Rio do Esquecimento, Isabel Rio Novo

Novo, Isabel Rio (2015). Rio do Esquecimento. Alfragide: Publicações Dom Quixote



Nº de páginas: 160

Início da leitura: 18/10/2021

Fim da leitura: 21/10/2021

SINOPSE

Inverno de 1864. Sentindo a morte a aproximar-se, Miguel Augusto regressa do Brasil, onde enriqueceu, e instala-se no velho burgo nortenho, no palacete conhecido como Casa das Camélias, com a intenção de perfilhar Teresa Baldaia e torná-la sua herdeira. No mesmo ano, Nicolau Sommersen pensa em fazer um bom casamento, não só para recuperar o património familiar que o tempo foi esfarelando, mas sobretudo para fugir à paixão que sente por Maria Adelaide Clarange, senhora casada e mãe de três filhos. Maria Ema Antunes, prima de Nicolau e governanta da Casa das Camélias, hábil e amargurada com a sua vida, urdirá entre todos uma teia de crimes, segredos e vinganças.
Subvertendo as estratégias da narrativa histórica, com saltos cronológicos que deixam o leitor em suspenso mesmo até ao final, Rio do Esquecimento descreve com saboroso detalhe a sociedade portuense de Oitocentos e assinala o regresso à ficção portuguesa de uma escrita elegante que consegue tornar transparente a sua insuspeitada espessura.

OPINIÃO

Parti para a leitura deste romance com altas expetativas, uma vez que adorei o livro A Febre das Almas Sensíveis da autora. As minhas expetativas deviam estar demasiado elevadas, porque gostei muito mais do livro que li anteriormente.

Apesar de ter apreciado a contextualização histórica e a descrição de espaços do Porto do século XIX, as personagens não me cativaram. Achei-as algo insípidas, quase maquinais nos comportamentos e ações levadas a cabo. Muito desprovidas de sentimento. Como aquelas músicas que são lindíssimas, mas precisamos que o cantor faça passar a emoção ao ouvinte, também aqui não consegui sentir a emoção que a premissa prometia. Faltou a força narrativa capaz de nos confrontar com as virtudes e defeitos das personagens, ao ponto de sentirmos algo por elas, nem que fosse raiva, admiração, repugnância…algum sentimento, que não chegou, pelo menos a mim.

Gosto, porém, da forma cuidada como Isabel Rio Novo escreve. Talvez os dois anos entre este livro e A Febre das Almas Sensíveis, tenham feito com que ganhasse maturidade literária e aprimorasse a forma como nos transmite os acontecimentos. Fico a aguardar novos livros para o comprovar.

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