Refugiado, Alan Gratz

Gratz, Alan (2019). Refugiado. Alfragide: Edições ASA.

Nº de páginas: 320

Tradutora: Marta Pinho

Início da Leitura: 22/10/2021

Fim da Leitura: 30/10/2021

SINOPSE

Três crianças diferentes. Uma missão em comum: FUGIR!
JOSEF é um rapaz judeu que vive na Alemanha nazi, na década de 1930. Com a crescente ameaça dos campos de concentração, ele e a sua família embarcam num navio rumo ao outro lado do mundo…

ISABEL é uma rapariga cubana em 1994. Com motins e distúrbios a proliferarem no seu país, ela e a sua família partem num bote, esperando encontrar segurança na América…
MAHMOUD é um rapaz sírio em 2015. Com a sua pátria dilacerada pela violência e destruição, ele e a sua família encetam uma longa viagem em direção à Europa…

Estas três crianças protagonizam angustiantes viagens em busca de refúgio. Vão todas deparar-se com perigos inimagináveis - desde afogamentos a bombardeamentos e traições. Mas há sempre a esperança do amanhã. E apesar de Josef, Isabel e Mahmoud estarem separados por continentes e por décadas, factos chocantes acabam por ligar as suas histórias no final.

OPINIÃO

Este é daqueles livros que teria devorado em dois dias, não fosse ter de o ler com toda a atenção e ir fazendo perguntas para a fase escolar do Concurso Nacional de Leitura. Foi um livro em que me embrenhei, que me absorveu e me sugou para dentro dele. É impossível ficar indiferente a estas histórias que, apesar de ficcionais, como diz o autor na Nota Final do livro, partem de situações, contextos e histórias reais.

Cada uma à sua maneira, em épocas e contextos históricos muito distantes umas das outras, estas três crianças cativam-nos pela sua coragem, espírito de resiliência e luta pela sobrevivência. São preocupadas com a família, têm princípios e valores, em contextos tão cruéis e revoltantes, que é impossível não ficar rendida.

Josef, o rapaz Judeu, um dos passageiros do St. Louis, cujo pai estivera no campo de concentração de Duchau, é um menino atento, preocupado com a família.

Isabel, a cubana apaixonada por música, revela-se tão corajosa e, ao mesmo tempo, tão sensível, que é impossível não ficar comovido. Segundo Isabel, a sua vida era “uma sinfonia, com diversos andamentos e complexas formas musicais.”

Mahmoud, o rapaz sírio, vive no limite das suas forças, mas acaba por se impor, revelando uma enorme coragem, e deixar de ser invisível.

Três crianças que revelam uma maturidade que não é a que se espera na idade deles, em que deveriam andar a brincar despreocupadamente, mas que é superior à de muitos adultos.

Penso que todos deviam ler este livro. Confrontar-se e conhecer esta realidade dura, este viver no limiar da força humana física e psicológica. Provavelmente, não se reclamariam por problemas de somenos importância.

Recomendo vivamente!

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