Dalton, Trent (2019). O Rapaz que Conquistou o Mundo. Madrid: HarperCollins.
Nº de páginas: 480
Início da
Leitura: 10/05
Fim da Leitura: 19/05
O
Rapaz que Conquistou o Mundo
é um romance escrito por Trent Dalton, autor australiano, e traduzido por Fátima
Tomás da Silva.
Este
é um livro que fala de situações cruéis que existem e que, muitas vezes,
preferimos ignorar ou nem pensar, para não nos magoarem. Há assuntos tabu, que
são autênticas bofetadas, mas depois…depois há um carinho que perpassa e que dói
pelo contexto em que acontece.
Eli
Bell, o narrador da história, tem apenas 12 anos e, em 1980, vive nos subúrbios
de Brisbane com a família, destacando-se a mãe, Frances, o padrasto, Lyle e o
irmão August, tratado por Gus, que não fala (mais tarde, ficamos a saber o
motivo, que traumas o terão deixado assim). A mãe consome drogas, o padrasto é
traficante e Eli quer apenas vir a ser uma boa pessoa, tornar-se num jornalista
de renome. Conseguirá Eli não se deixar contaminar por toda a podridão que o
envolve?
Eli
é uma criança que, apesar de crescer neste ambiente, tem em si muito amor e
sentido de proteção em relação à família. Protege a mãe, por quem sente um amor
incondicional; quer acreditar que Lyle, no fundo, é um homem bom e está
disposto a fazer tudo para o agradar. No que se refere ao irmão, há entre eles
uma relação muito bonita, um entendimento e um amor que transparece e Eli
entende o irmão, mesmo que este fale por gestos, desenhando palavras nos ar. Eli
capta o sentido de todas! E esta relação entre os dois irmãos é uma relação que
comove, pois está acima de tudo o que de mau lhes vai acontecendo nas suas
vidas tão jovens.
São
crianças que crescem num ambiente muito duro, de tráfico de droga, de
impropérios que se tornaram vulgares, de violência e que, mesmo assim, têm em
si um amor que vai resistindo e os vai ajudando a viver.
Quando
é desmantelada esta rede de tráfico, Eli e Gus sentem o seu mundo desmoronar e
veem-se obrigados a ir viver com o pai, um homem bêbado e deprimido.
É
uma história dura, infelizmente mais realista do que gostaria (apesar de ser
ficcionada).
0 Comentarios