O Filho Perdido de Philomena Lee


Sixsmith, Martin (2013). O Filho Perdido de Philomena Lee. Lisboa: Planeta Manuscrito.


O livro O Filho Perdido de Philomena Lee de Martin Sixsmith fala-nos da história de Philomena e do seu filho Michael. Uma história de vida, marcada pelo secretismo, sobre o amor e perda humanos. Uma história comovente, magistralmente contada por Sixsmith e que é a prova de que os laços entre mãe e filho não devem nem podem ser quebrados.
Philomena Lee era uma adolescente, na Irlanda de 1952, quando engravidou e foi enviada para um convento, onde tratou do filho durante três anos, até a Igreja lho tirar e o vender a uma família adotiva. Durante esse tempo, trabalhou como uma escrava e foi obrigada a utilizar um nome falso. Segundo a Igreja e passo a citar "Todas as crianças enviadas para a América significam mais um donativo para a Igreja e um problema a menos para o Estado."
Durante cinquenta anos tentou encontrar o filho, sem nada dele saber, quem o tinha adotado, para onde tinha ido…
Philomena conta com o auxílio de um jornalista que empreende com ela uma série de diligências para que esta encontre o seu filho.
 A história centra-se essencialmente na vida dessa criança, os seus sonhos e receios, o seu crescimento, a sua necessidade de aceitação por parte dos pais adotivos, as suas incertezas, a sua necessidade de autopunição, a descoberta da sua homossexualidade, o seu eterno descontentamento por não saber aceitá-la e como isso se refletiu em toda a sua vida privada e pública, já que ele foi um advogado de renome, jurista principal do Comité Nacional Republicano no tempo de Reagan e Bush. Trabalhava para um partido completamente homofóbico, que condenava os homossexuais, não apostando na investigação da cura para a SIDA, que surgia naquela altura. O que é certo, é que Michael era homossexual nunca tendo escondido as suas preferências.
Apesar do sucesso em termos profissionais, Michael sentia-se sempre como um rejeitado, cuja mãe rejeitara. Mas, também Michael tentou, por sua vez, encontrar a mãe. No entanto, toda e qualquer informação a que pudesse ter acesso lhe foi negada pela Igreja, que receava ser apanhada na sua rede de adoções ilegais e venda de crianças.
Philomena só viria a reencontrar o filho, já morto, enterrado no convento onde nascera, como foi a sua vontade.
                                                          Célia Gil

0 Comentarios