Gunnis, Emily (2019). A Rapariga da Carta. Amadora: TopSeller.
Tradução:
Ana Reis
Nº
de páginas: 352
Início
da leitura: 30/01/2022
Fim
da leitura: 03/02/2022
**SINOPSE**
No
inverno de 1956, a jovem Ivy Jenkins engravida e é enviada em desgraça para St.
Margaret, uma sombria casa de acolhimento para mães solteiras, no sul de
Inglaterra. A bebé é adotada contra a sua vontade, e Ivy teme nunca sair
daquele lugar aterrador. Sessenta anos mais tarde, Samantha Harper, uma
jornalista desesperada por um furo, depara-se com uma carta do passado, e o seu
conteúdo chocante comove-a. A carta é de Ivy, uma jovem mãe que implora para
ser resgatada de St. Margaret… antes que seja tarde de mais. Samantha é
arrastada para esta história trágica e descobre uma série de mortes repentinas
e inexplicáveis em torno daquela rapariga e da sua filha.
Com o edifício antigo de St. Margaret prestes a ser demolido, Samantha tem
apenas algumas horas para desvendar os terríveis segredos que aquele lugar
esconde, antes que a verdade, perturbadoramente perto de si, se perca para
sempre…
**
OPINIÃO**
Que
livro! Este é daqueles livros em que é impossível não nos comovermos. É uma
história muito intensa. Apesar de St. Margaret ser um espaço ficcional, tal
como toda a história, a autora parte de uma investigação que fez sobre muitas
casas de acolhimento que existiram, em especial na Irlanda, tendo existido casas semelhantes no Reino Unido. Para estas casas eram enviadas
as mães solteiras, para que as famílias não tivessem de passar pela vergonha.
Os bebés, após o nascimento, eram tirados às mães contra a sua vontade. As
recém-mães eram tratadas como pecadoras, maltratadas pelas freiras que geriam
estas casas. A maior parte das crianças era adotada, mas havia muitas que ficavam
escondidas, chegando a ser submetidas a ensaios clínicos por parte de
farmacêuticos. Muitas destas mães não conseguiram ter mais filhos, acabando por
sofrer de doenças mentais. Toda a comunidade compactuava e deixava que
acontecessem verdadeiras atrocidades.
Um
livro que não se esquece facilmente e que angustia, porque nos apresenta o ser
humano no que de pior este pode ter e ser.
A
história prende logo desde o início e torna-se quase impossível parar a
leitura. Intercalando diversos momentos da ação passados com presentes,
torna-se viciante e impossível de largar até desvendar todo o mistério que nos
vai sendo apresentado. Uma história que choca, que dilacera e uma escrita
fluída, direta e envolvente, fez-me gostar muito deste livro. Aconselho a
leitura, mas alerto os mais suscetíveis para a dureza de todos os pormenores.
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