O Presságio da
Sereia, Katy
Gardner, traduzido por Luísa Feijó, é um livro com uma história cativante do
início ao fim. Lê-se compulsivamente, pela sua intensidade, mistério e
suspense… Com um final completamente inesperado.
Cass
é uma professora de História que vive em Londres com o seu companheiro de há
quase dez anos, Matt, e que decide aceitar uma proposta para assistente
universitária em Brighton. É quando muda para Brighton, que todos os seus
problemas começam.
As
memórias dolorosas de um segredo que acabou de destruir o que restava da sua já
problemática infância e mudou a sua vida para sempre começam então a
assombrá-la. E a crescente sensação de que está a ser observada, numa altura em
que violentos ataques a estudantes estão a ocorrer em pleno campus universitário, transforma o seu
receio num imenso pânico que ameaça sugá-la. Será ela a próxima vítima? Ou
haverá uma razão mais sinistra para que tenha sido precisamente Cass a ser
transformada em alvo? Além disso, Brighton não é uma escolha natural para uma
mulher com um já antigo medo do mar. Cass pode ter tentado encerrar um capítulo
da sua vida ao deixar Londres, mas cedo vai descobrir que alguns elementos da
sua nova existência são igualmente perturbadores. Segredos que tinha conseguido
esquecer durante toda a sua vida são agora descobertos e revividos pela
protagonista deste livro. No percurso de Cass, existem dois alunos que vão ter
um papel muito importante na revelação deste segredo. Ao sentir-se pressionada,
a professora vê-se obrigada a contar que teve de abandonar um filho, fruto de
uma violação, quando tinha apenas 15 anos. Este é um livro capaz de nos
transmitir as mais variadas emoções. E, como nos é dito na capa do livro, “Os
segredos mais profundos arrastam consigo correntes sombrias”.
Esta
obra fez-me realmente pensar nos segredos que todos escondem e não querem que
sejam descobertos. No entanto, isso nem sempre acontece! Por mais voltas que a
vida dê, se existir alguma coisa do passado que intimide, mais tarde ou mais
cedo, vem ao de cima. Neste livro, pode observar-se a reação de pânico que o
ser humano tem quando pensa que vai ser “descoberto”. É algo que a todos ultrapassa,
algo que nunca se consegue nem se vai conseguir controlar. Porém, por outro
lado, a revelação pode constituir o primeiro passo para a libertação, uma
autêntica catarse.
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