Levi, Primo e Benedetti; Leonardo De. Assim Foi Auschwitz. Lisboa: Objectiva, 2020.
Nº de páginas: 296
Início da
leitura: 11/01/2021
Fim da leitura:
13/01/2021
Assim
foi Auschwitz é um
livro de Primo Levi e Leonardo De Benedetti, traduzido por Federico Carotti.
Este
é um livro com testemunhos inéditos de Primo Levi e Leonardo De Benedetti, que
parte de um relatório pormenorizado das condições de vida nos Lager, que
lhes foi pedido pelo exército soviético, no fim da II Guerra e da libertação
dos campos de concentração pelas forças aliadas.
De
uma objetividade chocante e detalhada, é um livro de memórias sobre o
Holocausto. Este não é um romance, é uma história de vida real e que deve
servir de referência a quem escreve sobre o tema ou, pura e simplesmente, quer estar
informado sobre o que realmente sucedia nos campos de concentração e
extermínio.
Gostei
dessa objetividade, que considero fundamental na abordagem deste tema e
atendendo à forma incoerente e “leve” como tem sido romanceado. A repetição de
testemunhos poderia tornar o livro maçador, o que não sucede, antes nos permite
comparar e verificar a assertividade desses testemunhos.
À
semelhança de muitos outros judeus, o italiano Primo Levi foi exilado num campo
de trabalho em Auschwitz, em 1944, tendo na altura 24 anos. Foi em Auschwitz
que Levi conheceu Benedetti, médico judeu, também prisioneiro. É, através de um
exercício de memória, que os dois recordam as suas vivências nesses campos, acompanhando
esse exercício de memória com reflexões e críticas bem fundamentadas, que nos
permitem perceber com pormenor todos os horrores vividos nestes campos durante
o Holocausto.
Termino, citando duas passagens que sintetizam muito bem o que se pretendeu transmitir
através deste livro: “Não é lícito esquecer, não é lícito calar” e “Pensem: há
menos de vinte anos, e no coração desta Europa civilizada, sonhou-se um sonho
demente, o de edificar um império milenar sobre milhões de cadáveres e de escravos”.
0 Comentarios