Bradbury, Ray (2003). Fahrenheit 451. Porto: Colecção Mil Folhas.
Tradução:
Mário Henrique Leiria
Nº
de páginas: 162
Início
da leitura: 03/10/2021
Fim
da leitura: 03/10/2021
SINOPSE
O
sistema era simples. Toda a gente compreendia. Os livros deviam ser queimados,
juntamente com as casas onde estavam escondidos...
Guy
Montag era um bombeiro cuja tarefa consistia em atear fogos, e gostava do seu
trabalho. Era bombeiro há dez anos e nunca questionara o prazer das corridas à
meia-noite nem a alegria de ver páginas consumidas pelas chamas... Nunca
questionara nada até conhecer uma rapariga de dezassete anos que lhe falou de
um passado em que as pessoas não tinham medo. E depois conheceu um professor
que lhe falou de um futuro em que as pessoas podiam pensar. E Guy Montag
apercebeu-se subitamente daquilo que tinha de fazer...
De
implicações assustadoras, a forma como reconhecemos o nosso mundo naquele que é
retratado em Fahrenheit 451 é impressionante.
OPINIÃO
Esta é uma
distopia desconcertante e que devia ser lida por todos, em especial pelos mais
jovens, pelo facto de levantar muitas questões atuais e pertinentes.
O
mundo surge comandado por um governo com leis muito peculiares, que mudam a
forma de agir, de pensar e de viver da sociedade. As pessoas são comandadas
pela televisão, são-lhes apresentadas as ideias de forma normativa e não é
instigado o pensamento, a reflexão, pois esse pode corromper as pessoas. Estas
submetem-se a um processo de anulação, tornando-se todas iguais, cinzentas,
como robôs desinteressantes, sendo que até a sua felicidade é pura fachada. Num
mundo assim, como é evidente, os livros não podem existir, porque os livros
suscitam dúvidas, criam pensamentos, levantam problemáticas. Os livros tornam
as pessoas livres para pensar, questionar, duvidar e ser.
Os
bombeiros, neste novo mundo, não apagam fogos. Muito pelo contrário, provocam
incêndios, queimando os livros (e até as casas e as pessoas abolicionistas do
sistema).
Há,
porém, um bombeiro, Montag, que, confrontado por uma jovem com a questão “És
feliz?”, fica incomodado, a ponderar se não estarão a tornar-se fantoches
sociais, sem vida própria, completamente vazios, ao ponto de se tentarem
suicidar (como a sua esposa), de as conversas girarem em torno de ideias feitas
e pré-concebidas, de considerarem a
velocidade um anti-stress, de viverem numa aparência que esconde o medo que
lhes perpassa sempre que alguma regra seja quebrada ou posta em causa.
Será
Montag capaz de salvar os seus livros? Haverá outra forma de salvar os livros?
O autor encontrou essa outra forma, de uma maneira também muito criativa.
Leiam! Não se vão arrepender! Grande livro!
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