Forman, Gayle (2017). Deixa-me ir. Lisboa: Editorial Presença.
Nº de páginas: 304
Início da leitura: 07/09/2020
Fim da leitura: 10/09/2020
Deixa-me ir é
um livro escrito por Gayle Forman e traduzido por Ana Saldanha e aborda uma
temática pertinente e atual. A mulher, infelizmente, ainda, obriga-se
a conciliar a vida profissional com as tarefas de casa, deixando de ter tempo
para si. E quem está à volta apenas exige e não se apercebe que sem ela tudo
desmorona. Nestas situações, a mulher torna-se no pilar da família, sem que
ninguém se preocupe com ela e a auxilie. A culpa? A culpa é de todos. Do marido,
que, egoisticamente, acha que está tudo bem dessa forma, se aproveita, acabando
por achar que é uma obrigação dela. Dela própria, que se deixa envolver numa
situação deste género e, seja por dedicação, comodismo ou burrice, não
reivindica os seus direitos e estabelece limites para as suas obrigações.
A narração da história é feita de forma muito simples, numa
linguagem acessível e leve, capítulos breves e a um bom ritmo.
Maribeth Klein é mãe de gémeos, editora de uma revista de moda e dona
de casa. Assoberbada de trabalho, sente-se muito cansada e acaba por ter, aos
44 anos, um ataque cardíaco. Quando regressa a casa, depois de uma operação de
risco e com limitações que o médico lhe recomenda, perante a desordem que
encontra vai, aos poucos, retomando as suas lides diárias. Todos lhas sabem
exigir e não compreendem que representam para ela, nesse momento, um esforço sobre-humano.
Acaba por pensar e perceber que algo está mal e tem de mudar e
decide fazer a mala, deixar um bilhete ao marido e filhos e partir. Partir para
respirar, para se encontrar, mas também para reencontrar um passado perdido, de
forma a perceber se o problema de saúde tem origem genética.
Recomeça uma vida nova, com novos amigos, sem obrigações,
reaprendendo a aproveitar as pequenas coisas simples da vida.
Ao mesmo tempo, sente-se mal por ter abandonado os filhos e
vai-lhes escrevendo cartas que não chega a enviar. Gostaria que o marido se
apercebesse, durante a sua falta, de tudo o que dependia dela e que ela já não
podia continuar, voltar ao que era.
Na minha ótica, não entendo totalmente esta partida. Não poderia
ela ter resolvido todos os seus problemas, sem propriamente abandonar os
filhos?
Conseguirá o marido perdoar-lhe o facto de ter deixado os filhos? Conseguirá ele perceber que tudo estava mal e
que ela precisava de espaço para si na sua vida? Estaria ele disposto a,
juntamente com ela, mudar esta situação? Descobrirá Maribeth quem eram os seus
pais?
Para responder a estas e a outras perguntas, terá de ler Deixa-me
ir, de Gayle Forman.
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