Siddhartha, Hermann Hesse


Hoje trago a divulgação do último livro que li, espero que gostem!

O filho do Brâmane, Siddhartha, é um jovem que, com o seu amigo Govinda, aprendeu, desde cedo, a arte da meditação e da contemplação. Mas, a certa altura, apercebeu - se que não era feliz, nem com o banho diário da purificação, nem com os sacrifícios, nem com o amor dos seus pais e do seu amigo.

Decidiu, então, ir ter com os samanas, despojar-se de todos os bens materiais que o ligavam à terra. Govinda acompanhou-o e aprenderam muito: o caminho da autonegação através da dor, o sofrimento voluntário, a fome, a sede, o cansaço… Queriam esvaziar-se de ideias, abandonar o Eu para alcançar o Nirvana.

Porém, Siddhartha concluiu que aquela sabedoria “não tinha pior inimigo do que o desejo de sabedoria e de aprender”.

Tendo chegado a ele uns boatos sobre Buda, que se recusava a passar sacrifícios, que tinha derrotado os demónios e falado com os deuses, Siddhartha resolveu abandonar os samanas e ir conhecer o sublime Buda. Govinda seguiu-o, mais uma vez.

Reconheceram o Buda pela serenidade, genuinidade dos gestos e paz intocável. A sua voz perfeita ensinava que a libertação do sofrimento já fora encontrada e quem seguisse o caminho do Buda encontrava a libertação. Govinda avançou para que o Buda lhe desse a sua bênção, rendido à sua doutrina. Siddhartha não. Depois de falar com o Buda, a sós, na floresta, referiu que encontrara na sua doutrina uma falha. Ele estava disposto a abandonar todas as doutrinas para tentar, sozinho, encontrar o seu objetivo ou, simplesmente, para morrer.

Começou a olhar para tudo como se fosse a primeira vez. E o que viu? Seria, afinal, belo o mundo?

Quando chegou a uma cidade, conheceu Kamala, que iluminou o seu coração. Estaria Siddhartha disposto a trabalhar como um mercador para conseguir dinheiro a fim de alcançar o amor de Kamala? Como terá encarado a volúpia do poder e da riqueza? Deixaria de ser um samana? Os prazeres da vida modificá-lo-iam para sempre? Não se tornaria ele próprio mesquinho, vil e cobiçoso? Que futuro estaria reservado para Siddhartha? Terá encontrado a paz de espírito que tanto ansiava?

Tantas as questões lançadas por este livro que nos faz pensar na vida, questionar os ténues limites entre o certo e o errado, se é que existem…

                                                                                                               Célia Gil


Hermann Hesse nasceu em 1877, em Calw (Alemanha), filho de missionários protestantes. Entra cedo em choque com os pais, que queriam o filho pastor; não se submete à disciplina da escola e foge para a Suíça.
Hesse trabalha, então, como livreiro. Dedica-se à poesia e publica "Poemas" (1902). Dois anos depois, o romance "Peter Camenzind" - história de um jovem que se rebela contra sua aldeia natal e foge - tem grande aceitação de crítica e público.O jovem escritor casa-se, mas continua revoltado contra o meio burguês e as convenções sociais - como se lê em "Gertrud" (1910). Muda-se para a Índia e conhece o budismo, que adotaria pelo resto da vida.
Após o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914, engaja-se em atividades contra o militarismo alemão. Em 1919, publica "Demian", influenciado pelas idéias do psicanalista Carl G. Jung.
"Siddhartha" é de 1922. Sem encontrar a solução para seus problemas na Índia, conta a história de sua vida em "O Lobo da Estepe" (1927). Em 1943, publica "O Jogo das Contas de Vidro", romance utópico, situado no ano de 2200.
Entre seus outros livros, vale citar, em especial, os romances "Rosshalde" (1913), "Knulp" (1915) e "Narciso e Goldmund"(1930). Prêmio Nobel de literatura em 1946, Hermann Hesse morreu em 1962, na cidade de Montagnola (Suíça).
                                                (in https://educacao.uol.com.br/biografias/hermann-hesse.jhtm)

2 Comentarios

  1. Tão bom quando encontramos livros que nos agradem assim.Parece muito bom esse! Gostei da indicação! bjs, lindo fds! chica

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  2. Que maravilha de dica..também adoro ler...bom final de semana, beijos,
    Valéria

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