Pimenta, Samuel (2015). Os Números Que Venceram os Nomes. Barcarena: Marcador Editora
Nº
de páginas: 176
Início
da leitura: 29/11/2020
Fim
da leitura: 01/12/2020
Os Números Que Venceram os Nomes é
um romance de Samuel Pimenta, que ganhou o Prémio Jovens Criadores – Literatura.
Não é de todo fácil classificar este livro, é uma distopia que, ao mesmo tempo,
constitui também uma parábola. Um livro que perturba, mas que alerta, ao mesmo tempo, para a desumanização que está a dominar a nossa sociedade.
A ação decorre
num futuro indeterminado, num momento em que, comprovada matematicamente a
existência de Deus (e de uma única religião) por meio de uma fórmula matemática,
os homens veem-se obrigados a trocar os seus nomes por números. É-lhes feita
uma lavagem cerebral e, caso alguém se questione ou vivencie uma situação que
ponha em risco esta nova sociedade, é internado em hospícios, onde continua a
lavagem cerebral, com medicação que não lhes permite lembrarem-se que não são
mais do que um número. Tudo passa a ser regido por números – pessoas, países,
ruas, animais…. Como se de máquinas se tratasse e não de pessoas, já que estas deixam
de ter identidade, passando a ser um número de um sistema de dados.
Um Nove Um
Seis é um rapaz que vive sozinho e trabalha num call center. Certa
noite, cruza-se com um gato na rua e começa a ter visões de acontecimentos
passados, com esse gato. É internado num hospício. Partilha o quarto com um
velho inconformado, que o alerta para a necessidade de não tomar os comprimidos
que lhe dão, que é isso que o novo regime quer, anular todos os seres e
formatá-los. É, ao seguir os conselhos do velho, que Um Nove Um Seis tenta
descobrir quem é, o que é um nome e qual a sua função.
É um livro
pequeno, mas não tinha de ser maior para cumprir o seu objetivo.
Gostei muito
da forma como Samuel escreve, direta e atenta. Ler este livro é como respirar
de um só fôlego!
Recomendo!
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