Pedaços de mim



Escrevo porque existe aquele instante
de ideias a fervilhar na mente,
ainda que descabidas ou de índole secante,
dispostas a libertar qualquer corrente
que as prenda a um único ser.
Egoísmo atroz guardá-las só para mim,
quero servir uma farta mesa de palavras,
num manjar que, mesmo sem agradar,
possa deixar gravado em grafemas
o que o coração teima esconder.
Partilhar é um ato de entrega,
e eu entrego os meus poemas
assim, de forma simples,
com humildade.
Na secreta esperança
de serem lidos
e de espalharem pétalas sentidas,
mesmo em quem descreia que cada pétala
é uma mão no ombro,
um beijo na face,
um aperto de mão,
um abraço sentido!
               Célia Gil

                

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