Proibido, António Costa Santos

Santos, António Costa (2007). Proibido. Lisboa: Guerra e Paz Editores.

Nº de páginas: 216

Início da leitura: 08/12/2020

Fim da leitura: 12/12/2020

Proibido é um livro escrito por António Costa Santos e devo dizer que foi uma delícia ler este livro. Adorei a forma como está escrito, o humor e o saber de que este livro é feito.

Muito bem estruturado, com imagens exemplificativas da época do Estado Novo, este livro conta-nos histórias da História. É com sentido de humor que António Costa Santos nos conta histórias hilariantes de proibições de lei e tradição, agora inconcebíveis, naquela época do lápis azul, onde a justiça era levada a situações extremas e até ridículas, ao ponto de, neste momento, nos provocar o riso ou sorriso incrédulo.

E num tom hilariante, é possível abordar questões sérias, de aprendizagem e consciencialização de tudo quanto foi conquistado. Sentimos o quão difícil deve ter sido às gerações passadas ultrapassar estas proibições que eram um exemplo evidente da violação dos direitos humanos. E louvamos todos os que lutaram por um futuro livre do “colete de forças” em que se via encarcerado o ser humano.

Era proibido ler, editar e vender certos livros, o que terá levado à detenção de vários escritores sobejamente nossos conhecidos. A desigualdade de género era bem evidente na forma como a mulher era vista e integrada na sociedade, o que exemplifico com um dos exemplos que mais me chocou: a mulher casada não podia viajar sozinha sem uma autorização por escrito por parte do marido. Era proibido beber coca-cola, usar biquíni, pedir o divórcio, dar beijos em público, ouvir certas músicas, casar com uma professora, entre tantas outras de que não vou falar, para que possam ler o livro e ficar tão surpreendidos quanto eu.

Ler este livro é perceber melhor a ignorância, a pobreza e a injustiça em que o povo português vivia. Um livro muito importante também para que nunca esqueçamos e nunca mais se repitam as perversidades do regime de Salazar.

***** estrelas!

                                                       Célia Gil

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