Zimler, Richard (2014). A Sétima Porta. Porto: Porto Editora.
Em A Sétima Porta, Zimler conduz-nos com uma extraordinária erudição,
a uma história que nos desperta vários sentimentos distintos – desde a repulsa
por determinadas atitudes ousadas, invulgares numa jovem, que, no início, tem
apenas catorze anos e que enfrenta os pais e a sociedade, erguendo sempre o seu
grito por aquilo em que acredita; e até um carinho pela compaixão que ela
consegue nutrir pelos abandonados, os marginalizados, portadores de
malformações, expostos à violência dos nazis; os sonhos que persegue e aos
quais se entrega de uma forma até aparentemente desarrazoada.
Sophie, ariana e
católica, que vive em Berlim com a sua mãe russa, o seu pai comunista e um
irmão autista, é a narradora desta história intensa, que decorre na década de
trinta e, quer pela curiosidade natural da idade, quer pela forma como perceciona
o mundo e pelos seus ideais, acaba por se relacionar, às escondidas dos pais e
do namorado, com judeus e portadores de malformações.
O pai de Sophie,
decide, como tantos outros comunistas da época, apoiar Hitler para proteger a
sua família. Atitude que não mantém quando não hesita, em compactuar com o
internamento do filho Hansi, quando este levará a injeção letal.
Sophie, envolve-se com
Isaac, um velho descendente de Zarco, judeu antissemítico detentor de uns manuscritos
que tenta descodificar para salvar a humanidade, de quem acaba por ter um filho.
Terá Isaac conseguido o
que pretendia? Terá atingido a sétima porta e encontrado em Deus as respostas?
O convite para embarcar
nesta viagem alucinante, explosiva e profética fica feito, basta que leiam “A
Sétima Porta”, de Richard Zimler.
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