O Livro Secreto de Frida Kahlo, F.G. Haghenbeck

Haghenbeck, F. J. (2019). O Livro Secreto de Frida Kahlo. Amadora: Topseller.

Tradução: Dinis Pires

Nº de páginas: 304

Início da leitura: 16/09/2022

Fim da leitura: 20/09/2022

**SINOPSE**

Prefácio de Laura Esquivel.

Realismo mágico e irresistíveis receitas culinárias juntam-se numa biografia ficcionada da icónica artista mexicana, cuja vida foi tão impressionante quanto a sua arte.
Após sofrer um grave acidente e morrer pela primeira vez, Frida Kahlo teve um encontro com a Morte, que lhe propôs um acordo: para voltar a viver, a jovem teria de lhe preparar todos os anos uma oferenda no Dia dos Mortos. A partir de então, Frida cumpriu rigorosamente o ritual, confecionando pratos aos quais se dedicava com paixão, anotando cada um deles num pequeno caderno, onde juntava também memórias e vivências.

A existência de Frida continuou, embora desenrolando-se de modo impetuoso. Com o pintor Diego Rivera, na sua Casa Azul, viveria um amor intenso, mas tumultuoso. A vida da artista, feita tanto de dor como de talento, entrega e paixão, cruzar-se-ia ainda com personalidades marcantes como Leon Trotsky ou Georgia O'Keeffe.

Frida sabia, porém, que tinha uma vida a prazo: o seu corpo, destroçado pelo acidente, doía-lhe sempre, e a alma ia-lhe sendo arrancada aos poucos pela Morte, que a lembrava permanentemente do encontro inevitável e iminente entre ambas.

Depois de ler Frida e as Cores da Vida, de Caroline Bernard, não podia deixar de ler O Livro Secreto de Frida Kahlo, de Haghenbeck, que já tinha na estante há muito tempo à espera de ser lido. São, com efeito, livros diferentes, apesar de serem ambos livros ficcionais, a partir da vida de Frida Kahlo. Este “Livro Secreto” baseia-se num pequeno caderno preto a que Frida chamou o Livro de Hierba Santa”, constituído por uma série de receitas que confecionava para oferecer aos defuntos no “Dia dos Mortos”, para agradecer à sua “madrinha”, por ter sobrevivido à sua “primeira morte”, quando um elétrico embateu contra o autocarro no qual ela seguia.

Vão-se alternando as receitas com a história ficcional baseada na biografia de Frida, onde todos os sentidos se apuram e nos envolvem.

Frida fintou a morte e teve, sem dúvida, uma vida repleta de cor, de amor por Diego, de paixões arrebatadoras por outros homens e por mulheres, de cozinha farta, de dor, de raiva e revolta. A pintura dos seus autorretratos e a cozinha eram a forma encontrada por Frida para acalmar estados de alma.

Frida teve esse efeito, como artista que era, de despertar paixões e de mostrar uma força de viver tão grande e intensa. Aconselho!

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