Lupton,
Rosamund (2012). Irmã. Porto: Civilização Editora.
Nº de
páginas: 370
Início
da leitura: 01/07
Fim da
leitura: 05/07
Irmã
é o primeiro
romance de Rosamund Lupton, traduzido por Odete Martins. Já tinha ouvido e lido
críticas muito positivas sobre este livro, por isso, à partida, as minhas
expetativas iam bastante elevadas. Gostei da forma como a narrativa se
apresenta, fazendo lembrar uma longa carta que Beatrice escreve à irmã, Tess, a
partir do momento em que esta desaparece. Penso que as analepses também tornam
a narrativa mais interessante, uma vez que permitem esclarecer as circunstâncias
que estiveram por trás deste misterioso desaparecimento.
Considero
apenas que se poderia ter atrasado um pouco a revelação da morte de Tess e que
desde aí até ao momento em que Beatrice começa as suas investigações, há alguma
monotonia e repetição nos relatos que Beatrice vai fazendo a Mr. Wright, o
delegado do M:P, que vai registando o seu depoimento. Mas nem tudo é referido ao
delegado, algumas considerações Beatrice tece-as só para a irmã, com quem tinha
uma grande cumplicidade e sobre a qual pensava que sabia tudo.
Beatrice
deixa a sua vida metódica e confortável nos Estados Unidos para regressar a
Londres, quando recebe um telefonema a comunicar-lhe o misterioso desaparecimento
da sua irmã.
Quando
a encontram morta, tudo aponta para suicídio. A família e a polícia aceitam-no
como causa da morte de Tess. Só Beatrice não aceita, ela pensa que a irmã terá
sido assassinada e decide descobrir a verdade sobre as circunstâncias da sua
morte.
Existe
ainda o facto de a irmã, dias antes, ter tido um nado-morto, um bebé que tinha
sido submetido a um tratamento por ser portador de fibrose quística, doença que
lhe teria sido passada pelos pais. Beatrice acredita que esta nova cura
milagrosa tem algo por trás. Conseguiriam mesmo reverter um diagnóstico de
fibrose quística? E quando o teste dá negativo no pai, não se poderá colocar
legitimamente a questão: teria o bebé fibrose quística? Não seria uma forma de
receberem os louros pela cura de bebés que nunca estiveram, afinal, doentes?
Beatrice,
a certa altura, para além de visivelmente abalada, sente que está a perder o
controlo de si e chega a questionar-se se não estará a enlouquecer.
Certo
é que a morte da irmã, vem mudar e abanar a sua vida, torná-la menos fria, mais
capaz de receber e dar afeto, isto para além de a sua aparência antes
irrepreensível ter dado lugar a um total desleixo.
É,
sem dúvida, um livro envolvente e que prende, pois queremos perceber como terá
de facto morrido Tess, se havia um assassino, entre outras questões que vão
surgindo e que queremos ver descortinadas, nomeadamente sobre o bebé de Tess.
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