Levy, Deborah (2011). Nadar
para Casa. Alfragide: Publicações Dom Quixote
Nadar para Casa é
um livro de Deborah Levy, poeta e dramaturga britânica, traduzido por Ana
Saldanha. A história, que nem sempre é linear e fácil de perceber, dada a
quantidade de enigmas que se vão colocando ao leitor, é a de Joe, Isabel e a
filha Nina, quando vão passar férias numa casa alugada em Nice, Côte D’Azur,
com um casal amigo, Laura e Micthell. Acontece que não vai ser uma estadia
regular, pois aparece-lhes Kitty, uma botânica, que veem, pela primeira vez, a
nadar nua na piscina. Esta tudo faz para se tornar hóspede deles.
A história concentra-se nos
oito dias em que Kitty estará hospedada na casa de férias, junto com a família
de Joe e dos seus amigos. Joe passa por uma crise conjugal, Laura e Mitchell
estão à beira da falência da sua loja de antiguidades, Isabel compensa o seu casamento
falhado, dedicando-se exclusivamente ao trabalho e Nina está na fase de se descobrir
sexualmente. Todas estas situações são-nos dadas a descobrir com o estranho surgimento
de Kitty.
Mas estará Kitty sozinha?
Quem é o seu companheiro de viagem, que ora se sente amado ora ameaçado por ela?
E por que razão pretende Kitty seduzir o poeta Joe Harold Jacobs? E passo a citar
“o poeta famoso, o poeta britânico, o poeta judeu, o poeta ateu, o poeta
modernista, o poeta pós-Holocausto, o poeta mulherengo”, um poeta que se divide
numa pluralidade de seres, que torna tão difícil perceber as suas intenções.
Kitty pretende entregar um poema seu ao poeta, ansiando pela sua opinião. Afirma
que sabe tudo sobre Joe e que ala veio para França para o salvar dos seus
pensamentos. É uma personagem estranha, que começa a cativar o poeta, que o
convida a um inevitável mergulho no desconhecido, no inconsciente.
Célia Gil
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