Atwood, Margaret (2013). A História de Uma Serva. Lisboa: Bertrand Editora.
Nº de páginas: 352
Início da leitura:
11/09/2020
Fim da leitura: 14/09/2020
A História de Uma
Serva é uma distopia escrita por Margaret Atwood e traduzida por Rosa
Amorim. Muito bem escrito, duro, chocante serão poucos adjetivos para descrever
este livro que mexe com o leitor, colocando-o perante uma hipotética realidade
futura. Neste caso, perante Gileade, um estado policial fundamentalista, depois
de os extremistas cristãos terem derrubado o governo norte-americano e queimado
a Constituição. Nesta nova situação, deparamo-nos com um estado político
fundamentalista, onde as servas, mulheres férteis, perdem os seus direitos e
são “usadas” para conceber filhos para a elite estéril. O objetivo é
engravidarem do seu Comandante, com o qual a esposa compactua.
As servas só podem ir
ao mercado uma vez por dia e sempre acompanhadas. Assim, cada uma se torna
espia da outra. As tabuletas do mercado são imagens, uma vez que as mulheres
estão proibidas de ler.
Defred é a
protagonista deste livro, uma das servas, que reza para engravidar do seu
Comandante, pois, caso contrário, poderá ser enviada para as Colónias, perigosamente
poluídas.
Porém, como em todas
as civilizações extremistas, há sempre quem não cumpra as regras estabelecidas
e Defred, envolvendo-se com o Comandante, acaba por ser arrastada para essa
realidade.
Este Comandante
aproxima-se de Defred, gosta de a exibir e, no fim, revela-se totalmente
cobarde.
É uma história cujo
final fica em aberto e que continua num outro livro Os Testamentos,
que tenho, agora, muita curiosidade em ler.
Muitos seriam os
excertos a realçar. Porém, limito-me a partilhar um que considero refletir
muitas das nossas preocupações nos tempos atuais: "É estranho relembrar a
maneira como pensávamos, como se tudo nos estivesse disponível, como se não
houvesse contingências, nem limites; como se fossemos livres de traçar e
retraçar eternamente os perímetros, em constante expansão, das nossas vidas. Eu
também era assim, também fazia isso." (pág. 257)
Gostei bastante deste livro e aconselho a sua leitura. Célia Gil
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