A casa morreu


Há um dia em que o cansaço
descansa em todos os cantos da casa.
As formas perdem forma
e, como fantasmas,
deslizam roupas
do cabide ao chão.
Formas informes
de tudo o que foi perdendo vida
nos cansados recantos
de outros encantos.
A força, a coragem, a razão de existir
esconderam-se em bafientos roupeiros,
velhas e desgastadas...
O vestido já não dança
no salão de baile,
em toda a sua imponência.
Os tachos, que outrora exalavam aromas
de amor com sabor a vida,
fecham-se nos armários escuros
do esquecimento...
Da caleira da casa
escorre um fio de humidade
no percurso de um verde
musgo do abandono.
Como uma lágrima
em estátua enegrecida
pelo tempo.
A casa morreu
no sentimento que perdeu.
                              Célia Gil

6 Comentarios

  1. Tão nostálgico, triste, sentido e belo.
    Que os sentimentos nunca morram.
    Bom fim de semana
    Beijinhos
    Maria de
    Divagar Sobre Tudo um Pouco

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  2. Tristes sentimentos que esvaziam a casa...Linda poesia e inspiração! bjs, chica

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  3. Boa tarde, Celia
    Fiquei imensamente feliz com a sua visitinha.
    Seja sempre muito bem vinda.

    Muito linda a sua poesia.
    Gostei demais!
    Deixo um forte abraço com votos de uma abençoada nova semana.
    Verena e Bichinhos.

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  4. Boa tarde, Célia Gil.
    Perfeito!
    Veio totalmente de encontro ao meu momento.
    Casa morta,abandono e tristeza.
    Tudo sem canção, dança e forma.
    Aplausos!
    Tenha um excelente final de semana.
    Beijos na alma.

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  5. Bom dia, Celia
    Gostei demais da sua linda poesia.
    Agradeço a gentil visitinha ao meu blog.
    Te desejo uma feliz nova semana.
    Um forte abraço para tí.
    Afagos para Hulk e Dragão.
    Verena e Bichinhos

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