Martínez, Layla (2024). Caruncho. Lisboa: Antígona, 2.ªedição.
Tradução: Guilherme Pires
Nº de páginas: 128
Início da leitura: 12/12/2024
Fim da leitura: 19/12/2024
**SINOPSE**
"Caruncho (2021) narra o regresso de uma neta, acusada de um crime, à casa rural da família e mergulha o leitor no coração de uma Espanha vazia, marcada por resquícios do franquismo, uma terra tão agreste e estéril como o destino a que condena as mulheres que nela vivem.
Contada a duas vozes, pela jovem e pela avó, esta história de rancor e vingança é indissociável da memória do lar assombrado, de espectros que clamam justiça, entre quatro paredes sobre as quais pesam traumas herdados e décadas de violência e opressão.
Um aclamado romance de estreia, com ecos de Pedro Páramo, de Juan Rulfo, e de alguns contos de Silvina Ocampo, em que se entrelaçam terror, injustiça social e uma pesada herança familiar que, como o caruncho, corrói as protagonistas."
Contada a duas vozes, pela jovem e pela avó, esta história de rancor e vingança é indissociável da memória do lar assombrado, de espectros que clamam justiça, entre quatro paredes sobre as quais pesam traumas herdados e décadas de violência e opressão.
Um aclamado romance de estreia, com ecos de Pedro Páramo, de Juan Rulfo, e de alguns contos de Silvina Ocampo, em que se entrelaçam terror, injustiça social e uma pesada herança familiar que, como o caruncho, corrói as protagonistas."
Este é um livro bastante invulgar e fora da caixa. Apesar de muito breve, requer bastante concentração na leitura, para não se perder o fio à meada. A casa é o cerne da narrativa, o eixo em torno da qual se desenrola a história e as personagens adquirem destaque. É uma casa que absorve, na qual ficam gravadas, para sempre, as personagens e as suas vivências. É uma casa que guarda os seus espectros nos armários e que, aos poucos, nos vai abrindo a porta para que entremos e fiquemos também nós, leitores, a fazer parte da sua história. Somos literalmente sugados para a casa, o seu misticismo, os seus fantasmas, que estão bem vivos e presentes ao longo de toda a narrativa e que nos deixam sem ar. Tudo parte da relação de uma avó e uma neta, que transcende a própria morte e a história vai sendo narrada, alternadamente, pelas duas. E, nesta casa assombrada e assombrosa, que faz despertar memórias, narra-se a história destas protagonistas femininas, uma história de ressentimento e vingança, que não podem deixar de ler. Primeiro estranha, depois entranha.
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