Se


Se tivesse uma varinha de condão,
voltaria a ser criança.
Teria o mundo na minha mão,
vivê-lo-ia numa eterna esperança,
como só quem é criança
tem esse dom, essa ilusão.

Um sono bem tranquilo
no colo com cheiro a amor.
Voltaria a viver tudo aquilo
que deu à minha vida mais calor.
Tudo o que o amor semeia,
tudo com que ele nos presenteia.

Os beijinhos repenicados dos avós
e o orgulho natural dos meus pais,
desfariam todos e quaisquer nós
que hoje teimam em tira-me a paz.
Porque o carinho é a condição,
para a vida ter mais razão.

Voltaria, criança rabina,
a cair, vezes sem conta, da bicicleta,
assim a vida ensina
em cada vitória, em cada queda.
Irromperia com a taça da vitória
dos meus tempos de atleta.

Voltaria, com entusiasmo genuíno, a escrever
histórias de sonho e de aventura,
histórias de quem gosta de se entreter,
e da escrita tirar toda a candura.
Linhas e linhas, em cadernos de prazer,
de tardes que guardo com ternura. 


Tantas, tantas coisas faria,
histórias reais guardadas na memória.
E nada, nada mudaria,
escreveria sempre a mesma história.
Com um final feliz, isso assim seria,
com os meus pais a celebrar a minha glória.

                                                        Célia Gil

5 Comentarios

  1. Era bom, não era?
    Também quero essa varinha de condão.
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Linda poesia, linda imagem e ser criança é mesmo lindo...Adorei! Lindo fds! bjs, chica

    ResponderEliminar
  3. Sorrindo aqui, só por imaginar.
    : )

    Prazer em conhecer sua poesia.

    ResponderEliminar
  4. Que lindo texto. Gostei.
    Vou dar uma olhada em seus outros posts.

    Venha me visitar em meu Caramelos Café.
    Entre e fique à vontade.

    ResponderEliminar
  5. Oi Célia,
    O poema é lindo! Dá saudade do tempo em que éramos crianças...
    Bjs

    ResponderEliminar