facto de a autora ser portuguesa. Ultimamente, os thrillers andam um pouco "sem sal", falta-lhes intensidade! Daí me referir ao trabalho das editoras, que podiam apontar críticas, propor correções (neste caso, menos páginas e mais força).
Congratulo a escritora pelas suas ideias e desejo-lhe muitos sucessos. Ao longo da vida, tudo se depura e tudo se afina. Continuarei a lê-la, porque acredito que isso possa acontecer!

D'Alte, Miguel (2023). Os Crimes do Verão de 1985. Lisboa: Suma das Letras.

Nº de páginas:384
Início da leitura: 13/07/2024
Fim da leitura: 15/07/2024

**SINOPSE**
"Verão. 27 de agosto de 1985. Numa noite de tempestade, duas crianças e a sua cuidadora, Beatriz - uma adolescente de dezasseis anos -, desaparecem da casa de férias dos Mariz, uma família abastada de Lisboa, ligada à banca, na pequena Ilha do Poço Negro.

Quando os pais regressam depois de jantar, encontram a casa vazia e sinais de luta e sangue. em pânico, e com a ajuda de Ademar Lear - um jovem jornalista que passava na rua a caminho de casa -, contactam as autoridades. A ilha está isolada devido à tempestade, as buscas decorrem toda à noite, sem sucesso. de manhã, após a tempestade passar, uma dupla de inspetores da Polícia Judiciária chega à ilha para investigar. A população acorda em choque e acolhe as forças da autoridade com desconfiança; jornalistas invadem a ilha: o caso torna-se mediático.

Dias depois, o violento namorado de Beatriz é preso. Todas as provas apontam para ele, mas são circunstanciais. É então que confessa os crimes e é condenado. Até que, em 2012, um documentarista estrangeiro chega à ilha com novas provas sobre o caso e entra em contato com Ademar Leal - jornalista caído em desgraça, atormentado pela investigação que o tornou famoso -, entretanto regressado à ilha.

O que se passou no verão de 1985?"
Este policial decorre numa ilha fictícia  designada de Poço Negro e tem como premissa o desaparecimento de duas crianças e uma adolescente contratada pelos pais das crianças para tomar conta delas, como já antes acontecera, no Verão de 1985. Porém, nessa noite, uma noite de tempestade, algo dramático acontece: os pais deparam-se com o desaparecimento dos filhos e da ama, dando conta de manchas de sangue. Romeu, o namorado de Beatriz, é apontado, acusado e preso, como responsável pelos homicídios, ainda que os corpos nunca tenham aparecido.
Em 2012, 27 anos depois, Ademar Leal, jornalista que teve uma participação ativa na investigação, regressa à ilha e é confrontado por um suposto documentarista estrangeiro, Elias, que chega à ilha com o propósito de investigar o caso, uma vez que acredita que Romeu foi preso injustamente, cumprindo uma pena por um crime que não foi seu. Levará esta nova investigação a algum lado? Conseguirão provar que Romeu não teve nada a ver com o crime? E, afinal, quem cometeu os crimes e ficou impune? Nada como ler para ficar a saber de tudo!
Aconselho vivamente!

Ganho, Tânia (2024). O Meu Pai Voava. Lisboa: Publicações Dom Quixote.

Nº de páginas: 192
Início da leitura:12/07/2024
Fim da leitura: 13/07/2024

**SINOPSE**
"Não sei para quem escrevo estas palavras.
Para ele, talvez.
Desde que morreu, escrevo sem parar.
Escrevo para recuperar o fulgor com que ele viveu."
Este é um livro de memórias de Tânia Ganho, escrito por motivos tristes, de forma existencialista, que acaba por nos comover, uma vez que todos nós (de uma maneira geral e natural) passamos pela perda do pai. Os familiares mais próximos sofrem muito quando os nossos têm Alzheimer. O pai da autora era médico urologista, mas muito versátil, por um lado era aberto, liberal, sem tabus, mas o que não impedia de impor regras, limites do decoro e do pudor. Tinha um humor muito peculiar, fazendo piadas com tudo. 
Estas memórias atenuam o lado duro e emocional da temática.
É um livro que nos leva a ler, parar, refletir, que nos faz sorrir e, ao mesmo tempo, nos leva a sentir as nossas próprias perdas.
Aconselho muito a ler.

García Márquez, Gabriel (2024). Vêmo-nos em Agosto. Lisboa: Edições Dom Quixote. 


Tradução: José Teixeira Aguilar
Nº de páginas: 120
Início da leitura: 12/07/2024
Fim da leitura: 12/07/2024

**SINOPSE**
"Todos os anos, a 16 de agosto, Ana Magdalena Bach apanha o ferry que a leva até à ilha onde a mãe está enterrada, para visitar o seu túmulo. Estas viagens acabam por ser um convite irresistível para se tornar uma pessoa diferente durante uma noite por ano.

Ana é casada e feliz há vinte e sete anos e não tem motivos para abandonar a vida que construiu com o marido e os dois filhos. No entanto, sozinha na ilha, Ana Magdalena Bach contempla os homens no bar do hotel, e todos os anos arranja um novo amante. Através das sensuais noites caribenhas repletas de salsa e boleros, homens sedutores e vigaristas, a cada agosto que passa Ana viaja mais longe para o interior do seu desejo e do medo escondido no seu coração.

Escrito no estilo inconfundível e fascinante de García Márquez, Vemo-nos em Agosto é um hino à vida, à resistência do prazer apesar da passagem do tempo e ao desejo feminino. Um presente inesperado de um dos melhores escritores que o mundo já conheceu. A tradução é de J. Teixeira de Aguilar."

Apesar de ser uma obra em que o próprio autor andou às voltas até concentrar a hipótese de publicação, cinco vezes depois de reler e fazer ajustes, é inconfundível o estilo e elegância escrita do autor. Este é um conto, relativamente pequeno, que deveria surgir com outros quantos contos sobre o amor a partir da meia idade, mas que o autor não teve tempo para completar.
A ilha onde está enterrada a mãe da protagonista tem uma magia própria, uma vez que até nas conversas que tem com a mãe, no cemitério, tem sempre a sensação de que a mãe a compreende e não a julga ou condena.
O magnetismo da ilha, cria uma outra mulher que, no verão, ali vai sozinha, colocar flores na campo da mãe. A forma como se veste, mais livre, a forma como se desprende de todas as preocupações, como se volta a sentir mulher, mostram, de facto, a magia da ilha. E mais não conto, para que entrem também nesta magia.
Longe de um "Cem Anos de Solidão" ou de um "Amor nos Tempos de Cólera" (o meu preferido), é um livro que se lê bem. Aqui fica o convite: breve, bem escrito e que se lê num ápice! 

Marsden, Mariah; Luechtefeld, Hanna (2022). O Jardim Secreto: Novela Gráfica. Lisboa: Fábula.

Tradução: Salomé Castro
Início da leitura: 10/07/2024
Fim da leitura: 11/07/2024

**SINOPSE**
"Mary Lennox vivia na Índia, rodeada de luxos. Contudo, após doença grave dos pais, a menina fica órfã e é obrigada a ir viver com o tio em Inglaterra.Sem nada para brincar dentro de casa, Mary vai explorar o exterior e descobre um jardim. Mary vai conhecer emoções e sensações que até aí desconhecia, como a amizade que desenvolve com Dickon e Colin ou a simples alegria que uma corrida pelos jardins pode trazer.As três crianças assumem o forte compromisso de fazer renascer o jardim fechado há mais de 10 anos. É essa dedicação que vai alterar por completo as suas vidas e a de todos os que ali habitam."
Este é um livro infanto-juvenil, que pode muito bem ser lido em qualquer idade. De uma grande ternura, aborda várias questões: os adultos desiludidos com a vida, que vão fechando portas e enclausurando-se no sofrimento, dispostos a fugirem de tudo o que perderam com a morte do ser amado. O filho é mantido numa cama, como doente, onde vai definhando e perdendo as forças motrizes. Quando a mãe de Mary Lennox morre, uma menina mimada, vês-se obrigada a ir viver com o tio que já referi e o primo acamado, numa charneca isolada de tudo e todos, contando apenas com a companhia de uma criado e um jardineiro. Aos poucos, Lenny abre portas onde se esconde um passado que se tenta esquecer e que se encontra em estado quase selvagem e vai, com o jardineiro, recuperar o local onde a esposa do tio gostava de passear. Conseguirá Mary contagiar adultos e crianças com a sua força de viver?
Aconselho esta novela gráfica, doce e ternurenta.

Mayle, Julia (2024). Pelican Girls. Lisboa: Suma das Letras.

Tradução: Nuno Carvalho
Nº de páginas: 400
Início da leitura: 07/07/2024
Fim da leitura: 11/07/2024

**SINOPSE**
"Uma visão poderosa da amizade, da identidade e do desejo femininos, e das escolhas que as mulheres fazem na sua vontade inabalável de sobreviver.

Paris, 1720. O hospital de Salpêtrière, que acolhe órfãs, prisioneiras e doentes mentais, tem demasiadas residentes. Do outro lado do mundo, os franceses precisam de mulheres para constituírem família na colónia da Luisiana. Marguerite, a madre superiora responsável pelo hospital, é então incumbida de selecionar noventa voluntárias em idade fértil para serem enviadas para a América. Entre elas, encontram-se três amigas improváveis — Charlotte, Pétronille e Geneviève: uma órfã de doze anos de língua afiada, uma jovem aristocrata rejeitada pela família e uma mulher acusada de praticar abortos.

Nenhuma destas mulheres faz ideia do que as espera para lá do Atlântico nem que não terão qualquer controlo sobre o seu futuro. Estas jovens destemidas unidas pelo destino terão de enfrentar grandes adversidades numa terra selvagem e impiedosa — doenças, guerras, tráfico de escravos, patriarcado —, e também o trauma de uma vida de desgostos, lutos, crueldade e prazeres inesperados, mas uma amizade forjada no fogo mantê-las-á unidas.

Nas palavras da autora, este romance é uma homenagem a todas as mulheres corajosas que permaneceram durante demasiado tempo ocultas na sombra da História dos Estados Unidos da América e da França."
Este é um romance cuja ação tem início em 1720, durante a colonização francesa, momento em que mulheres francesas em idade fértil eram enviadas para "Pelican State", Mississípi. Baseia-se em factos reais, que permaneceram durante muito tempo "na sombra da História dos Estados Unidos da América e da França".
Marguerite, Madre Superiora que dirige o hospital/prisão/orfanato de Salpêtrière, é incumbida, pela segunda vez, pelo procurador-geral, de fazer uma lista de 90 mulheres para enviar para o Mississípi para se tornarem esposas dos homens que aí habitam. 
E é durante esta viagem que três jovens criam uma amizade que as unirá para sempre: Geneviève Menu, de 22 anos, que é condenada por realizar abortos; Pétronille Béranger, que tem de deixar a sua condição privilegiada em Salpêtrière, atendendo ao facto de a sua família ter deixado de lhe pagar a alimentação; Charlotte Couturier, uma jovem órfã de 12 anos. A partir daqui, conhecemos as novas vidas destas jovens e acompanhamo-las ao longo de cerca de 15 anos.
Gostei muito deste livro, apesar de, em determinados momentos, ter achado alguns momentos um pouco exaustivos e repetitivos. Ainda assim, é uma boa história e vale a pena ler. 

Ginzburg, Natalia (2023). Foi Assim. Lisboa: Relógio D'Água. 

Tradução: Anna Alba Caruso
Nº de páginas: 104
Início da leitura: 08/07/2024
Fim da leitura: 09/07/2024

**SINOPSE**
«No final, todavia no início. Pois o romance começa por narrar o crime: "Disparei-lhe nos olhos." Depois, sentada num banco do jardim público, antes de se entregar, evoca a história. Contá-la aqui seria retirar-lhe todo o sabor, aquele rigor límpido que a rege do princípio ao fim sem qualquer hesitação e nos faz lê-la toda de enfiada.»
Este livro foi-me oferecido por uma amiga livrólica muito especial e estava desejosa de o ler. Já tinha lido As Pequenas Virtudes desta autora e gostado muito.
Escrito de forma tão peculiar, como quem conta "oralmente" uma história, este livro tem início com a protagonista a dar um tiro no marido, o que é um início que nos desperta logo a atenção. A partir daqui, é-nos narrada a história que terá levado a esta situação, uma história que nos apresenta o ser humano com todos os seus defeitos, as suas dúvidas, os seus vazios, os seus "buracos negros". 
Apreciei a força e a tensão narrativas criadas pela autora, que nos prende da primeira à última página. O único aspeto que aponto como um ponto menos forte é o facto de, apesar de ter compreendido o final, ter gostado de saber um pouco mais como tudo poderia ter terminado. Gostaria de ter visto esta história um pouco mais desenvolvida.
Recomendo vivamente.
Deixo a passagem que me prendeu logo à história:
"Eu disse-lhe: - Diz-me a verdade - e ele disse: - qual verdade - e desenhava apressadamente qualquer coisa no bloco e mostrou-me o que era, era um comboio muito, muito comprido com uma grande nuvem de fumo negro, com ele a debruçar-se da janela e a dizer adeus com um lenço.
Disparei-lhe nos olhos." (pág. 15)

Salvioni, Beatrice (2023). A Malnascida. Lisboa: Alfaguara.

Tradução: Ana Cláudia Santos
Nº de páginas: 248
Início da leitura: 05/07/2024
Fim da leitura: 07/07/2024

**SINOPSE**
"Com ecos de autores como Natalia Ginzburg, Alberto Moravia ou Elena Ferrante, eis a estreia fulgurante de uma escritora cuja mestria literária se dedica, neste romance, à procura da origem do mal e dos obstáculos à liberdade individual.

Monza, Itália, 1936. Francesca, de 13 anos, está nas margens do rio Lambro, vergada sob o peso de um homem morto que tentou violá-la. Maddalena, amiga de Francesca, sai da água e ajuda-a a livrar-se do corpo: escondem-no no meio de arbustos. Este momento é um marco inolvidável na relação entre as duas raparigas, que começa um ano antes, quando Francesca se deixa fascinar por aquela a quem todos chamam «a Malnascida»: uma rebelde de origens humildes e com estranhos poderes.

Contrariando a vontade da sua mãe, obcecada pelas convenções sociais burguesas, e ignorando os rumores que atribuem várias mortes à Malnascida, Francesca junta-se ao seu bando de amigos problemáticos, ávida por descobrir um modo de vida em absoluta liberdade. Entre as duas amigas, contudo, imiscui-se a guerra e o fascismo. Francesca e Maddalena terão de fazer uma difícil escolha: aliar-se contra a opressão social e a injustiça, ou deixar que o curso da História as separe para sempre.

A Malnascida é o elogiado romance de estreia da italiana Beatrice Salvioni, distinguido com o prémio literário Scuola Holden, criado pelo premiado escritor Alessandro Baricco. Uma inesquecível história de amizade e crescimento, sob o pano de fundo da Itália fascista."

Na Itália dos anos 30, Maddalena é chamada de Malnascida, acreditando-se que a sua companhia trazia mau agoiro, uma vez que todos, em torno dela, iam morrendo ou sofrendo qualquer atrocidade. Porém, Francesca, não dando ouvidos a todas estas opiniões e superstições, torna-se uma amiga inseparável de Malnascida e é uma amizade de tal forma forte que se protegem até ao fim. Duas jovens que acabam por crescer juntas, enfrentar estigmas e mostrar que a amizade, mesmo a mais improvável, é sempre o bem maior que alguém pode ter e desejar.
Este é o primeiro romance de uma promissora autora. Estarei atenta a próximas obras e recomendo!

Marsden, Mariah; Thummler, Brenna (2022). Ana dos Cabelos Ruivos, 2ªed. Lisboa: Fábula.

Tradução: Salomé Castro
Nº de páginas: 232
Início da leitura: 05/07/2024
Fim da leitura: 07/07/2024

**SINOPSE**
"O clássico de Lucy Maud Montgomery encontra uma nova expressão nesta novela gráfica a cores, muito apelativa para as novas gerações de leitores.

Quando Matthew e Marilla Cuthbert decidem adotar um órfão para os ajudar na sua quinta, não fazem ideia das boas surpresas e inesperados problemas que os aguardam. Com cabelos ruivos e uma imaginação imparável, Ana Shirley, de 11 anos, vai agitar a quinta Green Gables.

A vida dos dois irmãos nunca mais será a mesma, nem a dos habitantes da pequena vila de Avonlea. Ninguém esquecerá a magia e a beleza de Green Gables, e muito menos esta personagem alegre, corajosa, inteligente e bondosa.

Uma edição que torna acessível o clássico de Lucy Maud Montgomery, com beleza e um estilo moderno, e ao mesmo tempo fiel à época em que se desenrola a história. Narrativa cheia de pureza e valores universais e que promove a coragem, a bondade, a alegria, a superação e a resiliência."
Esta é uma nova abordagem, através de uma novela gráfica, do clássico de Lucy Montgomery. Tendo visto a série na televisão, esta versão não me desiludiu. A história é belíssima, de superação, de crescimento, de amor, de coragem... As ilustrações relativamente boas, exceção feita ao nariz de Ana, de que não gostei mesmo nada. Ainda assim, recomendo esta leitura para quem gosta de Banda Desenhada.
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Sobre mim

Professora de português e professora bibliotecária, apaixonada pela leitura e pela escrita. Preza a família, a amizade, a sinceridade e a paz. Ama a natureza e aprecia as pequenas belezas com que ela nos presenteia todos os dias.

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