Objetos Cortantes, Gillian Flynn

Flynn, Gillian (2015). Objetos Cortantes. Lisboa: Bertrand Editora

Nº de páginas: 320

Início da leitura: 22/11/2020

Fim da leitura: 29/11/2020

Objetos Cortantes é um livro escrito por Gillian Flynn e traduzido por Fernanda Oliveira.

Basicamente, conta-nos a história de Camille Preaker, uma jornalista que acabou de sair de um internamento num hospital psiquiátrico quando, a pedido do seu patrão, se vê obrigada a regressar aos fantasmas da sua terra Natal para fazer a cobertura de um caso de homicídio de duas raparigas.

Há bastante tempo que Camille não fala com a mãe, que considera neurótica e hipocondríaca, pois andava sempre atrás dela e das irmãs com mezinhas, considerando que, para não adoecerem, deveriam tomar os medicamentos por ela concebidos. Mas Camille, uma rapariga esquiva e rebelde, na altura, não era a jovem que a mãe gostava de tratar. Aliás, era uma filha que desprezava.

Um dos fantasmas que mais a ensombram é a irmã, que morreu em circunstâncias estranhas, a quem Camille via constantemente doente.

Sou sincera, não sei como gostei deste livro. Não é um livro de que toda a gente, certamente, goste. É sórdido, é mórbido…Mas, o que é certo é que nos prende desde o início. E são esses contornos altamente fora de tudo o que pode ser considerado “normal”, que nos captam, que nos levam a querer saber mais, o que se passou, como foi, quem seria capaz de tais atos mórbidos?

Não consegui, o que também é raro em quase todos os livros, gostar de nenhuma personagem. Desde a mãe, simplesmente fria, irritante, prepotente, desequilibrada. O padrasto, completamente submisso à mãe; o meia-irmã, uma miúda de 13 anos completamente mimada, malcriada e irritante e a própria protagonista, Camille, desequilibrada, mórbida, perversa, viciada em massacrar o próprio corpo com cortes que até a ela envergonhavam. Cada uma, à sua maneira, tem traços odiáveis.

Quando parece que conseguimos deslindar os crimes que ocorreram às jovens, que foram mortas e a quem @ assassin@ retirava os dentes, ficamos petrificados e surpreendidos com o final, totalmente inesperado. Quem seria, com efeito, capaz de tamanhas atrocidades? E onde escondia, por exemplo, os dentes que arrancava às crianças?

É um livro que nos mantém presos até ao final, se bem que, a meio, pensando eu ter descoberto @ assassin@, tenha considerado o texto demasiado morno e a empatar um pouco. Mas tudo muda e é, em suspense total, que entramos na reta final da leitura!

Recomendo!

                               Célia Gil

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