Golding, Melanie (2019). A Mãe. Lisboa: Planeta Manuscrito.
Nº de páginas: 327
A Mãe é um livro escrito por Melanie Golding e traduzido por Mário Dias Correia.
A história tem início com Lauren, que se encontra na maternidade, a ter os seus
gémeos, Morgan e Riley. Confesso que este momento não me prendeu de imediato ao
livro, pois revelou-se um pouco repetitivo. Porém, foi-se tornando cada vez
mais envolvente, acabando por se revelar um thriller arrebatador.
Ainda na maternidade, Lauren encontra uma mulher, também ela com gémeos,
que lhe quer roubar os filhos. Mas ela tudo faz para proteger os proteger e
impedir que alguém lhos roube. Fecha-se na casa de banho, de onde telefona a
pedir ajuda. Mas ninguém acredita nela. Ninguém viu aquela mulher por ela
descrita. Pensam que está a ser alvo de stresse pós-parto, com tudo o que este
traz de ansiedade, medo e até paranoia. O próprio marido, Patrick, acredita que
seja apenas ansiedade e cansaço.
Já em casa, Patrick, ao aperceber-se de que Lauren não está bem, não cuida
da casa, tranca-se a sete chaves, não quer nada aberto para o exterior, sugere-lhe
que saia, que vá estar com as amigas, porque lhe iria fazer bem e poderia fazê-la
perceber que não havia razões para aquelas paranoias. Apesar de contrariada,
Lauren acaba por aceder e ir ter com as suas amigas, levando os seus bebés. No
regresso para casa, sente-se mal, resolve parar e sentar-se com os bebés num
banco de jardim. Mas, no seu estado de exaustão, acaba por adormecer e, quando
acorda, os bebés já lá não estão. A partir daqui, sentimo-nos completamente
presos à história, na tentativa de descobrir se é Lauren que não está bem ou se
há mesmo alguém que lhe raptou os filhos. Realço aqui a antipatia que senti
para com o marido, que sabia apenas exigir dela, ia dormir para outro quarto
não a ajudando com as crianças, pensando apenas no seu bem-estar, não acreditava
nela e, ainda por cima, andara envolvido com outra mulher. Mulher essa que
encontra os bebés no rio. Quando Lauren observa os bebés, apercebe-se de que
aqueles não são os seus filhos, mas os da mulher que tentou raptar os seus, se
bem que a aparência com os seus filhos seja óbvia. Senti uma grande ansiedade e
sensação de injustiça, por ninguém acreditar nela.
Lauren pensa que, devolvendo aqueles ao rio, encontrará os seus. Acaba por
ser detida e internada numa clínica de saúde mental. A partir daí, assistimos
com uma grande angústia a todas as tentativas de Lauren para sair dali e ir
salvar os seus filhos, a repulsa por estas falsas crianças que, quando as
enfermeiras não estavam ou adormeciam, cantavam e falavam, embora ainda só tivessem
4/5 semanas de vida. Repulsa essa que Lauren teve de combater, fingindo aceitar
que eram os seus filhos até lhe ser dada alta.
Um conto de fadas aterrorizador, que nos domina, que termina de forma
inesperada, pelo que ficamos durante um tempo a pensar no que lemos, no que de
facto aconteceu. A questionarmo-nos…
A Mãe, de Melanie Golding é a minha sugestão de leitura para esta semana, eu que
sou a Célia Gil. Aconselho a que prepare bem o coração, porque as emoções vão
ser mais que muitas!
0 Comentarios