Vidas Esquecidas, Diane Chamberlain

Chamberlain, Diane (2016). Vidas Esquecidas. Amadora: Topseller.

Nº de páginas: 384

Início da leitura: 02/01/2021

Fim da leitura: 09/01/2021

Vidas Esquecidas é um livro escrito pela Diane Chamberlain e traduzido por Ana Mendes Lopes.

Este romance prendeu-me à leitura logo nas primeiras páginas. Não estivesse eu a ler outro livro em simultâneo, apesar do número de páginas, teria devorado este livro em muito pouco tempo. Por outro lado, gostei de prolongar a sua leitura, porque foi sempre um prazer voltar a retomar a sua leitura. É um livro intenso, que aborda questões sociológicas de famílias desfavorecidas, temas controversos como a “eugénia” e que nos revolta, choca, inquieta e comove. A "Eugenia" era um programa esterilização, muito utilizada durante a II Guerra com a ideologia de atingir a “pureza racial”, e que continuou a ser amplamente utilizada, mesmo após a II Guerra, em vários países. Entre 1929 e 1975 a Carolina do Norte esterilizou sete mil dos seus cidadãos. No total cerca de 65 mil americanos foram esterilizados em 33 Estados. Apesar de ser um tema abordado de forma fictícia, retrata acontecimentos que podemos situar em termos históricos e que nos ajudam a perceber e a consciencializar para estes programas de apuramento racial tão injustos e abomináveis.

A história decorre na Carolina do Norte, na zona de Grace County em 1960. Jane Forrester, recém-formada e casada com um médico, começa a trabalhar como assistente social, ainda que o marido preferisse que ela ficasse em casa e tivesse logo filhos, como a maior parte das mulheres dos seus amigos. Mas Jane não se identifica com essas mulheres e quer exercer a sua profissão.

Jane começa a prestar assistência a famílias muito pobres e, inicialmente com o desejo de mostrar as suas capacidades profissionais, acaba por se envolver emocionalmente nos casos que segue. A família que mais a comove e interessa é constituída por Ivy, a irmã (mãe solteira e esterilizada pela “eugénia”) e a avó.

À semelhança do livro O Segredo da Minha Irmã, a história é narrada alternadamente por duas personagens, neste caso, Ivy e Jane, o que torna a narrativa mais envolvente. Os capítulos são breves, mas intensos e, sempre que queremos saber como a história continua, passamos para a outra personagem, que, por sua vez, também nos envolve e absorve completamente.

Posso dizer que adorei este livro, até mais do que o anterior, tal a carga emocional e riqueza destas personagens, que nos sugam e nos levam com elas para as suas vidas complexas e únicas.

Que segredos escondem estas mulheres? Até que ponto Jane consegue separar a sua vida das vidas que assiste?

Uma leitura que aconselho vivamente!

5 estrelas!

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