Histórias Soltas Presas Dentro de Mim

Gama, Maria Francisca (2025). Filha da Louca. Lisboa: TopSeller.

N.º de páginas: 224
Início da leitura: 29/05/2025
fim da leitura: 31/05/2025

**SINOPSE**
Esta é a história de uma família: de um pai e marido que não sabia ser melhor, de uma filha que se esforçava por cumprir todos os papéis e de uma mãe e mulher que, aos olhos de todos, era louca.
Matilde viveu com os pais, Clara e António, até aos 18 anos, altura em que a mãe morreu. Sete anos depois, vê-se órfã, agora, também sem pai. E é então, dois dias depois da mudança abrupta - a solidão, a perda de referências, o silêncio e o vazio da casa -, que Matilde descobre algo que muda, irremediavelmente, a sua vida.

Uma narrativa comovente sobre como a infância e a adolescência se entranham em nós, sobre o peso do passado e da família, e como a morte de quem nos antecede cria um misto de vazio e liberdade. Filha da Louca é, acima de tudo, um romance sobre como julgamos os outros e os diminuímos a rótulos, sem sabermos quem são ou do que precisam.

Maria Francisca Gama, autora d’ A Cicatriz, tece novamente, uma história poderosa e melancólica, que nos arrebata da primeira à última página.

«Era nesta máxima que eu me concentrava para a amar: a minha mãe não é manipuladora, nem sádica, nem perversa. Se ela pudesse, não seria assim.»
Gosto da forma como Maria Francisca Gama escreve, direta, sem floreados. Porém, de uma intensidade e correção desconcertantes. Desde o início das histórias, que nos transportamos para os espaços das personagens e as acompanhamos nos seus dramas pessoais. E, como oxigénio de que precisamos para respirar, assim ficamos dependentes da página seguinte. Chegamos ao fim, com o amargor de ter de largar aquelas personagens que nos fizeram sentir, pensar e acompanhar o seu percurso de vida. Não queremos terminar...
Sem dizer muito mais, apenas acrescento que é uma excelente história e que, apesar de o fim, nos deixar boquiabertos, é muito compreensível e vai ao encontro do que a história e as personagens vivenciaram. Não levanto qualquer véu, deixo que partam como eu, sem saber para o que vão e que fiquem tão surpreendidos quanto eu! Muito obrigada, Maria Francisca Gama, por nos permitires entrar neste teu mundo da escrita. Continuamos a aguardar sempre o que publiques!

Arenz, Ewald (2025). O Perfume das Peras Selvagens. Lisboa: Presença.

Tradução: Mónia Filipe
N.º de páginas: 256
Início da leitura: 26/05/2025
Fim da leitura: 29/06/2025

**SINOPSE**
"Quando duas mulheres a quem o destino não sorriu têm um encontro inesperado, a vida mostra-lhes que há uma forma poderosa de curar as feridas: abrir a nossa alma e o nosso coração.

Sally, 17 anos, anorética, foge da vida, de todos, do mundo. Liss, 50 anos, fugiu do mundo, está longe de todos, e o centro da sua vida é uma quinta, de que cuida sozinha. Por um acaso do destino, cruzam-se, e Liss estende a mão a Sally. Ao contrário de todos os outros adultos que conhece, Sally percebe que Liss não a julga. E, ao decidir ajudar Sally, Liss percebe que está a quebrar, pela primeira vez, a solidão dos seus dias.

Assim começa uma história que não teria história se Sally tivesse ficado apenas uma noite, como previsto. Porém, os dias transformam-se em semanas, enquanto Liss vai mostrando àquela adolescente tão magoada o seu mundo: como tratar das árvores, cuidar das abelhas, colher as peras selvagens. E, devagar, ambas abrem as suas almas e os seus corações, partilhando, tímida mas genuinamente, o que as fez chegar ali, tão longe dos outros, feridas pela vida; e há uma esperança, suave, doce e perfumada que começa a perfilar-se no horizonte.

Profundo, belo e inspirador, este é o romance que tocou milhares de leitores, sendo um dos livros mais recomendados pelos livreiros alemães nos últimos anos. Uma história que nos revela o poder transformador da amizade e nos recorda como podemos voltar a encontrar-nos a nós mesmos, se partilharmos a verdade que há em nós."
Neste livro são abordados temas como o trauma, a saúde mental, a maternidade, o silêncio e a regeneração pela natureza, de foma subtil, sem dramatismos exagerados nem a reviravoltas artificiais; em vez disso, oferece um retrato realista, tocante e profundamente humano do sofrimento e da lenta, mas possível, redenção emocional.
A prosa de Arenz é lírica e sensorial. A descrição da paisagem rural — os campos, as árvores, os cheiros, o ritmo das estações — torna-se quase uma personagem por si só, funcionando como espelho e contraponto do estado emocional de Sally. A natureza surge como lugar de reencontro, de silêncio fecundo e de purificação. O "perfume das peras selvagens" é um símbolo central: remete para memórias, para o passado e para a beleza frágil das coisas simples.
As personagens são autênticas e enigmáticas, e, sem serem idealizadas, apresentam os seus defeitos e, grande parte das vezes, interagem através dos seus silêncios.
Aconselho.

Queirós, Eça; Oliveira, André. O Crime do Padre Amaro. Lisboa: Levoir.

N.º de páginas: 64
Início da leitura: 23/05/2025
Fim da leitura:  27/05/2025

**SINOPSE**
"O Crime do Padre Amaro, foi publicado em 1875. Através da sua narrativa faz, uma crítica à vida hipócrita do clero e da sociedade burguesa da época. A sua publicação marca o início do Realismo português e é considerado por muitos a melhor obra do movimento.

Após a morte do pároco José Miguéis, foi transferido para Leiria um jovem padre chamado Amaro Vieira. Aconselhado pelo cônego Dias, seu mestre de moral no seminário, Amaro instalou-se na casa da D. Joaneira. À noite na casa, havia encontros entre beatos e o clero, marcados por jantares, músicas, conversas, jogos e discussões sobre fé. É nesse cenário que o padre Amaro se encanta por Amélia, uma jovem muito bonita. Passam a trocar olhares, despertando o ciúme de João Eduardo, noivo da moça.

O primeiro contato físico entre o casal aconteceu numa fazenda da família; Amaro beijou o pescoço de Amélia, e ela saiu correndo. Amaro, com receio de se envolver mais intimamente e todos descobrirem, resolveu mudar para outra casa. Amélia acaba por ficar grávida. Quando a hora chegou, Amaro entregou a criança a uma família que tem a fama de matar as crianças que lhe são entregues. E a criança realmente morre. Amélia não suporta ficar longe do filho, acaba também por morrer."
Quase todos já devem conhecer a obra de Eça de Queirós, O Crime do Padre Amaro. Esta é uma adaptação, em novela gráfica, com argumento de André Oliveira e ilustração de Ricardo Santo. A adaptação mantém os temas centrais do romance original: a crítica à Igreja e à sua influência social e moral; a hipocrisia da sociedade provinciana; a repressão dos desejos individuais; a tragédia pessoal provocada por estruturas sociais rígidas. Apesar de, naturalmente, haver cortes e simplificações, há um cuidado em manter o tom crítico e o drama central — a relação entre Amaro e Amélia, com todas as suas implicações morais e sociais.
Esta obra é uma excelente porta de entrada para o universo de Eça de Queirós, pois ajuda a captar o interesse dos alunos e estimula o debate sobre a adaptação de clássicos para outros meios (literatura vs. banda desenhada, fidelidade vs. recriação).

 Tenório, Jeferson (2024). De Onde Eles Vêm. Brasil: Companhia das Letras.

N.º de páginas: 208
Início da leitura: 24/05/2025
Fim da leitura: 25/05/2025

**SINOPSE**
"De onde eles vêm tem como pano de fundo o ingresso dos primeiros cotistas na universidade brasileira. Na história, que se passa em Porto Alegre, por volta dos anos 2000, acompanhamos o despertar racial do narrador, Joaquim, em meio a um ambiente hostil. Órfão, tendo que cuidar da avó doente, desempregado e sem dinheiro, Joaquim busca a todo custo manter seu amor pelos livros e pela literatura. Romance de formação de um leitor, este é o retrato de uma jornada feita de obstáculos num momento em que políticas para amenizar desigualdades eram vistas como problema, não como possibilidade de solução.

"Uma obra fundamental para entender o Brasil contemporâneo e, principalmente, para a compreensão do que é ser negro neste desenho de país em que as questões étnico-raciais eclodem como marcadores nas relações interpessoais e com o Estado. A Lei de Cotas, tão atacada por um debate público por vezes raso e permeado por todos os ranços de uma nação fundada em bases excludentes, ganha corpo e rosto na trama. Quem sabe a ficção, mais uma vez, venha em socorro do exercício de empatia tão difícil entre nós." — Eliana Alves Cruz

"Numa prosa enxuta e despojada, ao jeito de uma confidência, Jeferson Tenório entrecruza vidas de gente marcada pela pobreza, pelo preconceito e pela exclusão. Os personagens que entretecem esta narrativa são tão reais que parecem escapar de todo e qualquer exercício ficcional. Mas é exatamente essa a arte invulgar do autor: nas frestas do muro ele encontra o fulgor de uma luz. É nessa fugaz e improvável revelação que estas pessoas tão cotidianas descobrem a resposta à pergunta do título deste livro: de onde eles vêm? Onde nascem esses extraordinários momentos em que se revela a humanidade e a vida que nos habitam?" — Mia Couto"
Esta é uma obra que me sensibilizou pela sua franqueza, pela forma direta como retrata as dificuldades enfrentadas por jovens negros no Brasil ao ingressarem no ensino superior através do sistema de cotas. A narrativa acompanha Joaquim, um jovem negro, órfão, desempregado e cuidador da avó doente, que entra na universidade pelo sistema de cotas raciais. Não é fácil ser-se um jovem cuidador, não é fácil prosseguir os estudos quando não se tem dinheiro...
Joaquim quer ser escritor, mas as dificuldades sociais, o racismo e a pobreza, não lho permitem vingar no mundo da escrita. Ganhar um concurso literário, permitir-lhe-ia mais facilmente fazer face a despesas que enfrenta. Porém, tal não acontece e Joaquim vai perdendo a vontade, o entusiasmo pela escrita e vai-se sentindo inseguro do que escreve. Enquanto leitor, lê uma panóplia de escritores (referências que gostei de ler).
Conseguirá Joaquim ultrapassar as dificuldades e concretizar os seus sonhos?
Uma obra que espicaça para a realidade social, através de uma narrativa envolvente. Aconselho!

 Feito, Virginia (2025). Victorian Psycho. Lisboa: Alfaguara.

Tradução: Sofia Ribeiro
N.º de páginas: 232
Início da leitura: 23/05/2025
Fim da leitura: 24/05/2025

**SINOPSE**
"Regressa finalmente, ainda mais provocadora e audaz, a que já é considerada por muitos a mestre espanhola do romance de suspense, que apanhou de surpresa imprensa, livreiros e leitores com Mrs. March, galardoado com o Prémio Valencia Negra.

Grim Wolds, Inglaterra: Winifred Notty chega a Ensor House disposta a desempenhar o papel da precetora vitoriana perfeita. Leal aos patrões, Mr. e Mrs. Pounds, compete-lhe educar os filhos destes, Drusilla e Andrew: a ela no Francês e na arte da costura, a ele, nas disciplinas de Álgebra e História. E, claro, contar-lhes histórias de embalar…

Contudo, Ensor House e os seus habitantes ocultam perversões e segredos sombrios, e depressa se torna evidente que Miss Notty tão-pouco é quem parece. Com o tempo, os outros criados da casa vão-se apercebendo de comportamentos bizarros: conta histórias sinistras às crianças, deambula, ao luar, em roupa interior pelos relvados da propriedade.

Além disso, há todo um passado da precetora que vai levantando inúmeras suspeitas. Que aconteceu às crianças com quem trabalhou antes? Por que razão o reverendo, seu padrasto, dormia com uma arma e a porta trancada depois da morte da mãe de Miss Notty? Que aconteceu realmente à sua mãe?

Divertido e macabro em doses iguais, Victorian Psycho vem confirmar o que Mrs. March deixava já intuir: a certeza de que estamos perante uma das vozes mais importantes da nova literatura de suspense, no melhor estilo de mestres como Patricia Highsmith, Daphne du Maurier ou Charles Dickens."
Esta é uma obra provocadora e que subverte as convenções do romance vitoriano, fundindo humor negro, crítica social e horror psicológico.

A sensação dominante durante a leitura é de desconforto — no melhor dos sentidos. A autora sabe exatamente onde cutucar o leitor: na expetativa de normalidade, nas convenções do romance gótico, na idealização de personagens femininas que costumam ser frágeis ou virtuosas.

A protagonista, Winifred, é um caso à parte. Não é uma vilã caricata nem uma anti-heroína glamorosa. Ela é genuinamente perturbadora, às vezes engraçada, noutras insuportável — mas nunca previsível. A sua frieza, os jogos psicológicos e o desprezo pelas normas sociais criam um magnetismo estranho: repulsa e fascínio coexistem o tempo todo.

Não é um livro para qualquer um. É preciso "ter estômago" para o ler. Quem não gosta de violência, sangue e afins, não deve ler este livro.

Tocarckuk, Olga (2022). Histórias Bizarras. Lisboa: Cavalo de Ferro.

Tradução: Teresa Fernandes Swiatkiewicz
N.º de páginas: 216
Início da leitura: 21/05/2025
Fim da leitura: 23/05/2025

**SINOPSE**
"Uma recolha inédita de contos, em que a celebrada autora de Viagens nos dá a conhecer os espaços infinitos que escapam à nossa razão, estabelecendo correspondências insólitas entre o real e o imaginário.

Um médico escocês do século XVII, ao serviço do rei da Polónia, descobre uma estranha raça de crianças verdes. Uma família de quatro mulheres idênticas, que se podem ligar e desligar, vê a sua rotina ser perturbada pelo aparecimento de dois vizinhos. Um mundo onde impera o uso do metal mantém a sua ordem graças ao sacrifício de um misterioso semideus com mais de trezentos anos. Uma mãe deixa uma estranha herança de vários frascos de conserva ao seu filho preguiçoso.

Eis algumas das histórias fascinantes que se encontram neste volume. Histórias capazes de desafiar expectativas e certezas, histórias que desenham os contornos de um presente alternativo e de um futuro apocalíptico; de confins geográficos que têm tanto de incompreensível quanto de familiar; de seres humanos alienados, solitários, perdidos. São histórias em que nada do que parece é e que encerram uma pergunta: a estranheza estará dentro de nós ou será ela uma característica do mundo?

Conjugando o grotesco, o fantástico, o humor negro e a beleza poética, Histórias Bizarras é mais um testemunho da singularidade literária e imaginativa de Olga Tokarczuk, que, unindo lugares e tempos, lança um olhar distópico e terno sobre a realidade e as profundezas da mente humana."

Esta obra, de Olga Tokarczuk, é uma coletânea de contos, que nos leva a universos onde o real e o imaginário se entrelaçam de forma inquietante. Reúne doze contos que exploram temas como identidade, solidão, morte e transformação, sempre com um toque de estranheza e profundidade psicológica, tão ao estilo de Tokarczuk. As personagens enfrentam situações insólitas, como um médico escocês do século XVII que descobre uma raça de crianças verdes, ou uma família de mulheres idênticas que podem ser ligadas e desligadas, perturbadas pela chegada de vizinhos. Cada narrativa convida à reflexão sobre a condição humana e os limites da realidade.

Críticos destacam a capacidade da autora em provocar o leitor, levando-o a questionar as suas próprias percepções e crenças. A tensão constante nas histórias serve como um convite à introspeção, explorando as profundezas da mente humana e os aspectos mais sombrios da existência. Ainda assim, já li outras obras da autora de que gostei mais, como o Conduz o Teu Arado Sobre os Ossos dos Mortos, Empúsio e A Alma Perdida.

 Garrett, Almeida; Morgado, André F. (2025). Frei Luís de Sousa. Lisboa: Levoir.

N.º de páginas: 64
Início da leitura: 17 de maio de 2025
Fim da leitura: 22 de maio de 2025

**SINOPSE**
"Frei Luís de Sousa é o nome religioso de Manuel de Sousa Coutinho, português que em 1600 ocupava o posto de capitão-mor de Almada e que se julga ter habitado no Bacelo, a sua propriedade situada no Pragal.

O enredo, inspirado na vida do escritor seiscentista Frei Luís de Sousa, de seu nome secular D. Manuel de Sousa Coutinho, tem como pano de fundo a resistência à dominação filipina.

D. João de Portugal foi dado como morto na batalha de Alcácer Quibir. Passaram-se sete anos e D. Madalena de Vilhena casa com D. Manuel de Sousa Coutinho, de quem tem uma filha, Maria, formando um lar virtuoso e feliz. A sua existência só é perturbada pelos tristes pressentimentos da frágil e sensível Maria e de Telmo, o velho aio, que continua à espera do regresso de D. João.

Este aparece, disfarçado de romeiro, e dá a conhecer a sua verdadeira identidade. o desfecho é trágico: Maria morre na igreja, no preciso momento em que os seus pais professam."

Esta adaptação para banda desenhada de Frei Luís de Sousa, publicada pela Levoir, representa uma ousada e meritória reinterpretação gráfica de um dos marcos do teatro romântico português. A obra original, da autoria de Almeida Garrett, é um drama histórico e patriótico do século XIX que mergulha nas complexidades da honra, do dever e da identidade nacional — temas que a adaptação consegue preservar e reinterpretar com sensibilidade visual e contemporaneidade.

André F. Morgado, responsável pela adaptação textual, realiza um trabalho de equilíbrio entre fidelidade ao texto original e acessibilidade moderna. A linguagem mantém um certo tom clássico, mas evita o anacronismo excessivo, tornando o enredo compreensível para leitores menos familiarizados com o teatro oitocentista. A estrutura da narrativa segue de forma coerente os grandes momentos dramáticos da peça — o regresso do suposto falecido D. João de Portugal, o dilema de D. Madalena e Manuel de Sousa Coutinho, e o desfecho trágico. Há uma clara preocupação em respeitar a densidade dramática da peça, mas também em usar os recursos visuais como veículo de interpretação, em vez de simples ilustração.

Com traço firme, expressivo e detalhado, Medina cria ambientes que respiram o espírito do século XVII, mantendo uma paleta sóbria que acentua a atmosfera trágica e introspetiva. As expressões faciais e a linguagem corporal dos personagens são fundamentais na transmissão da emoção — uma componente essencial num drama cuja força reside, muitas vezes, nos silêncios e olhares. Recomendo.

Nova, Rita Da (2025). Apesar do Sangue. Lisboa: Manuscrito Editora.

N.º de páginas: 248
Início da leitura: 18/05/2025
Fim da leitura: 20/05/2025

**SINOPSE**

"«Ninguém sabe o que custa conquistar uma criança que desistiu do mundo até ter de o fazer.»

Glória está a envelhecer. Na tomada de consciência de que o fim pode estar para breve, é no neto que recaem todas as suas preocupações: se ela desaparecer, quem vai cuidar dele? Quem vai tomar conta de Pedro, o rapaz que todos escolheram abandonar?

Rita da Nova está de volta com um romance em que os relatos dos vários protagonistas se entrelaçam para contar uma história repleta de feridas profundas.

Com uma narrativa delicada e carregada de sensibilidade, a autora transporta-nos num enredo não linear em que todas as personagens principais têm direito a fazer-se ouvir: Glória, a avó que aguenta todas as tempestades da família. Helena, a mãe que abandona o filho. Eduardo, o padrasto que já não o é, mas que nunca esqueceu a criança de quem cuidou um dia.

E Pedro, claro, Pedro, o elo que os une: o rapaz que todos rejeitaram, que ninguém soube amar sem prazo e que, em breve, pode precisar desesperadamente de uma nova oportunidade."

Que livro maravilhoso! Concordo com a autora, quando, nos agradecimentos, menciona: "Este livro tornou-se, desde o dia em que me sentei para o escrever, no terraço de um Airbnb no Porto, na coisa favorita que escrevi até hoje." E confesso que gostei de todos os seus livros que li até hoje. Mas este! Este supera todas as expetativas. É uma história que tanto nos desampara, nos fere, nos comove, como nos abraça, nos aquece a alma e nos preenche. 

Apesar do Sangue é uma obra que convida à reflexão sobre os laços familiares e a importância das relações que escolhemos cultivar. Com uma narrativa envolvente e personagens profundamente humanas, Rita da Nova oferece uma leitura tocante e memorável.

A história é contada através de múltiplas perspetivas, permitindo ao leitor compreender as motivações e emoções de cada personagem. A autora utiliza uma estrutura não linear, alternando entre diferentes momentos temporais, o que enriquece a narrativa e aprofunda o desenvolvimento das personagens, muito bem construídas.

Chegamos ao fim com aquela sensação de nostalgia por já estar a terminar, pois queríamos continuar. É daqueles livros que promete deixar uma valente ressaca literária. Recomendo muito.

Natsukawa, Sosuke (2025). O Gato Que Salvava Bibliotecas. Lisboa: Editorial Presença.

Tradução: André Pinto Teixeira
N.º de páginas: 192
Início da leitura: 17/05/2025
Fim da leitura: 18/05/2025

**SINOPSE**
"Se fomos felizes uma vez, porque não voltar a estar com um dos gatos mais adorados do mundo? Regresse ao aconchego e descubra onde anda Tigre, o gato que salvava livros e… bibliotecas.

Se ainda não conhece Tigre, está na altura de o fazer. Nanami, uma menina de 13 anos que adora ler, está prestes a encontrá-lo, e a sua vida mudará para sempre. no meio da biblioteca, que é uma segunda casa para ela, Nanami está com os seus melhores amigos: os livros. Mas, agora, alguns deles estão a desaparecer das estantes, e ela suspeita de um homem de fato cinzento. Há qualquer coisa nele que não bate certo. E se o seguisse?

Quando Tigre, um gato malhado falante, aparece para a avisar sobre o perigo que pode estar a correr, Nanami une-se a ele e, juntos, tentam encontrar todos os livros desaparecidos. Porém, nada pode prepará-los para a aventura que estão prestes a viver…

Enternecedor e maravilhoso, envolto em sabedoria japonesa, este é um romance que nos mostra o poder dos grandes livros e nos lembra de que devemos sempre guiar-nos pelo que nos faz crescer na vida: conhecer-nos a nós mesmos e iluminar o caminho com a luz da nossa alma, procurando o que nos aconchega o coração."
Este é um "livro fofinho", mas bem escrito. 
O Gato Que Salvava Bibliotecas é uma obra contemporânea do autor japonês Sosuke Natsukawa, originalmente publicada em 2020. Enquadrando-se no género da ficção literária com elementos de fantasia, o livro combina uma narrativa sensível com reflexões filosóficas acerca da leitura, da solidão e do papel transformador dos livros. Com uma linguagem acessível, porém carregada de simbolismo, a obra destaca-se como uma fábula moderna sobre o valor intrínseco da literatura.
Há claramente uma crítica alegórica a aspetos negativos da cultura contemporânea do livro: a leitura superficial, o consumismo editorial, a mecanização do saber e o isolamento do pensamento crítico. Esses temas são apresentados de forma alegórica, mas inteligível, fazendo do livro uma leitura acessível tanto a jovens quanto a adultos.
Em alguns momentos, perpassa pela obra um tom excessivamente didático, o que pode causar uma certa previsibilidade na condução do enredo e esvaziar a força simbólica de alguns episódios. Ainda assim, a obra consegue preservar seu valor ao estimular o leitor a questionar como e por que lemos — uma questão cada vez mais pertinente em tempos de consumo veloz de informação. Aconselho.
Zafón, Carlos Ruiz (2014). As Luzes de Setembro, 1995. Lisboa: Planeta.
Tradução: Maria do Carmo Abreu
N.º de páginas: 256
Início da leitura: 15/05/2025
Fim da leitura: 16/05/2025

**SINOPSE**
"Um misterioso fabricante de brinquedos que vive em reclusão numa gigantesca mansão povoada de seres mecânicos e sombras do passado...
Um enigma em torno de estranhas luzes que brilham entre a neblina que rodeia a ilhota do farol. Um ser de pesadelo que se oculta nas profundezas do bosque...
Estes e outros elementos tecem a trama do mistério que unirá Irene e Ismael para sempre durante um mágico Verão em Baía Azul. Um enigma que os levará a viver a mais emocionante das aventuras num labiríntico mundo povoado de luzes.

Um livro fascinante de intriga, fantasia, mistério e amor com uma tensão e um suspense que aumenta à medida que avançamos na história. E sempre envoltos numa atmosfera ameaçadora."
Convenci-me que tinha lido os livros todos de Zafón, mas, afinal, O Príncipe da Neblina é o primeiro de uma trilogia. Ainda me fica a faltar o segundo desta trilogia da Neblina. Que bom! Foi uma boa surpresa. Sempre gostei muito da forma como Zafón escrevia, toda a magia que imprimia às suas histórias, tão envolventes e empolgantes. Esta não foi exceção. Eu, que até nem sou grande apreciadora de fantasia, não consigo ficar indiferente a estes livros de Zafón, bem como a todos os que escreveu.
A narrativa centra-se em Simone Sauvelle e nos seus filhos, Irene e Dorian, que, após a morte do patriarca da família, se mudam de Paris para a Normandia. Lá, Simone aceita um emprego como governanta na mansão Cravenmoore, pertencente a Lazarus Jann, um enigmático fabricante de brinquedos mecânicos. À medida que a família se adapta à nova vida, eventos misteriosos e sombrios começam a ocorrer, envolvendo autómatos assustadores e segredos do passado. É impossível não nos deixarmos envolver por estas personagens e pelas suas histórias, pelo constante mistério criado em torno delas, do seu passado e do seu presente. Apesar de ser um livro mais direcionado para leitores juvenis, fiquei rendida e aconselho!

Cohen, Julie (2019). Meu Amor, Meu Segredo. Porto: Porto Editora.

Tradução: Cláudia Ramos
N.º de páginas: 344
Início da leitura: 12/05/2025
Fim da leitura: 15/05/2025

**SINOPSE**
"Robbie e Emily estão juntos desde sempre, mas o seu amor permanece vivo e forte. Ao longo da vida, têm partilhado a cama, a casa e uma ligação tão profunda que parece indestrutível. Mas há coisas que eles não partilham com ninguém, para bem de todos.
Numa manhã como qualquer outra, Robbie acorda, veste-se, escreve uma carta a Emily e sai de casa. Para sempre. Há um segredo que ambos guardam desde o dia em que se conheceram. Os sacrifícios e as escolhas que fizeram ao longo da vida podem agora ser expostos perante todos e esta é a única maneira de os preservar."
Esta é uma história que nos vai sendo narrada no presente, com recurso a analepses que nos põem a par de acontecimentos passados. Porém, os segredos escondidos de que se fala ao longo da narrativa, só no fim são revelados, o que acaba por nos prender à narrativa, pois mantém-nos curiosos e intrigados até ao fim.
No entanto, apesar de uma boa construção narrativa, houve aspetos que me desiludiram. Gostei do início do livro, da abordagem da questão do Alzheimer e da problemática do suicídio. Porém, penso que, a partir de certa altura, a autora quis abordar uma série de temáticas, todas elas sérias e importantes, mas que foram excessivas neste livro, como a questão do abandono de crianças, a adoção, o alcoolismo... E não falo do tema central, pois não quero dar "spoilers". Para mim, teria sido muito mais plausível se não se perdesse em tantas temáticas, que acabaram por ser abordadas de forma algo leviana e superficial.

Kafka, Franz (2024). Carta ao Pai, 1919. Lisboa: Penguin Random House Grupo Editorial.

Tradução: Isabel Castro Silva
N.º de páginas: 152
Início e fim da leitura:12/05/2025

**SINOPSE**
"Em novembro de 1919, Franz Kafka escreveu uma extensa missiva dirigida ao pai, Hermann Kafka, na qual expurgava décadas de abusos psicológicos. Esta carta, a mais famosa do século XX, nunca chegou ao destinatário, mas a sua publicação póstuma permitiu a gerações de leitores testemunharem uma história de violência doméstica e a subsequente devastação de um filho às mãos de um pai tirano.

Lúcida e pungente, Carta ao Pai é um poderoso exercício de autoanálise e um valioso documento histórico e literário, sem o qual a nossa compreensão da obra de Franz Kafka seria, necessariamente, muito diferente."
Esta Carta ao Pai não é uma carta de carinho ou de amor de um filho para com o pai. É antes uma carta de reprimenda, de desabafo total, uma carta profundamente pessoal e reveladora. Nela, o autor expõe, de forma intensa e introspetiva, a complexa relação com o seu pai, Hermann Kafka, oferecendo uma visão íntima dos conflitos emocionais e psicológicos que influenciaram a vida e a obra de Kafka. 
Aborda temas como a autoridade paterna opressiva, que incutia um medo constante, o sentimento de inadequação, a dificuldade de comunicação e uma influência negativa na sua maneira de ser. Descreve o pai como uma figura dominante e crítica, cuja presença esmagadora contribuiu para sua insegurança e autocensura. Essa dinâmica é explorada com profundidade, revelando como a relação teve impacto na sua autoestima e desenvolvimento pessoal.
Recomendo!
Exemplos: "Certa noite não parava de choramingar a pedir água, decerto não por sede, provavelmente em parte para irritar, em parte para me entreter. Depois de algumas ameaças fortes, que não serviram para nada, tiraste-me da cama, levaste-me para a pawlatsche e deixaste-me aí por um tempo sozinho, diante da porta fechada, em camisa de dormir. (...) passei a obedecer, mas sofri um dano interior."
"Mais um sinal da tua total incompreensão é que possas julgar que eu, o receoso, o hesitante, o desconfiado, decidiria bruscamente casar-me por me encantar com uma blusa."

Montes, Raphael (2024). Uma Família Feliz. São Paulo: Companhia das Letras.

N.º de páginas:312
Início da leitura: 10/05/2025
Fim da leitura: 11/05/2025

**SINOPSE**
"Eva tem a vida perfeita. O seu marido é um jovem advogado em ascensão e as suas filhas gémeas são lindas, inteligentes e saudáveis. O seu trabalho, a arte reborn, é um sucesso na Internet. À sua volta, o condomínio fechado de classe média-alta na Barra da Tijuca, o Blue Paradise, oferece-lhe tudo, evitando que ela precise de sair do conforto de sua casa. Eva tem a vida perfeita, portanto — até descobrir que está grávida e o seu mundo ser virado do avesso.
Conhecido pelas histórias de tirar o fôlego, com mais de meio milhão de exemplares vendidos, Raphael Montes inova ao começar este thriller psicológico pelo último capítulo. Assim, como uma bomba-relógio prestes a explodir, seguimos, como leitores, por caminhos surpreendentes, acompanhando as tensões que levam esta família feliz a um final avassalador."
É o segundo livro que leio do autor e continuo a dizer que se lê de um fôlego. Raphael tem uma escrita cinematográfica, que nos prende de tal maneira, que é impossível largar o livro e, cada pausa, é um martírio, pois queremos continuar, continuar... Depois, no fim, sentimos "como, já terminei? Não pode ser! Quero mais!".
Este thriller psicológico desmonta a fachada da família perfeita para revelar os segredos sombrios ocultos por trás das aparências. Narrado em primeira pessoa por Eva, uma mulher que vive num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, o romance mergulha nas pressões sociais da maternidade, nas expetativas de perfeição e na fragilidade das relações familiares. Ao mesmo tempo, é também uma crítica social acutilante. Aconselho vivamente!

Corcoran, Jonathan (2025). Já não És Meu Filho. Lisboa: Alma dos Livros.

Tradução: Luís Filipe Pontes
N.º de páginas: 264
Início da leitura: 05/05/2025
Fim da leitura: 10/05/2025

**SINOPSE**
"Ambientado entre a Virgínia Ocidental e a cidade de Nova Iorque, Já não És Meu Filho é uma obra extraordinária e deslumbrante sobre a relação desoladora entre um filho homossexual e a mãe, que o renegou.
Nascido e criado na zona rural de uma pequena cidade, Jonathan Corcoran, o mais novo e único rapaz de três filhos, cresceu numa família que se equilibrava no precipício da pobreza. A mãe, uma mulher tradicional, evangélica e insular, era frequentemente a sua única aliada. Juntos, navegavam uma vida doméstica tensa, dominada por um pai distante e problemático. Mãe e filho partilhavam então um laço aparentemente inquebrável. Quando Jonathan saiu de casa para frequentar a universidade, desenhou-se lentamente um fosso entre a educação que teve e aquela nova realidade. À medida que os seus horizontes e experiências se iam expandindo, foi criando laços além dos de sangue e conheceu o homem por quem se viria a apaixonar.
Através da dor, da raiva, do questionamento e do crescimento, Corcoran explora as histórias e as identidades entrelaçadas, mas separadas, dele próprio e da mãe, e ainda o distanciamento geográfico – das árvores, das montanhas e dos riachos que foram, outrora, o seu direito de nascença –, debruçando-se sobre as relações perdidas com amigos e familiares e a sensação de lar que lhe foi retirada."
A narração vai cruzando um momento passado, na Virgínia Ocidental e um presente na cidade de Nova Iorque. O autor conta-nos a sua história, enquanto o mais novo e único rapaz de três filhos, que cresce numa família à beira da pobreza. Foi, desde sempre muito ligado à mãe, ignorado por um pai que passava o seu tempo entre o trabalho, os cafés e outras mulheres.
Anos mais tarde, quando reconhece, perante a mãe, a sua orientação sexual, esta acaba por proferir a frase que o marcará para sempre: "Tu já não És Meu Filho". Nunca mais a relação com a mãe seria a mesma, e, ainda que tenha havido momentos de reconciliação, nunca se esqueceria de tudo quanto a mãe fizera e dissera. É um livro que não nos deixa indiferentes e mexe com as emoções.

Bradbury, Ray; Hamilton, Tim (2021). Fahrenheit 451 A adaptação autorizada. Lisboa: Relógio D'Água.

Tradução: Miguel Serras Pereira
N.º de páginas: 168
Início da leitura: 01/05/2025
Fim da leitura: 04/05/2025

**SINOPSE**
"Fahrenheit 451 é a adaptação da clássica distopia de Ray Bradbury a romance gráfico, pela mão de Tim Hamilton.

A história é a que conhecemos: Guy Montag é bombeiro, numa sociedade em que os bombeiros estão encarregados de destruir pelo fogo a mais ilegal das comodidades, os livros, bem como as casas que os albergam.

As ilustrações de Hamilton dão uma energia electrizante ao clássico de Bradbury, que autorizou e prefaciou esta adaptação."
Já tinha lido o livro original de Ray Bradbury e considerado uma distopia desconcertante e pertinente. 
Montag é um bombeiro que, confrontado por uma jovem com a questão “És feliz?”, fica incomodado, a ponderar se não se estarão a tornar fantoches sociais, sem vida própria, completamente vazios, ao ponto de se tentarem suicidar (como a sua esposa), de as conversas girarem em torno de ideias feitas e pré-concebidas, de  considerarem a velocidade um anti-stresse, de viverem numa aparência que esconde o medo que lhes perpassa sempre que alguma regra seja quebrada ou posta em causa.
Esta novela gráfica é bastante fiel ao original e está ilustrada de forma magistral, com cores preponderantemente laranja, que remetem para o fogo que queimava os livros, totalmente proibidos. Os tons escuros representam "uma vida nas sombras", que não será propriamente uma vida, mas antes uma forma maquinal de viver, cada um encurralado em sua casa, entre ecrãs e programas instigadores da ignorância humana.Tão real e tão atual!
Recomendo muito esta leitura, mesmo para quem não leu o original.

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Professora de português e professora bibliotecária, apaixonada pela leitura e pela escrita. Preza a família, a amizade, a sinceridade e a paz. Ama a natureza e aprecia as pequenas belezas com que ela nos presenteia todos os dias.

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