Os Guerreiros do Arco-Íris, Andrea Hirata

Hirata, Andrea (2013). Os Guerreiros do Arco-Íris. Barcarena: Editorial Presença

Nº de páginas: 286

Início da leitura: 02/12/2020

Fim da leitura: 07/12/2020

Os Guerreiros do Arco-Íris é um romance escrito por Andrea Hirata, um escritor indonésio e traduzido por Maria João Freire de Andrade.

Antes de dizer o que quer que seja sobre os acontecimentos narrados neste livro, devo dizer que é fantástico! Não é qualquer livro que tem o poder de nos envolver de tal forma, que com ele choramos, rimos, sofremos, vibramos. Por vários momentos, senti o peito apertadinho a sofrer pelas personagens, ou melhor, com as personagens. Uma história de vida, de luta, de persistência, de desigualdades sociais, de exploração infantil, de desvalorização de escolas das aldeias, a par de uma grande persistência, de professores que fazem a diferença, de alunos que também fazem a diferença, de um grande espírito de sacrifício e resiliência, e, ainda, entremeando com momentos puramente mágicos, com a crença em fantasmas, com o amor (que, com efeito, comanda e muda a vida), momentos de vitória, nos quais me vi a torcer com ansiedade por um grupo de jovens e muitos momentos hilariantes nos quais era impossível não soltar uma boa gargalhada.

Esta é uma história que, segundo a Amazon, “se lê como um moderno conto de fadas”, mas um conto de fadas em que, nem sempre tudo corre às mil maravilhas. Narrada na primeira pessoa, é pela voz de Ikal, uma criança de seis anos, no início do romance, que nos chega esta história incrível. A ação decorre na ilha de Belitong, uma aldeia muito pobre e onde as crianças começam a trabalhar muito cedo a apanhar pimenta, a embrenharem-se pela perigosa selva para apanharem madeira de agara e sândalo amarelo, a trabalhar em lojas, a calafetar barcos, a ralar coco e como moços de recados dos barcos de pesca.

Porém, para este grupo de crianças, pelo menos até certa altura, a escola era o lugar onde eram felizes, mas manter a escola aberta é uma luta constante e muitas são as adversidades por que passam. Estes jovens estudantes são, com efeito, “guerreiros do arco-íris”, que tudo fazem para defender a sua escola, mesmo quando tencionam derrubá-la para explorar o estanho que estaria debaixo da sua estrutura.

Conseguirão os dois troféus ganhos em provas diferentes ser suficientes para manter a escola aberta? Que futuro estará reservado para estas crianças pobres?

Este é mesmo um livro que todos deviam ler, que alguns jovens que têm acesso à educação de mão beijada e não aproveitam, deviam ler. Que todos deviam ler!

Um romance 5 estrelas. É daqueles romances que nos deixa a ressacar. O próximo a ler tem de ser mesmo bom, ou vou ter sempre saudades deste!

                                                                                                                  Célia Gil

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