Misery, Stephen King


King, Stephen (2007). Misery. Lisboa: Bertrand Editora


Nº de páginas: 350
Início da leitura: 14/07
Fim da leitura: 19/07

Misery é um livro escrito por Stephen King e traduzido por Magda Viana.
Conta a história de Paul Sheldon, um escritor de romances cor-de-rosa que, descontente com o facto de as obras que escreveu o terem rotulado como um escritor de fraca qualidade literária, decide ser um escritor a sério. Mas, para isso, tem de matar a protagonista dos seus romances, a Misery.
Entretanto, quando sofre um acidente, é salvo pela maior fã dos seus romances, Annie, uma ex-enfermeira, que não ficou nada satisfeita com a morte de Misery.
É curioso como toda a obra se passa num só local e Stephen tem este poder de nos prender a uma história que facilmente corria o risco de se tornar maçadora e repetitiva. Não foi o caso. As personagens são fortes, têm caráter, tornam-se-nos reais, pois conseguimos construí-las na nossa mente à medida que vamos lendo o livro. Mais curiosa ainda é Annie, uma vilã que facilmente nos conquista, até por não ser uma vilã vulgar e linear. Annie consegue ser doce, quase compreensiva e, ao mesmo tempo, maquiavélica, desumana e louca. É muito difícil compreender as suas reações e esse é o papel de Paul que, se não quer morrer, tem mesmo de ir interpretando as suas reações, que lhe causam medo pela sua própria imprevisibilidade. Um thriller que arrepia até aos ossos em determinados momentos e com algumas das reações de Annie, com um jogo de cintura psicológico entre as personagens, que fascinam e nos entram por nossa casa, de tão bem construídas que estão.
Annie tem um só objetivo em mente: Paul não pode deixar morrer Misery se não quer ele morrer, por isso tem de escrever mais um romance. Annie é a sua maior fã, mas também a sua maior crítica. Estará ele à altura? Conseguirá Paul escrever aquele livro para Annie, ainda que pressionado e cheio de dores?
Uma metaficção, a metaliteratura com um romance dentro do romance. Um estilo invulgar, sábio e de quem domina muito bem a arte da escrita.
Um livro que aconselho vivamente.

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