O Oceano no Fim do Caminho, Neil Gaiman

Gaiman, Neil (2014). O Oceano no Fim do Caminho. Lisboa:Editorial Presença.

Tradução: Rita Graña

Nº de páginas: 184

Início da leitura: 18/02/2025

Fim da leitura: 21/02/2025

**SINOPSE**

"Este livro é tanto um conto fantástico como um livro sobre a memória e o modo como ela nos afeta ao longo do tempo. A história é narrada por um adulto que, por ocasião de um funeral, regressa ao local onde vivera na infância, numa zona rural de Inglaterra, e revive o tempo em que era um rapazinho de sete anos. As imagens que guardara dentro de si transfiguram-se na recordação de algo que teria acontecido naquele cenário, misturando imagens felizes com os seus medos mais profundos, quando um mineiro sul-africano rouba o Mini do pai do narrador e se suicida no banco de trás. Esta belíssima e inquietante fábula revela a singular capacidade de Neil Gaiman para recriar uma mitologia moderna."

Este é um livro que mistura fantasia e memória com a complexidade da infância. O protagonista, ao regressar à sua cidade natal para um funeral, começa a relembrar acontecimentos misteriosos da sua infância, como a amizade com uma criança chamada Lettie Hempstock e a descoberta de um "oceano" no fundo de um campo, que se revela um portal para um mundo cheio de mistério.

O livro é uma reflexão sobre a infância, a memória e os limites entre o real e o fantástico. A atmosfera mágica parece, ao mesmo tempo, familiar e inquietante. A maneira como escreve, como mistura o mundano com o extraordinário, faz-nos questionar até onde a imaginação infantil pode moldar as perceções da realidade.

O protagonista, agora adulto, volta ao passado e tenta compreender as experiências que viveu, que parecem mais surrealistas à medida que vai recordando, mas sempre com um toque de nostalgia e curiosidade. Essas lembranças falam-nos de medos primordiais e da perda da inocência, ao mesmo tempo em que apresentam uma história de amizade e coragem, onde o protagonista encontra forças para enfrentar os seus próprios demónios. Em relação ao estilo, a escrita é poética, fluida e cheia de imagens vívidas, o que envolve o leitor na sua narrativa, desde o início. O tom do livro é melancólico, mas também profundamente humano, ao explorar temas universais de crescimento, a perda e a identidade. 
Confesso que considerei que tinha um pouco de fantasia a mais para o meu gosto pessoal.

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